Nasa detecta possível emissão de vapor em lua de Júpiter
27 de setembro de 2016
Telescópio espacial Hubble captura imagens de emissões em Europa. Satélite é um dos lugares mais promissores para existência de vida fora da Terra e possui oceano coberto por camada de gelo.
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A Nasa afirmou nesta segunda-feira (26/09) que detectou possíveis emissões de vapor d'água na superfície de uma das luas do planeta Júpiter. O fenômeno em Europa foi capturado em imagens pelo telescópio espacial Hubble.
Europa possui um oceano com duas vezes mais água do que todo o volume existente na Terra escondido embaixo de uma camada extremamente fria e dura de gelo, cuja espessura é desconhecida.
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Segundo a Nasa, as imagens do telescópio mostram o que podem ser emissões de vapor d'água que emergem na superfície da lua. A descoberta aumenta as chances de que missões futuras enviadas ao satélite possam analisar seu oceano sem a necessidade de perfurar a camada de gelo. A agência americana destacou que os vapores seriam emitidos por gêiseres.
"O oceano de Europa é considerado um dos lugares mais promissores que podem potencialmente abrigar vida no sistema solar", afirmou o administrador associado interino do diretório de missões científicas da Nasa em Washington, Geoff Yoder. "Essas colunas de fumaça, se realmente existem, podem apresentar outra forma de recolher amostras abaixo da superfície de Europa", acrescentou.
As imagens mostram que as emissões atingiram uma altura de cerca de 200 quilômetros antes de voltar à superfície. O fenômeno foi detectado enquanto cientistas da equipe de William Sparks, do Instituto de Ciência Telescópica Espacial (STScI), observavam um extremo da lua enquanto ela passava diante de Júpiter.
Os pesquisadores tentavam descobrir se Europa possui uma atmosfera magra ou uma exosfera capaz de bloquear a luz emitida pelo planeta. As emissões de vapor foram detectadas em três ocasiões em 2014, próximo a região do pólo sul da lua.
Missões na lua
Caso confirmada a descoberta, Europa seria a segunda lua do sistema solar conhecida por emitir vapor d'água. Em 2005, a nave internacional Cassini, da Nasa, identificou jatos da substância sobre a superfície da lua Encélado, de Saturno.
Ligeiramente menor do que a lua da Terra, a Europa possui cerca de 3,1 mil quilômetros de diâmetro. Entre os quatro maiores dos 67 satélites de Júpiter, ela é o segundo maior mais próximo do planeta.
A Nasa planeja duas missões à Europa nas próximas décadas. Em uma delas, uma sonda, que deverá ser lançada em 2020, irá recolher amostras de materiais rentes a sua superfície.
CN/efe/lusa/rtr
Vinte e cinco anos do Hubble
Em um quarto de século a serviço da ciência, telescópio espacial forneceu milhares de imagens do cosmos que revolucionaram nossa concepção do universo e da criação.
Foto: NASA/ESA/B. Whitmore
De olho no universo
Desde 1990, o veterano da telescopia espacial encontra-se em órbita em torno da Terra, a 600 quilômetros de altura e a uma velocidade de 28 mil quilômetros por hora. O Hubble tem mais ou menos as medidas de um ônibus: 11 metros de comprimento e cerca de 11 toneladas.
Foto: NASA/Getty Images
Bolha cósmica
Uma estrela jovem e extremamente quente libera uma gigantesca esfera de gases. O Hubble tem ajudado a compreender o nascimento de estrelas e planetas, determinar a idade do universo e estudar a misteriosa matéria escura que provoca a expansão do universo.
Foto: AP
Photoshop cósmico
A nebulosa Carina é umas principais zonas onde nascem estrelas na nossa galáxia. As cores nesta incrível fotografia não são apenas belas, mas também revelam muito sobre as propriedades químicas dos gases componentes. Na verdade trata-se de "photoshopagem", elas são adicionadas por especialistas a posteriori, a partir das informações disponíveis. As fotos originais do Hubble são preto e branco.
Foto: picture-alliance/dpa/Eso/Ho
Cores diáfanas
As diversas tonalidades nesta foto revelam as várias substâncias presentes. O vermelho, por exemplo, indica a presença de enxofre, o verde representa hidrogênio e o azul, oxigênio.
No entanto, as primeiras fotos tiradas pelo telescópio espacial eram totalmente imprestáveis: o espelho principal, de 2,4 metros, havia sido polido de forma errada. Em 1993, a nave espacial Endeavour partiu em direção ao Hubble, que ganhou então uma lente corretiva –"óculos", em termos humanos. Ao todo já houve cinco missões de manutenção e atualização de equipamentos, a mais recente em 2009.
Foto: picture-alliance/dpa/Nasa
Creche do cosmo
Esta espetacular foto foi tirada em dezembro de 2009. Os pontos azuis são estrelas muito jovens, contando apenas uns poucos milhões de anos. Essa creche estelar se encontra na Grande Nuvem de Magalhães, uma outra galáxia da nossa Via Láctea.
Foto: picture-alliance/dpa/Nasa
Uma borboleta?
Flagrante no espaço: ninguém sabe muito bem o que o Hubble captou nesta imagem, mas ela dá asas à imaginação. Esta frágil e misteriosa aparição é um dos 30 mil objetos celestes que o telescópio registrou para a eternidade.
Foto: NASA/ESA/ Hubble Heritage Team
Aparição mística
Como a maioria das imagens do Hubble, esta – quase metafísica – é composta por diversas fotografias. A Galáxia do Sombreiro se localiza na constelação de Virgem, a meros 28 milhões de anos-luz de nosso planeta.
Foto: NASA/ESA/ Hubble Heritage Team
Hubble, pai
O telescópio espacial foi batizado em homenagem a Edwin Powell Hubble (1889-1953). O astrônomo americano foi quem descobriu que a maioria das galáxias vai se afastando da Via Láctea. Assim ele lançou as bases para a Teoria do Big Bang, defendida pela moderna cosmologia.
Foto: picture-alliance/dpa
Colunas da criação do universo
Estas estruturas em forma de coluna se localizam na Nebulosa da Águia, que fica cerca de 7 mil anos-luz distante da Terra. Fotografadas pelo Hubble, elas correram mundo sob o cognome de "Colunas da Criação".
Foto: NASA, ESA/Hubble and the Hubble Heritage Team
James Webb a postos
O Hubble ainda continuará prestando seus serviços por algum tempo. No entanto, sua órbita vem perdendo altura e pode ser que, em 2024, ele retorne à atmosfera terrestre, entrando em incandescência. Seu sucessor já está a postos: o James Webb ganha o espaço já em 2018, para orbitar a 1,5 milhão de quilômetros da Terra.
Foto: picture-alliance/dpa/Nasa/Chris Gunn
Carinha feliz
Até lá, o Hubble prossegue alegremente sua missão e, espera-se, continuará fornecendo outros fascinantes vislumbres do espaço sideral. Este é, aliás, seu mais recente instantâneo: um "smiley" no cosmos. Sem entrar em detalhes mais técnicos: a carinha feliz resulta de um fenômeno físico, a luz curva.