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Retirada da Otan

27 de outubro de 2011

Apesar do pedido do governo interino para que tropas continuem em território líbio, Conselho de Segurança diz que retirada de armas facilitará restabelecimento da paz. Preocupação agora é com a segurança nas fronteiras.

ARCHIV - Ein Kampfhubschrauber "Tiger" bei einem Demonstrationsflug in der Piloten-Schule für "Tiger"-Hubschrauber im südfranzösischen Le Luc en Provence (Archivfoto vom 19.04.2005). Ein französisches Rüstungsgeschäft mit Libyen sorgt nach einem «Spiegel»-Bericht für Spannungen zwischen Berlin und Paris. Frankreichs Präsident Sarkozy wolle Libyen zwölf deutsch-französische Kampfhubschrauber «Tiger» liefern, berichtet das Magazin. Die Bundesregierung habe bei vertraulichen Konsultationen aber Vorbehalte angemeldet. EPA/THIERRY CHESNOT (zu dpa 4303) +++(c) dpa - Bildfunk+++
Operações da Otan chegam ao fim depois de sete mesesFoto: picture-alliance/dpa

O Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) cancelou nesta quinta-feira (27/10) a autorização para a continuidade das operações militares da Otan na Líbia, que já duram sete meses e resultaram na queda e posterior morte do ex-líder Muammar Kadafi.

Os 15 países do conselho aprovaram a resolução que coloca fim à intervenção, que incluía a imposição de uma zona de exclusão aérea e permitia que tropas militares estrangeiras, incluindo as da Otan, usassem "todas as medidas necessárias" para proteger os civis. A resolução também estabelece prazo para o fim das operações: as 23h59, horário líbio, do próximo dia 31 de outubro.

A decisão da ONU foi uma negativa a um pedido feito pelo governo interino na Líbia, que havia solicitado a continuidade das operações até que Conselho Nacional de Transição (CNT) decidisse sobre a necessidade de apoio para garantir a segurança nas fronteiras do país. Segundo o embaixador líbio da ONU, Ibrahim Dabbashi, o novo governo estuda as condições de segurança nas fronteiras e sua capacidade de monitorá-las.

Diplomatas ocidentais, no entanto, afirmaram que os membros do conselho não queriam prolongar as ações por mais tempo. Eles afirmaram que questões envolvendo a segurança da fronteira líbia estão fora da alçada da ONU. Agentes da Otan em Bruxelas afirmaram, porém, que membros da aliança estariam livres para oferecer, individualmente, ajuda para a Líbia. Os 28 integrantes da aliança se reunirão nesta sexta-feira para formalizar a decisão das Nações Unidas.

'Governo inclusivo'

A resolução aprovada na ONU ressalta que a presença de armas em território líbio poderia ser um problema devido a seu "potencial impacto" na paz e na segurança regionais.

A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Susan Rice, elogiou a decisão do conselho, o qual, segundo os diplomatas das Nações Unidas, teria ficado bastante dividido com relação à intervenção em uma guerra civil que foi muito além do que os países ocidentais esperavam ou queriam.

"Isso fecha o que eu acho que a história vai julgar como um capítulo de se orgulhar na história do Conselho de Segurança, no qual ele atuou prontamente e efetivamente para evitar um massacre em Bengazi ou outras partes do leste, protegendo os civis", afirmou Rice aos repórteres.

Responsáveis pela morte de Kadafi serão julgados, diz transiçãoFoto: picture-alliance/dpa

Ela pediu que o governo de transição no país se esforce o máximo possível para formar rapidamente um governo "inclusivo, que incorpore todos os aspectos da sociedade líbia e garanta que os direitos do povo sejam totalmente respeitados".

O secretário britânico de Relações Exteriores, William Hague, declarou que a decisão do conselho " é outro marco significativo na busca por um futuro de paz e democrático para a Líbia". "A Líbia entra em uma nova era", afirmou. Ele alertou, porém, que após a controversa morte de Kadafi é vital que os novos dirigentes do país respeitem os direitos humanos.

O embaixador russo Vitaly Churkin, que frequentemente acusou a Otan de abusos na autorização concedida pela ONU para proteger civis, também saudou o fim das intervenções militares em território líbio.

O CNT anunciou oficialmente o fim da era Kadafi na Líbia no dia 23 de outubro, dias após a captura e morte do antigo líder.

Em Trípoli, o CNT aprovou nesta quinta-feira a decisão de levar a julgamento os responsáveis pela morte de Muammar Kadafi. "Começamos as investigações sobre o caso. Qualquer violação aos direitos humanos será investigada", afirmou Abdel Hafi Ghouga, vice-presidente do conselho.

"Os responsáveis (pela morte de Kadafi) serão julgados e terão uma pena justa. Tenho certeza de que foi um ato individual e não uma ação de revolucionários ou das Forças Armadas", afirmou Ghouga. Ele não comentou se os suspeitos da morte estariam presos.

Filho de Kadafi continua desaparecido

O paradeiro de Saif al-Islam, um dos filhos de Kadafi e considerado seu sucessor político, continua sendo um mistério. Rumores indicam que ele e o chefe da Inteligência do ex-chefe do governo líbio, Abdullah al-Senussi, estariam negociando sua rendição à Corte Penal Internacional, em Haia. Eles são acusados de crimes contra a humanidade.

Saif al-Islam disse que iria se entregar ao Tribunal de HaiaFoto: AP

Para um integrante do CNT, a proposta dos dois seria apenas uma manobra para ganhar tempo e fugir da Líbia. "Saif a-Islam e Abdullah al-Senussi (chefe de inteligência de Kadafi) sabem bem que as autoridades líbias vão querer julgá-los no país", afirmou o integrante ao jornal árabe Ashard Al Awsat.

Al-Islam e Al-Senussi estão em fuga desde o dia 20 de outubro, quando tropas anti-Kadafi tomaram a cidade portuária de Sirte, onde o antigo líder foi capturado e morto.

MSB/rts/dpa
Revisão: Francis França

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