Ilhas Halligen
8 de maio de 2010O nível do mar não para de subir desde a última Era Glacial, explica a Fundação das Halligen da Frísia do Norte. Como consequência, o Mar do Norte invadiu, na Baixa Idade Média, uma parte habitada do continente. Somente ilhas mais elevadas sobreviveram a estas invasões marinhas.
A diferença das Halligen para ilhas comuns é que, durante uma forte maré alta, somente suas partes mais altas, chamadas de Warften – montes artificiais de terra, sobre os quais se localizam as edificações – ficam visíveis.
Já existiram mais de 100 Halligen. Hoje, não são mais do que dez. Dividida entre a Alemanha e a Dinamarca, sua população não chega a 400 pessoas, ainda marcadas pela vida isolada de seus antepassados. Apesar do isolamento, o turismo substituiu, no entanto, a pescaria, a agropecuária e o comércio de sal como principal fator econômico.
Quem é o mais forte
Com cerca de 120 habitantes e quase dez quilômetros quadrados, Langeness tem 16 Warften e é a maior de todas as Halligen alemãs. Hooge é bem menor (5,74 Km), mas sua população de 133 pessoas a faz a Hallig mais populosa. Gröde, Nordstrandischmoor e Oland pertencem ainda ao rol das maiores e mais populosas Halligen que oferecem boas acomodações para turistas.
A Hallig Nordstrandischmoor, por exemplo, tem "data de nascimento" precisada pela Fundação das Halligen da Frísia do Norte em 12 de outubro de 1634, quando uma maré alta fortíssima dividiu a Ilha Strand em diversas partes.
Com o passar dos séculos, o mar sempre mostrou à Hallig quem era o mais forte: dos 500 hectares iniciais, sobraram somente 175. Por cerca de 40 a 50 vezes por ano, Nordstrandischmoor apresenta o fenômeno da Landunter, literalmente "terra a baixo", ou seja, quando o mar faz visíveis somente os montes Warften.
Parque Nacional do Mar de Baixio de Schleswig-Holstein
Por sua importância ambiental, as Halligen menores – Habel, Südfall, Süderoog, Norderoog e a Hamburger Hallig pertencem ao Parque Nacional do Mar de Baixio de Schleswig-Holstein. Não incluídas na zona de proteção do Parque, estão as Halligen maiores e as ilhas da Frísia do Norte, também circundadas pelo Mar de Baixio ou Wattenmeer.
Os esforços de preservação das Hallig é grande, explica a Fundação. Eles formam um paredão contra as ondas do Mar do Norte, estabilizando assim as superfícies de baixio. Desta forma, assumem uma importante função na proteção dos diques continentais.
Após as tormentas de 1953 e 1962, os Warften foram fortificados e edifícios mais resistentes foram construídos. Além disso, as Halligen foram interligadas às redes de água, esgoto e energia elétrica.
O charme do difícil
O charme das pequenas ilhas, no entanto, está ainda hoje no seu difícil acesso. Até a primeira metade do século 19, o correio só chegava três vezes por ano aos habitantes das Halligen, explica a autora Christina Lüdeke. Um inverno forte fazia a travessia por navio impossível e os insulanos ficaram isolados por semanas. Ainda hoje, a viagem ao continente tem que ser bem planejada.
Freqüente nos meses de primavera e verão, o acesso às Halligen Hooge e Langeness é feito através de balsas e navios de excursão. Nos meses de outono e inverno, no entanto, esta oferta se reduz a uma vez por semana.
A Hallig Nordstrandischmoor é ligada ao continente através de uma linha de trilho. Os meios de transporte são as Loren, vagões abertos, que antes eram movidos a vela. Há muito motorizadas, as Loren são dirigidas pelos donos de pousadas, que vão receber seus hóspedes no continente.
A vantagem destes vagões em relação aos navios é que podem ser utilizados mesmo durante um forte inverno. Isto não impede, no entanto, de inundações e tormentas tornarem o passeio ao continente e a compra de suprimentos impossíveis. Por isto, os habitantes das Halligen mantêm, frequentemente, um estoque caseiro de mantimentos para até dois meses, comenta Lüdeke.
Autor: CA
Revisão: Nádia Pontes