Planeta anão é coberto por montanhas de gelo com altitudes superiores a 3,5 mil metros. Fotografias revelam mancha em forma de coração na sua superfície. Lua Caronte surpreende cientistas.
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A Nasa divulgou nesta quarta-feira (15/07) as primeiras imagens de Plutão e de sua lua Caronte feitas pela sonda não tripulada New Horizons. As fotografias em alta resolução revelaram montanhas de gelo na superfície do planeta anão.
"A missão teve nove anos para criar expectativas sobre o que veríamos com a aproximação de Plutão e Caronte. Hoje, nós recebemos as primeiras amostras de tesouros científicos coletados durante momentos decisivos. E, eu posso dizer, elas superaram dramaticamente aquelas expectativas", afirmou o diretor associado da Nasa John Grunsfeld.
As imagens da região próxima à base do coração visto na superfície de Plutão revelaram uma cordilheira com picos que ultrapassam 3,5 mil metros de altitude. "A New Horizons já está enviando resultados incríveis. Os dados são absolutamente maravilhosos", afirmou o principal pesquisador da missão, Alan Stern.
Pelas fotografias, estima-se que as montanhas na superfície do planeta anão tenham se formado há no máximo 100 milhões de anos, bem depois do surgimento do sistema solar, há 4,56 bilhões de anos.
Ao contrário de suas luas de gelo, Plutão não pode ser aquecido por interações gravitacionais com um corpo planetário maior, por isso os cientistas acreditam que sua formação montanhosa deve ter sido ocasionada por outro processo.
Já as nítidas imagens da maior lua do planeta anão, Caronte, mostraram um terreno jovem e variado. Os pesquisadores se surpreenderam com a aparente falta de crateras. As fotografias também revelaram um cânion de cerca de sete a nove quilômetros de profundidade.
Dados espectroscópicos apontaram ainda a presença abundante de metano congelado na superfície de gelo de Plutão. A concentração desse hidrocarboneto, no entanto, varia bastante entre as regiões.
Missão New Horizons
A sonda não tripulada New Horizons, da Nasa, alcançou o ponto mais próximo de Plutão, a 12.500 quilômetros do planeta anão, na terça-feira, depois de quase uma década de viagem. Esse é o destino final da turnê planetária pelo sistema solar da Nasa, que começou há 50 anos, na época do presidente John Kennedy.
A viagem da New Horizons iniciou-se no começo de 2006, quando Plutão ainda era classificado como um planeta. Meses depois foi rebaixado para planeta anão. A sonda já percorreu mais de 4,88 bilhões de quilômetros.
A New Horizons é a primeira sonda a passar por Plutão, e seus sete instrumentos científicos visam revelar detalhes da superfície, da temperatura, da geologia e da atmosfera do corpo celeste e de suas cinco luas, incluindo a maior delas, Caronte.
Pouco maior que um piano, New Horizons é a nave mais rápida já construída. Atualmente se desloca a uma velocidade de 49.570 quilômetros por hora. Ela é a primeira sonda a visitar um planeta inexplorado desde as missões Voyager da Nasa, lançadas na década de 1970.
A New Horizons mostrou também, segundo os cientistas, que o planeta anão é entre 20 a 30 quilômetros maior do que se pensava anteriormente, com um raio de 1.185 quilômetros.
CN/afp/ots
Vinte e cinco anos do Hubble
Em um quarto de século a serviço da ciência, telescópio espacial forneceu milhares de imagens do cosmos que revolucionaram nossa concepção do universo e da criação.
Foto: NASA/ESA/B. Whitmore
De olho no universo
Desde 1990, o veterano da telescopia espacial encontra-se em órbita em torno da Terra, a 600 quilômetros de altura e a uma velocidade de 28 mil quilômetros por hora. O Hubble tem mais ou menos as medidas de um ônibus: 11 metros de comprimento e cerca de 11 toneladas.
