Número de estrangeiros passa de 10 milhões na Alemanha
30 de junho de 2017
Praticamente uma em cada oito pessoas que vive no país atualmente não tem passaporte alemão. Cifra representa um salto de 23% em relação a 2014, em grande parte devido à chegada de refugiados.
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A Alemanha registrou, pela primeira vez em sua história, a cifra de 10 milhões de estrangeiros em seu território. Os números, divulgados pela agência nacional de estatísticas Destatis, correspondem a 2016 e representam um aumento de 23% em relação a 2014.
"Isso é quase equivalente à população da Suécia", disse Gunter Brückner, do Destatis.
Estatísticas sobre a população total da Alemanha em 2016 ainda estão sendo compiladas. Estimativas sugerem que o número provavelmente gira em torno de 83 milhões de pessoas.
Principalmente devido à chegada de refugiados e de estrangeiros da União Europeia aumentou o número de imigrantes. Turca é a nacionalidade mais comum, seguida por polonesa, síria e italiana.
Na equação "imigração menos emigração", o ano de 2015 registrou significativamente mais chegadas – cerca de 1,5 milhão – em comparação com 2016 – cerca de 482 mil. No mesmo período, também foi registrado um ligeiro aumento em nascimentos na população estrangeira – 98.700 bebês a mais do que óbitos.
Projeto de arte integra mulheres estrangeiras na Alemanha
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Também em 2015, um total de 17,1 milhões de residentes na Alemanha tinha um histórico migratório. Número que provavelmente aumentou – dados atualizados serão apresentados em julho. Essa estatística inclui cidadãos alemães que originalmente vieram de outros países ou pessoas com dupla nacionalidade.
Paralelamente a isso, aproximadamente 229.800 pessoas foram naturalizadas nos últimos dois anos e, portanto, retiradas do registro de estrangeiros. Principalmente refugiados de Síria, Afeganistão e Iraque fizeram a população estrangeira de países de fora da UE subir dentro de dois anos, de 1,28 milhão para cerca de 5,7 milhões de pessoas.
A imigração dos últimos dois anos teve um impacto em vários fatores demográficos. Ao final de 2016, a população estrangeira na Alemanha tinha em média 37 anos e sete meses de idade – dois anos e quatro meses inferior à média registrada em 2014.
A proporção de homens aumentou de 51,5% para mais de 54%. Aproximadamente 43% eram solteiros, um aumento de 2,4 pontos percentuais. Estrangeiros vivem, em média, há 15 anos e cinco meses na Alemanha. Em 2014, este quesito estatístico registrava dois anos e dois meses a mais, ou seja, uma média de 17 anos e sete meses.
A distribuição regional dos residentes estrangeiros praticamente não mudou ao longo dos últimos dez anos. A maioria dos estrangeiros vive no estado da Renânia do Norte-Vestfália – o menor número é registrado em Mecklemburgo Pomerânia-Ocidental.
PV/dpa/rtr
Dez coisas que incomodam um estrangeiro na Alemanha
O que é "normal" para um alemão pode ser um choque cultural para quem vem de outro país. Conheça (e prepare-se para) alguns comportamentos vistos com estranheza por brasileiros.
Foto: Colourbox
Assoar o nariz em alto volume
Em qualquer lugar que seja, até mesmo na refeição, muitos alemães assoam o nariz sem se importar com o ruído que fazem. Às vezes, o procedimento parece interminável. É tão longo, que dá a impressão ser uma composição individual treinada desde criança.
Foto: Colourbox
Filme dublado no cinema
Exceto em salas especiais, todos os filmes estrangeiros são dublados para o alemão. E no cinema há mais duas peculiaridades que causam irritação: a pipoca é com açúcar, em vez de manteiga e sal. E não se assuste se as luzes voltarem a se acender entre a propaganda e o início do filme e aparecer um funcionário vendendo sorvete. Isso vem do tempo em que se fazia uma pausa para trocar a película.
Foto: Filmfest Hamburg/Cordula Kropke
Inverno frio, escuro e longo
Já a partir de outubro, os dias ficam mais curtos, chegando ao extremo de clarear depois das 8 da manhã e começar a escurecer às 16 horas. O período de escuridão, o frio e a umidade se prolonga até março. Nestes meses, sobem os índices de suicídio na Alemanha.
Foto: picture-alliance/dpa/R. Zwiebler
Taxa compulsória das emissoras públicas
Mesmo quem não assiste televisão e não ouve rádio, é obrigado a pagar uma taxa de financiamento das emissoras públicas, cobrada por domicílio no país.
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Tudo fecha aos domingos
Por pressão dos sindicatos e das Igrejas, nos domingos e feriados na Alemanha o dia é dedicado ao lazer e à família. O comércio fica fechado. Apenas padarias abrem pela manhã.
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Segurar o chuveiro
Só os banheiros mais modernos têm a ducha presa no alto da parede. Em geral, ela é pequena e tem de ser segurada com a mão. Aliás, cuidado com banhos frequentes e longos: além de gastar muita água, eles podem fazer mal à pele, argumentam os alemães.
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Mania de dar lição de moral
O alemão não se contenta com negativas curtas. Se ele reclama de alguma coisa, faz logo discursos intermináveis com justificativas e argumentos.
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Arroz doce ou bolinho de batata no almoço
O que para nós, brasileiros, é um lanche ou sobremesa, em casa, em cantinas de empresas, ou mesmo em jardins de infância, é servido como uma refeição.
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Pressa e impaciência em filas e supermercado
Ai de você na fila do supermercado se resolver pagar com todos os centavos e gastar as moedas que tem na carteira: nos caixas alemães, é preciso ser ágil. Os clientes na fila e principalmente o funcionário têm pouca paciência com quem se enrola na hora de recolocar as compras no carrinho ou com quem quer dar o dinheiro contadinho.
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Lavar louça e não enxaguar o sabão
Para economizar água, é normal lavar a louça e não enxaguar direito, deixando espuma na louça que vai para o escorredor.