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Número dois do Unicef renuncia após acusações

22 de fevereiro de 2018

Justin Forsyth foi acusado de conduta inapropriada por funcionárias da ONG Save The Children, onde trabalhou, e nega que demissão tenha relação com os casos.

Justin Forsyth
Justin Forsyth estava há dois anos no UnicefFoto: Getty Images/AFP/B.R. Smith

O diretor-executivo adjunto do Unicef, Justin Forsyth, renunciou nesta quinta-feira (22/02) em meio a acusações de conduta inadequada com colegas mulheres durante o período trabalhou na ONG Save The Children, onde foi executivo-chefe.

Forsyth negou, porém, que sua demissão tem relação com "erros" que cometeu no passado. "Eles foram tratados através de um processo adequado há muitos anos. Eu me desculpei sem reservas no momento e frente a frente. Me desculpo outra vez", afirmou em comunicado.

O diretor-executivo adjunto acrescentou que renunciava ao cargo para evitar "causar prejuízo" ao Unicef, à Save the Children e à sua "ampla causa" em prol das crianças e dos mais desfavorecidos, na qual lembrou ter trabalhado durante 30 anos.

Enquanto trabalhava para a Save the Children, entre 2011 e 2015, Forsyth foi acusado por três funcionárias de enviar-lhes mensagens de texto inadequadas, comentar a roupa que usavam ou o que sentia por elas. O caso foi revelado pela imprensa britânica nesta quarta-feira.

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Forsyth, que estava no Unicef desde 2016, considerou que a cobertura do seu caso não tenta só fazer-lhe "prestar contas (com razão)", mas é uma "tentativa de causar prejuízo sério" à causa que defendem as organizações em que trabalhou e à ajuda que prestam.

O Unicef afirmou que a diretora Henrietta Fore aceitou a demissão de seu adjunto. "Agradecemos a Forsyth pelo trabalho feito nos dois últimos anos para defender as crianças mais vulneráveis e ajudar que o Unicef avançasse na sua missão de salvar as vidas dessas crianças", afirmou o fundo.

O Unicef assegurou ainda que não tinha conhecimento das acusações de comportamento inapropriado apresentadas contra diretor-executivo adjunto.

A revelação do episódio ocorreu num momento em que outra organização humanitária internacional, a Oxfam, enfrenta um escândalo após a descoberta de graves infrações e abusos sexuais cometidos por certos funcionários em países como Haiti, Chade, Sudão do Sul ou Libéria.

Uma das denúncias indicou que ex-diretores e funcionários da Oxfam encobriram em 2010 orgias e pagaram prostitutas, algumas possivelmente menores de idade, no Haiti, país na altura devastado por um terremoto que matou mais de 100 mil pessoas.

Diante o escândalo, o secretário-geral da ONU, António Guterres, decretou uma regra de tolerância zero a qualquer comportamento sexual inapropriado que seja cometido dentro da organização ou das respectivas agências.

CN/efe/lusa/rtr/ap/afp

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