Em missão inédita, nave movida a energia solar visitará oito asteroides, explorando as origens da matéria orgânica e do próprio sistema solar. Sonda "Lucy" é homenagem a achado antropológico e a uma canção dos Beatles.
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Partiu de Cabo Canaveral, neste sábado (16/10), a sonda "Lucy", da agência espacial americana Nasa, a fim de explorar os Asteroides Troianos de Júpiter. Cientistas acreditam que esses corpos rochosos contenham resquícios do material primordial que formou os planetas externos do sistema solar.
O foguete Atlas V, responsável por transportar Lucy, partiu da estação de lançamento na Flórida ás 5h34 (hora local, 6h34 em Brasília). Se tudo ocorrer como esperado, a missão inédita durará 12 anos. Trata-se da primeira nave espacial movida a energia solar a se distanciar tanto do Sol.
A sonda examinará um total de oito asteroides, mais do que qualquer missão anterior. "Cada um desses asteroides, essas amostras intocadas, contém uma parte da história do sistema solar, nossa história", exaltou Thomas Zurbuchen, administrador associado do Science Mission Directorate da Nasa, falando à imprensa.
Do fóssil Lucy aos Beatles
Acredita-se que os corpos celestes sejam ricos em compostos carbônicos, possivelmente contribuindo para aprofundar a compreensão dos materiais orgânicos e da vida na Terra.
Apesar de centrada nos Asteroides Troianos, em seu caminho até Júpiter a sonda da Nasa visitará em 2025 um outro tipo de asteroide, batizado "Donald Johanson", numa homenagem ao paleoantropólogo americano responsável pela descoberta de "Lucy", o fóssil de uma ancestral pré-humana.
Da mesma forma que em 1974 esse achado de 3,2 milhões de anos, na Etiópia, proporcionou novos insights sobre a evolução humana, espera-se que a missão Lucy forneça dados reveladores sobre a evolução do sistema solar.
Johanson assistiu ao lançamento da missão, dizendo ter ficado "arrepiado". Em outra homenagem, a sonda leva uma placa gravada com a letra da canção dos Beatles Lucy in the Sky with Diamonds, de 1967.
Em seguida, entre 2027 e 2033, a nave estudará sete asteroides na órbita jupiteriana, com diâmetros entre 20 e 100 quilômetros. Além disso, Lucy fará três sobrevoos (flyby) da Terra, a fim de receber impulsos de gravidade adicional. Desse modo, será a primeira nave espacial a retornar à proximidade do planeta de origem, vinda do sistema solar externo.
av (AFP,Reuters,AP,ots)
Vinte anos de exploração de Marte
Em 1997, a sonda Pathfinder conseguiu transportar o rover Sojourner, primeiro veículo motorizado a passear sobre o planeta vermelho. Duas décadas depois, robôs modernos da Nasa exploram a superfície marciana.
Foto: NASA/JPL
Primeiro veículo em Marte
Em 4 de julho de 1997, chegou a hora: o rover da Nasa Mars Sojourner percorreu os primeiros centímetros sobre o planeta vermelho. Foi a primeira vez que um robô móvel se movimentou quase de forma autônoma sobre Marte. Ele estava equipado com câmeras ópticas e um espectrômetro de raios-X para análise química do solo.
Foto: NASA/JPL
Sempre perto da nave-mãe
Aqui se vê a sonda Pathfinder. Ela conseguiu assentar o Sojourner de forma segura na superfície de Marte – amortecido por airbags espalhados pelo solo. Depois do início da rolagem, o robô pôde até mesmo medir a abrasão de suas rodas. Isso foi importante para a preparação de outras missões com Mars Rovers, veículos exploradores de Marte.
Foto: NASA/JPL
Quase quatro meses em ação
O robô Sojourner permaneceu em atividade até 27 de setembro de 1997. Em seu tempo de vida, ele percorreu cerca de cem metros. Aqui é uma das últimas fotos que a sonda Pathfinder fez de seu acompanhante – nove dias antes de a comunicação ser interrompida. Provavelmente, a bateria não suportou as baixas temperaturas noturnas.
Foto: NASA/JPL
Um nanico e seus grandes sucessores
Esta foto mostra funcionários da NASA junto a maquetes de três gerações de Mars Rovers. O pequeno, à frente, é o Sojourner – com 10,6 kg, ele não era maior que um carro de brinquedo, sua velocidade: 1 cm/s. Já os 185 kg do Opportunity equivalem a mais que uma cadeira de rodas elétrica. Com 900 kg, o Curiosity corresponde ao peso de um carro pequeno. A velocidade dos dois maiores chega a 5 cm/s.
Foto: NASA/JPL-Caltech
Tecnologia pioneira
Sem a experiência com o rover Sojourner, as três missões seguintes de exploração de Marte teriam sido impensáveis. Em 2004, a Nasa enviou dois robôs idênticos: Spirit conseguiu durar sete anos e percorreu 7,7 quilômetros. O veículo superou montanhas, recolheu amostras do solo e sobreviveu ao inverno e a tempestades de areia. Opportunity está até hoje em atividade.
Foto: picture alliance/dpa
Aperfeiçoamentos técnicos
Já em 2015, o Opportunity conseguiu percorrer a distância de uma maratona: 42 km. O robô possui um braço mecânico que lhe permite recolher amostras do solo, além de três diferentes espectrômetros e câmeras 3D. Atualmente, ele se encontra no Perseverance Valley, ou Vale da Perseverança. Depois de mais de 13 anos, também o próprio robô tem provado ser muito persistente e perseverante.
Foto: picture-alliance/dpa
Robô gigante
Curiosity é o maior e mais moderno de todos os Mars Rovers. Ele pousou em 6 de agosto de 2012 no planeta vermelho. Desde então, percorreu 17 quilômetros e ainda continua em forma. Uma bateria de isótopo radioativo lhe garante a energia, que praticamente nunca vai se esgotar. Também chamado de "Laboratório de Ciência de Marte", o Curiosity é um laboratório científico sobre rodas.
Foto: picture-alliance/dpa/Nasa/Jpl-Caltech/Msss
Interior impressionante
O Curiosity possui espectrômetros especiais que, com o uso de laser, podem analisar amostras a distância. Uma estação meteorológica integrada mede, além da temperatura, também pressão atmosférica, umidade, radiação e velocidade do vento. Além disso, o robô possui uma unidade de análise para a determinação de compostos orgânicos – sempre em busca de vida extraterrestre.
Foto: NASA/JPL-Caltech/MSSS
Além da superfície
O braço do Curiosity está equipado com uma verdadeira broca. Na foto, pode-se ver o robô recolhendo uma amostra na cratera Gale.
Foto: NASA/JPL-Caltech
No laboratório
A tecnologia sofisticada do Curiosity permitiu, pela primeira vez, armazenar as amostras recolhidas nos mais diversos aparelhos de análise científica. Primeiro, as partículas passam por um sistema de filtragem. Depois, por meio de vibração, elas são classificadas em diferentes tamanhos e redistribuídas.
Foto: picture alliance/AP Photo/NASA
Paisagens inspiradoras
Estas imagens vão ficar na memória da maioria das pessoas. Esta foto foi tirada pela câmera de mastro da Curiosity. De alguma forma, ela não parece tão incomum e lembra desertos do nosso planeta. Dá vontade de ir lá ou é melhor deixar Marte para os robôs?