Número de casos de ebola sobe pela primeira vez em 2015
4 de fevereiro de 2015
Organização Mundial da Saúde comunica o aumento de infecções semanais nos três países mais atingidos pelo vírus na África Ocidental. Serra Leoa contabiliza 80 dos 124 casos confirmados na última semana de janeiro.
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O número de novos casos semanais de ebola subiu pela primeira vez em 2015, em todos os três países mais atingidos pela epidemia, comunicou a Organização Mundial da Saúde (OMS), nesta quarta-feira (04/02).
Serra Leoa foi contabilizour 80 dos 124 novos casos confirmados na semana do 1º de fevereiro. Guiné registrou 39 casos, enquanto a Libéria computou cinco novas infecções, segundo relatório da OMS.
"A incidência semanal de novos casos aumentou em todos os três países pela primeira vez neste ano", afirmou a OMS em comunicado. A organização reiterou que a resistência comunitária aos trabalhadores humanitários, o aumento geográfico da propagação na Guiné e a transmissão generalizada em Serra Leoa permanecem sendo "desafios significativos" para acabar com a epidemia.
Na segunda-feira, o encarregado de ebola da Alemanha, Walter Lindner, havia alertado que o número de infecções poderia subir novamente. No entanto, após retornar de uma viagem a Serra Leoa, ele demonstrou estar esperançoso.
"É fato de que, pela primeira vez, estamos vendo uma luz no fim do túnel. Mas ainda há muitos potenciais perigos. Se não tivermos cuidado, e não continuarmos com os nossos esforços, os números podem voltar a subir", disse Lindner, em entrevista à DW.
Até agora, aproximadamente 22,5 mil pessoas foram infectadas pelo vírus do ebola, segundo a OMS, das quais quase 9 mil morreram. O país mais atingido atualmente pela febre hemorrágica é a Libéria (cerca de 3.750 mortos), seguido por Serra Leoa (cerca de 3.270) e pela Guiné (cerca de 1.950).
Ebola em Serra Leoa
Mais de 1.500 pessoas já foram infectadas no país. Apesar disso, os habitantes tentam não desistir e desafiam juntos o vírus.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
A vida continua
Todos os dias, Sward Dembi (d) vende pimentões na grande feira da capital de Serra Leoa, Freetown. Claro que ela tem medo de se infectar com o ebola no meio da multidão do mercado apertado, afirma a jovem de 19 anos. Mas ela não tem escolha: a família dela depende dessa renda.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Arquitetura contra o ebola
Em todo o país faltam centros de isolamento para tratar os infectados. Mas também faltam equipes e instalações. O arquiteto Kamara deixou seus outros projetos de lado e ajuda na construção de um centro de isolamento para pacientes de ebola em Freetown, que deve começar a funcionar em poucas semanas.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Proteção policial
Ela não quer revelar seu nome, mas os outros a chamam de "Mama G". Para muitos, a policial é quase uma mãe, que dedica seu tempo para as preocupações das pessoas de seu bairro. Há três semanas, ela foi desligada de suas funções para poder acompanhar o funeral de vítimas do ebola. Um trabalho que a ocupa em tempo integral, admite a policial.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Deixar o país não é uma opção
O alemão Ole Hengelbrock, de 28 anos, foi para Freetown há mais de um ano para cuidar de um projeto da organização humanitária Cap Anamur sobre crianças de rua. Hoje, Serra Leoa já virou um segundo lar para ele. Por um tempo, ele até jogou na Primeira Liga de futebol do país. Hengelbrock descarta a possibilidade de voltar para a Alemanha por causa da crise do ebola.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Voluntário
É a primeira vez que Momudo Lambo, de 28 anos, veste uma roupa de proteção. Ele participa de um treinamento para voluntários dispostos a trabalharem nas estações de tratamento de ebola. Um trabalho perigoso, mas, "em tempos difíceis como agora, algo obrigatório".
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Informação
A única coisa capaz de ajudar contra o ebola é o conhecimento sobre o vírus, afirma Usman Rahim Bah. Com seu próprio dinheiro, ele preparou material informativo, que agora distribui de casa em casa.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Sempre em serviço
Stella trabalha como enfermeira há quase 30 anos – e, nesse meio tempo, já viu muita coisa. A atual crise, porém, supera tudo. Quando o primeiro caso de ebola foi anunciado em sua clínica e vários colegas pediram as contas, ela decidiu ficar – e hoje se diz confiante que seu país vencerá a epidemia.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Perigo constante
Desmond Reez lidera uma equipe da Cruz Vermelha. Ele é responsável por seus colegas, que diariamente recolhem corpos de vítimas da doença altamente infecciosa para enterrá-los. "Eu sei que nós somos bem treinados e estamos protegidos", disse o sanitarista. Todos os dias, ele espera que a epidemia finalmente acabe.