Defesa Civil aponta que 125 pessoas seguem desaparecidas após inundações que atingiram o estado.
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O número de mortos nas enchentes no Rio Grande do Sul chegou a 136 neste sábado (11/05), segundo a Defesa Civil do estado. Há ainda 756 pessoas feridas e 125 seguem desaparecidas após as inundações provocadas pelas chuvas torrenciais que atingiram o estado.
O boletim divulgado ao meio-dia ainda informa que 1,95 milhão de pessoas foram afetadas pelas consequências das chuvas em 441 dos 497 municípios gaúchos (quase 90% do total). Os números mostram ainda que 71.398 pessoas estão em abrigos e 339.928 seguem desalojadas.
Ainda de acordo com a Defesa Civil do estado, até as 7h, o nível do Lago Guaíba, na capital Porto Alegre, havia baixado para 4,59 metros. Já o nível da Lagoa dos Patos chegou a 2,48 metros na tarde de sexta-feira, sendo que a cota de inundação no local é de 1,30 metros.
De acordo com a empresa CEEE Equatorial, 163.707 pontos no Rio Grande do Sul seguem sem energia elétrica (9,08% do total de clientes atendidos). Já a RGE Sul informou que há 140 mil pontos sem energia elétrica (4,6% do total de clientes).
O boletim cita ainda 1.028 escolas afetadas pelas enchentes – incluindo unidades danificadas, servindo de abrigo, com problemas de transporte e de acesso, entre outros. Há, ao todo, 29 coordenadorias regionais de educação afetadas em 243 municípios, além de 358.064 estudantes impactados pelos temporais.
Atualmente, 78 trechos estão com bloqueios totais e parciais em 52 rodovias estaduais gaúchas, entre estradas, pontes e balsas. As informações são do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem e abrangem rodovias concedidas e também as administradas pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR).
jps (Agência Brasil, ots)
A devastação das chuvas no Rio Grande do Sul
Enchentes mataram dezenas e obrigaram milhares a abandonar suas casas. Governador do estado, Eduardo Leite, fala em "catástrofe histórica".
Foto: Diego Vara/REUTERS
Telhados
Em algumas localidades só os telhados das casas ainda podem ser vistos fora da água. Tempestades severas estão ocorrendo na região desde segunda-feira, causando grandes inundações. Mais de 30 pessoas já morreram nas enchentes. Acredita-se que em torno de 60 estejam desaparecidas. Por isso, é possível que número de óbitos aumente.
Foto: Diego Vara/REUTERS
Calamidade pública
A chuva forte inundou regiões inteiras e cerca de 150 mil pessoas tiveram que deixar suas casas. Além disso, segundo relatos, cerca de 320 mil casas ficaram sem eletricidade e mais de meio milhão de residências estão sem abastecimento de água potável. O governo do Rio Grande do Sul declarou estado de calamidade pública.
Foto: Diego Vara/REUTERS
Desastre histórico
O desespero está estampado no rosto desta moradora da região, que leva dois gatos resgatados das águas. "Infelizmente, este será o maior desastre que nosso estado já enfrentou", disse o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e apelou para que a população deixe as áreas de risco e busque lugares seguros.
Foto: Diego Vara/REUTERS
Lula promete estar "100% à disposição" do RS
Na quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou a área do desastre, acompanhado de uma comitiva de ministros. Juntamente com o governador Eduardo Leite, ele participou de uma reunião de coordenação para as operações de resgate e prometeu ajudar a população afetada, afirmando que o governo federal "está 100% à disposição" do Rio Grande do Sul.
Em muitos lugares, a chegada de ajuda encontra entraves: muitas estradas estão inundadas e estão ocorrendo deslizamentos de terra nas regiões montanhosas. Na quinta-feira, uma barragem se rompeu parcialmente. Mais de 100 comunidades foram afetadas pelo desastre, especialmente no Vale do Taquari.
Foto: Diego Vara/REUTERS
Localidades isoladas
Diversas localidades ficaram isoladas do mundo exterior. As rodovias estão parcialmente intransitáveis e, devido à baixa visibilidade, nenhum voo com suprimentos de socorro pôde decolar para determinadas áreas desde terça-feira. Além disso, a comunicação muitas vezes não é possível, pois as conexões telefônicas e de internet também foram interrompidas.
Foto: CARLOS FABAL/AFP/Getty Images
Salvamento pelo ar
Militares também estão envolvidos nas operações de resgate. O Ministério da Defesa mobilizou mais de 600 integrantes das Forças Armadas, além de mais de 10 embarcações e cinco helicópteros. Os soldados também estão ajudando a limpar as estradas, distribuir suprimentos e montar abrigos de emergência.
Foto: Ricardo Stuckert/Brazilian Presidency/AFP
Resgate por embarcações
Em várias localidades, moradores e seus animais de estimação foram resgatados em barcos. É incerto se eles poderão retornar às suas casas. Segundo informou a Defesa Civil nesta sexta-feira (03/05), 4,6 mil pessoas foram resgatadas no Rio Grande do Sul.
Foto: Anselmo Cunha/AFP/Getty Images
Consequência das mudanças climáticas
Lula enfatizou que as enchentes são consequência das mudanças climáticas. Nos últimos meses, o Brasil tem sofrido repetidamente com ondas de calor e chuvas fortes. O aquecimento global está fazendo com que esses eventos climáticos extremos ocorram com mais frequência e intensidade.