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Napolitano se mantém na presidência da Itália até o fim de seu mandato

30 de março de 2013

Desmentindo afirmativas da imprensa, chefe de Estado italiano pretende cumprir mandato até o fim. Negociações dos partidos para formar um governo prosseguem e sucessão presidencial também será complicada.

Foto: Reuters

O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, rechaçou as especulações de que pretenderia renunciar ao cargo. Ele declarou neste sábado (30/03) em Roma que cumprirá com suas responsabilidades até o fim do seu mandato, em 15 de maio próximo. Desse modo, o político de 87 anos de idade desmentiu as notícias da mídia de que entregaria o posto, a fim de abrir logo o caminho para novas eleições.

Napolitano pediu que todos os partidos se conscientizassem de sua responsabilidade política, ajudando na superação da crise governamental, e prometeu que também se esforçará para encontrar uma saída para a atual estagnação em Roma.

Pier Luigi Bersani: vencedor incapacitado de governarFoto: Reuters

Antes, o chefe de Estado fracassara na tentativa de unir num governo majoritário os grandes partidos representados no Parlamento. No entanto, ele não tem poderes de dissolver o Parlamento, já que seu mandato termina em cerca de seis semanas, e a Constituição italiana só permite tal medida no mínimo seis meses antes do fim de um mandato presidencial.

Perspectivas obscuras

Assim, ainda poderá demorar bastante a paralisia política da terceira maior economia da zona do euro, iniciada com o impasse após as eleições de fevereiro. A aliança de centro-esquerda de Pier Luigi Bersani conquistou o maior número de votos e a maioria absoluta na Câmara dos Deputados. No entanto, para poder governar, faltava-lhe a maioria no Senado, a segunda câmara do Parlamento, com peso político equivalente.

Encarregado pelo presidente da formação do governo, o democrata de esquerda se empenhou em vão por uma aliança com o movimento de protesto Cinco Estrelas, do humorista Beppe Grillo. Por sua vez, Bersani rechaçou a oferta do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi para formar uma grande coalizão com partido de centro-direita deste, o Povo da Liberdade (PdL).

Após seis dias de sondagens, na última quinta-feira, Bersani devolveu a Napolitano a tarefa de compor o governo. Nas conversas com o chefe de Estado, os líderes partidários não fizeram mais do que reiterar suas respectivas posições.

Berlusconi voltou a oferecer aos democratas de esquerda a possibilidade de uma coligação, que estes novamente recusaram. O ex-premiê, em contrapartida, opôs-se à proposta de um governo não partidário formado por tecnocratas, a exemplo do gabinete interino liderado por Mario Monti.

Já o movimento de Grillo insiste na prerrogativa de compor o governo. Segundo seu chefe de bancada no Senado, Vito Crimi, para o Cinco Estrelas está fora de cogitação "tanto um governo de políticos quanto um governo de tecnocratas disfarçados de políticos". O movimento de protesto foi o terceiro mais votado no pleito parlamentar, atrás do PdL.

Beppe Grillo segue linha intransigenteFoto: Reuters

Em 15 de abril começam as eleições pela sucessão de Napolitano. Em face das atuais relações de maioria no Parlamento, também esse processo eleitoral deverá ser penoso.

Desde meados de 2011 a Itália se encontra em recessão, sem que haja perspectiva de um reaquecimento da conjuntura: a terceira mais importante economia da União Europeia sofre sob o fardo do alto endividamento estatal e de uma grande taxa de desemprego.

AV/dpa/ap/afp/rtr

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