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Trump pede ajuda para "restaurar democracia" na Venezuela

25 de setembro de 2018

Em discurso na Assembleia Geral da ONU, presidente americano pede também que comunidade internacional isole o Irã e anuncia que limitará em 25% contribuição dos EUA a missões de paz da organização.

Presidente dos EUA, Donald Trump, durante discurso na Assembleia Geral da ONU
Presidente dos EUA, Donald Trump, durante discurso na ONUFoto: Reuters/C.Allegri

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu nesta terça-feira (25/09) ajuda internacional para "restaurar a democracia na Venezuela", durante seu discurso diante da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.

Trump fez o apelo depois do anúncio de novas sanções, que atingem pessoas próximas ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, incluindo, entre outros, a mulher dele, a primeira-dama Cilia Flores.

"Todos os países do mundo devem resistir ao socialismo e à miséria que ele traz", afirmou o presidente americano, responsabilizando Maduro e os "patrocinadores cubanos" – em referência ao governo de Havana – pela saída de mais de 2 milhões de pessoas do país latino-americano, que atravessa uma grave crise humanitária.

"Pedimos aos países que se unam a nós na restauração da democracia na Venezuela", apelou o líder americano.

As sanções anunciadas pouco antes em Washington pelo Departamento do Tesouro afetam um total de seis pessoas, entre elas também está o ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, e a esposa de Maduro, Cília Adela Flores.

De acordo com os termos das sanções, todos os bens desses indivíduos em território americano ficam congelados e qualquer cidadão americano está proibido de realizar negócios com eles. Além disso, os afetados são proibidos de entrar em território americano.

Questionado pelos jornalistas sobre a Venezuela pouco antes do discurso na ONU, Trump disse que a situação no país é uma "tragédia humana" que os Estados Unidos querem resolver.

Após o anúncio das sanções, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, rejeitou a medida e afirmou que com a decisão "inútil" os Estados Unidos estariam apenas provando que "não podem" com ele. "Vocês querem me atacar, ataquem a mim, mas não se metam com Cília e com a minha família", ressaltou.

Maduro afirmou ainda que recebe as sanções como uma medalha. "Estou rodeado de sancionados. Obrigado, Donald Trump, por me rodear de dignidade. Cada sanção é uma condecoração para os revolucionários", acrescentou.

Isolamento do Irã

O presidente dos Estados Unidos também pediu que a comunidade internacional "isole o regime do Irã" e prometeu que aplicará mais sanções ao país, além das que entrarão em vigor em novembro.

"Pedimos para que todos os países isolem o regime iraniano enquanto continuarem as agressões [por parte do Irã]", declarou. "Não podemos permitir que o principal patrocinador do terrorismo no mundo possua as armas mais perigosas do planeta e os meios para atacar com uma ogiva nuclear."

O mandatário americano argumentou que "muitos governos na região [do Oriente Médio] apoiaram" a saída dos Estados Unidos do "horrível" acordo nuclear assinado em 2015 entre o Irã e um grupo formado por EUA, França, Reino Unido, China, Rússia e Alemanha.

"O acordo era dinheiro caído do céu para os líderes do Irã. A ditadura usou os recursos para construir mísseis e financiar o caos e os massacres na Síria e no Iêmen", argumentou.

Trump anunciou, ainda, que limitará em 25% a contribuição do seu país às missões de paz da ONU e avisou que revisará a ajuda externa que concede a outras nações. "De agora em diante, só vamos dar ajuda estrangeira aos que nos respeitam, e francamente, aos que são nossos amigos", frisou. "Eu disse aos negociadores que os Estados Unidos não pagarão mais do que 25% do orçamento de operações de paz da ONU", acrescentou Trump.

Atualmente, os Estados Unidos financiam 28% das missões de manutenção da paz das Nações Unidas, que contam com um montante total de 7,9 bilhões de dólares. 

MD/dpa/lusa

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