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Na Rússia, Yanukovytch diz que lutará pelo futuro da Ucrânia

28 de fevereiro de 2014

Em primeira aparição após ser deposto, ex-presidente ucraniano questiona legitimidade do Parlamento, afirma que foi derrubado por terroristas e acusa Ocidente de alimentar protestos que culminaram na sua fuga.

Foto: Reuters

Em sua primeira aparição em público após deixar a Ucrânia há uma semana, o presidente deposto Viktor Yanukovytch afirmou nesta sexta-feira (28/02), na cidade russa de Rostov, que quer "lutar pelo futuro da Ucrânia contra os terroristas que tomaram o poder" – referindo-se ao Parlamento, que o destituiu em 22 de fevereiro.

Em entrevista coletiva, Yanukovytch garantiu que voltaria ao país caso sua segurança e de sua família estivesse garantida. Ele, que ainda se considera presidente legítimo da Ucrânia, afirmou que não foi deposto, mas forçado a sair do país por causa das ameaças contra a vida dele e de seus familiares.

"O poder da Ucrânia foi tomado por jovens neofascistas que representam a minoria da população ucraniana. Isso é resultado da irresponsabilidade das políticas do Ocidente", afirmou Yanukovytch, que disse não reconhecer a legitimidade do Parlamento.

Ele garantiu que não vai pedir ajuda militar a Moscou para voltar à Ucrânia e afirmou que considera toda ação militar nesta situação inadmissível. Yanukovytch, que chegou a conversar com o presidente russo, Vladmir Putin, por telefone, negou ter discutido alguma ação para recolocá-lo no poder.

"Acho que a Rússia tem o direito de atuar. Conhecendo o caráter de Putin, estou surpreso que ele ainda se mantenha calmo e com tamanha resignação", disse.

Eleições ilegítimas

O ex-presidente denunciou que os acordos alcançados em 21 de fevereiro com a oposição por meio de mediação de Alemanha, França, Polônia e Rússia não foram cumpridos. O pacto definiu a antecipação das eleições presidenciais para 25 de maio – consideradas por ele ilegítimas; a convocação de um governo de coalizão e a diminuição do poder do presidente; e o aumento da influência do Legislativo.

Yanukovytch assegurou que não vai participar das eleições. Ele acusou países do Ocidente de alimentarem o movimento de protesto que tomou conta da Praça da Independência (Maidan). Ao ser indagado se sentia vergonha pela situação que deixou na Ucrânia, ele pediu perdão aos ucranianos por não conseguir manter a estabilidade do país e permitir que o caos se instalasse.

"Eu não tive força suficiente para manter a estabilidade e por permitir esse caos. Eu gostaria de estender minhas desculpas aos veteranos, ao povo ucraniano (…) pelo que aconteceu na Ucrânia", afirmou.

Em relação à situação na Crimeia – onde homens armados na sexta-feira tomaram o controle de dois aeroportos na região –, Yanukovytch considerou que a península deve continuar a fazer parte da Ucrânia, porém, com maior autonomia. Ao mesmo tempo, advertiu que existe o perigo de um banho de sangue na região.

Para o ex-presidente, o que está acontecendo agora na região autônoma é uma "reação natural" à tomada de poder por "criminosos" na capital Kiev: "Os habitantes da Crimeia naturalmente não se juntarão aos nacionalistas."

FC/rtr/dpa/afp/efe/ap

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