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HistóriaNamíbia

Namíbia remove estátua de líder colonial alemão

Kieran Thomas Robert Burke
23 de novembro de 2022

Após campanha que denunciou monumento como "símbolo de opressão", estátua foi retirada de seu pedestal na capital da Namíbia, Windhoek, e levada para um museu.

Estátua de governante colonial alemão é removida de pedestal na Namíbia
Curt von François foi o fundador de Windhoek em 1890, de acordo com a história colonialFoto: Lisa Ossenbrink/dpa/picture alliance

Autoridades de Windhoek, capital da Namíbia, removeram nesta quarta-feira (23/11) a estátua de um governador colonial alemão após uma campanha para sua remoção.

O porta-voz da cidade, Harold Akwenya, disse à agência de notícias alemã DPA que a estátua de Curt von François – considerado por muitos como o fundador da cidade – seria transferida para o Museu da Independência por segurança.

A estátua será transferida para o Museu da IndependênciaFoto: Lisa Ossenbrink/dpa/picture alliance

Descendente de François critica remoção de estátua

A estátua de von François estava de pé desde 1965. No entanto, uma petição para removê-la — por tudo que ela representa para muitos namibianos — foi iniciada em 2020 pela ativista Hildegard Titus.

Para o ex-prefeito de Windhoek, Job Amupanda, a remoção da estátua de von François foi "o início de um processo para descolonizar Windhoek".

No entanto, nem todos os namibianos estão felizes com a remoção. À publicação local The Namibian, o bisneto de von François, Ruprecht von François, disse que a mudança era um desrespeito ao legado de seu bisavô e equivalia a uma discriminação contra a história dos câmaras.

O bisneto de Von François conta que seu ancestral era casado com sua bisavó — Amalia ǃGawaxas, que era uma princesa damara — e que, como fundador de Windhoek, ele "fez muito por este país”.

O passado colonial da Alemanha e seus efeitos no presente

07:13

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Quem foi von François?

Von François era um alto oficial das forças coloniais alemãs e, de acordo com a história colonial, fundou Windhoek em 1890.

Em 1893, houve escaramuças entre soldados alemães enviados para proteger os colonos alemães e os clãs locais, incluindo os hereros e namas. Von François ordenou um ataque ao chefe Nama Hendrik Witbooi e à aldeia de Hornkranz durante o qual mulheres, crianças e idosos foram massacrados.

As forças coloniais alemãs, como outras no continente africano, reprimiram brutalmente qualquer tentativa de insurreição. De 1904 a 1907, ocorreram assassinatos em massa e este período da história é agora amplamente aceito como o primeiro genocídio do século 20.

Em maio de 2021, o governo alemão reconheceu as atrocidades cometidas contra os herero e nama como genocídio e prometeu enviar ao país 1,1 bilhão de euros ao longo de 30 anos para infraestrutura e ajuda no desenvolvimento.

Essa ajuda não incluiu reparações oficiais. Líderes herero e nama ridicularizaram os pagamentos como "inaceitáveis".

Berlim rejeitou as exigências de novas negociações e insiste na implementação do acordo controverso.

kb/dj (dpa, KNA)

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