Foto: NASA/Getty Images
Bolha cósmica
Uma estrela jovem e extremamente quente libera uma gigantesca esfera de gases. O Hubble tem ajudado a compreender o nascimento de estrelas e planetas, determinar a idade do universo e estudar a misteriosa matéria escura que provoca a expansão do universo.
Foto: AP
Photoshop cósmico
A nebulosa Carina é umas principais zonas onde nascem estrelas na nossa galáxia. As cores nesta incrível fotografia não são apenas belas, mas também revelam muito sobre as propriedades químicas dos gases componentes. Na verdade trata-se de "photoshopagem", elas são adicionadas por especialistas a posteriori, a partir das informações disponíveis. As fotos originais do Hubble são preto e branco.
Foto: picture-alliance/dpa/Eso/Ho
Cores diáfanas
As diversas tonalidades nesta foto revelam as várias substâncias presentes. O vermelho, por exemplo, indica a presença de enxofre, o verde representa hidrogênio e o azul, oxigênio.
No entanto, as primeiras fotos tiradas pelo telescópio espacial eram totalmente imprestáveis: o espelho principal, de 2,4 metros, havia sido polido de forma errada. Em 1993, a nave espacial Endeavour partiu em direção ao Hubble, que ganhou então uma lente corretiva –"óculos", em termos humanos. Ao todo já houve cinco missões de manutenção e atualização de equipamentos, a mais recente em 2009.
Foto: picture-alliance/dpa/Nasa
Creche do cosmo
Esta espetacular foto foi tirada em dezembro de 2009. Os pontos azuis são estrelas muito jovens, contando apenas uns poucos milhões de anos. Essa creche estelar se encontra na Grande Nuvem de Magalhães, uma outra galáxia da nossa Via Láctea.
Foto: picture-alliance/dpa/Nasa
Uma borboleta?
Flagrante no espaço: ninguém sabe muito bem o que o Hubble captou nesta imagem, mas ela dá asas à imaginação. Esta frágil e misteriosa aparição é um dos 30 mil objetos celestes que o telescópio registrou para a eternidade.
Foto: NASA/ESA/ Hubble Heritage Team
Aparição mística
Como a maioria das imagens do Hubble, esta – quase metafísica – é composta por diversas fotografias. A Galáxia do Sombreiro se localiza na constelação de Virgem, a meros 28 milhões de anos-luz de nosso planeta.
Foto: NASA/ESA/ Hubble Heritage Team
Hubble, pai
O telescópio espacial foi batizado em homenagem a Edwin Powell Hubble (1889-1953). O astrônomo americano foi quem descobriu que a maioria das galáxias vai se afastando da Via Láctea. Assim ele lançou as bases para a Teoria do Big Bang, defendida pela moderna cosmologia.
Foto: picture-alliance/dpa
Colunas da criação do universo
Estas estruturas em forma de coluna se localizam na Nebulosa da Águia, que fica cerca de 7 mil anos-luz distante da Terra. Fotografadas pelo Hubble, elas correram mundo sob o cognome de "Colunas da Criação".
Foto: NASA, ESA/Hubble and the Hubble Heritage Team
James Webb a postos
O Hubble ainda continuará prestando seus serviços por algum tempo. No entanto, sua órbita vem perdendo altura e pode ser que, em 2024, ele retorne à atmosfera terrestre, entrando em incandescência. Seu sucessor já está a postos: o James Webb ganha o espaço já em 2018, para orbitar a 1,5 milhão de quilômetros da Terra.
Foto: picture-alliance/dpa/Nasa/Chris Gunn
Carinha feliz
Até lá, o Hubble prossegue alegremente sua missão e, espera-se, continuará fornecendo outros fascinantes vislumbres do espaço sideral. Este é, aliás, seu mais recente instantâneo: um "smiley" no cosmos. Sem entrar em detalhes mais técnicos: a carinha feliz resulta de um fenômeno físico, a luz curva.