Empresa de Elon Musk vence companhia de Jeff Bezos e garante contrato de 2,9 bilhões de dólares para a próxima missão lunar tripulada da agência espacial americana.
Anúncio
A Nasa escolheu a companhia SpaceX, do empresário Elon Musk, para a próxima missão tripulada à Lua, anunciou nesta sexta-feira (16/04) a agência espacial americana.
"Estamos todos muito emocionados em anunciar que escolhemos a SpaceX para continuar com o desenvolvimento de nosso sistema de pouso humano integrado", declarou Lisa Watson-Morgan, chefe do programa de Sistema de Aterrissagem Humana da Nasa, em coletiva de imprensa.
A empresa fundada em 2002 por Musk, que é presidente da Tesla, venceu o concurso com o protótipo da nave espacial Starship, concebida para transportar grandes tripulações e cargas em viagens espaciais de longa distância. O veículo está sendo testado nas instalações da SpaceX no sul do Texas, mas as quatro tentativas de voo até agora terminaram em explosão.
O contrato de 2,9 bilhões de dólares é a mais importante vitória da SpaceX e reforça a posição da empresa como parceira privilegiada da Nasa. Em 2020, a companhia se tornou a primeira empresa privada a enviar com sucesso uma tripulação à Estação Espacial Internacional.
No concurso, a SpaceX venceu a empresa Blue Origin, de Jeff Bezos, e a empreiteira de defesa Dynetics, se tornando assim a única escolha da Nasa para o programa – uma ruptura surpreendente com as práticas anteriores da agência espacial, que normalmente escolhe várias empresas a fim de se prevenir caso uma delas venha a falhar.
A última missão tripulada à Lua, a Apollo 17, aconteceu em dezembro de 1972, três anos depois da chegada do homem à sua superfície, com a missão Apollo 11.
Ao todo, estiveram na Lua 12 astronautas americanos, sendo dois deles civis: o engenheiro Neil Armstrong e o geólogo Harrison Schmitt – o primeiro e o último homens a pisarem em solo lunar, respectivamente.
Anúncio
Programa Artemis
Em maio de 2019, a Nasa anunciou que a próxima missão lunar tripulada, ainda sem custos contabilizados, se chamaria Artemis, que, na mitologia greco-romana, era a irmã gêmea de Apolo e deusa da caça e da Lua.
Dois meses antes, o governo do então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já tinha antecipado em quatro anos, para 2024, o regresso de astronautas americanos à Lua, incluindo a primeira mulher.
Os planos da Nasa são de transportar quatro astronautas a bordo de uma cápsula Orion, usando um foguete de seu Sistema de Lançamento Espacial. A Orion se acoplará, então, a uma estação orbital na Lua, chamada Gateway. Ali, a Starship de Elon Musk estará esperando para receber dois membros da tripulação para a etapa final da viagem até a superfície da Lua.
Os astronautas pousarão no polo sul do satélite, onde há gelo nas suas crateras e, portanto, condições para ter potencialmente água em sua forma líquida.
ek (AFP, AP, Lusa)
Vinte anos de Estação Espacial Internacional
Em 20 novembro de 1998 foi enviado ao espaço primeiro módulo para a construção da ISS, e três anos mais tarde a primeira tripulação a ocupava. Uma história de sucesso na cooperação e pesquisa internacionais.
Foto: NASA
"Pedra fundamental" de 19 toneladas
A primeira seção da Estação Espacial Internacional (ISS) a ganhar o espaço sideral, em 20 de novembro de 1998, foi o módulo russo de carga e controle Zarya. Ele pesava mais de 19 mil quilos e media 12 metros. Num exemplo precoce de cooperação internacional, foi encomendado e pago pelos Estados Unidos, mas desenvolvido e construído por uma companhia espacial russa.
Foto: NASA
República para seis
Seis astronautas vivem e trabalham simultaneamente na ISS, enquanto ela atravessa o cosmo a mais de 27 mil quilômetros por hora, completando uma órbita terrestre a cada 90 minutos. Depois da Lua, é o objeto mais luminoso no céu noturno, podendo ser vista a olho nu.
Foto: Reuters/NASA
Expedição número um
Esta foi a primeira tripulação da ISS: o astronauta americano William Shepherd (c) e os russos Yuri Gidzenko (e) e Serguei Krikalev chegaram à estação espacial em 2 de novembro de 2000, permanecendo nela por 136 dias.
Foto: NASA
Um longo ano
Em média, as tripulações permanecem cinco meses e meio na ISS. Dois que aguentaram bem mais tempo foram o astronauta Scott Kelly (foto), da Nasa, e o cosmonauta da Roscosmos Mikhail Kornienko, totalizando um ano inteiro na estação.
Foto: picture-alliance/dpa/NASA
Tripulação multinacional
O astronauta canadense Chris Hadfield na ISS, no Natal de 2012. Nos últimos anos, cidadãos de 18 países estiveram a bordo da estação internacional. A maioria veio dos Estados Unidos, seguidos pelos da Rússia. Outros países de origem são Japão, Canadá, Itália, França, Alemanha, Brasil e Reino Unido.
Foto: Reuters/NASA
O único brasileiro
O primeiro – e único – astronauta brasileiro na ISS é Marcos Pontes, que partiu para a estação em 30 de março de 2006 numa nave russa Soyuz e retornou em 8 de abril, numa missão de dez dias no total, sendo oito na ISS. Em 2018, Pontes aceitou convite do presidente eleito Jair Bolsonaro para ser ministro da Ciência e Tecnologia.
Foto: picture-alliance/dpa/dpaweb/Y. Kochetkov
Ônibus na porta de casa
Tripulantes e suprimentos chegam em ônibus espaciais ou naves de carga. Na foto, acopla-se na ISS o Space Shuttle Atlantis, que esteve operante até 2011. Atualmente todos os astronautas chegam em cápsulas Soyuz, de fabricação russa.
Foto: Getty Images/NASA
Um pouco de ar fresco
Até 2018 realizaram-se 210 excursões ao espaço a partir da ISS. No jargão dos astronautas, esses passeios são chamados EVA, ou "extra-vehicular activity". Em 24 de dezembro de 2013 foi a vez de Mike Hopkins ver a ISS pelo lado de fora.
Foto: Reuters/NASA
Equipamento fora do comum
Diversos braços de robô adornam a ISS. O Canadarm2 mede quase 20 metros e ostenta sete articulações motorizadas. Ele é capaz de levantar até 100 toneladas – ou apenas um astronauta, como, na foto, Stephen Robinson.
Foto: Reuters/NASA
Comunidade de pesquisadores
Os membros da tripulação dedicam cerca de 35 horas por semana a suas pesquisas. O astronauta alemão Alexander Gerst, da Agência Espacial Europeia (ESA), esteve na ISS pela primeira vez em 2014, observando e analisando as alterações sofridas pelo corpo humano em gravidade zero. Sua segunda missão começou em junho de 2018, e desde outubro ele é o primeiro comandante alemão da estação.
Foto: Getty Images/ESA/A. Gerst
Retorno estressante
Quando sua temporada na Estação Espacial Internacional se esgota, os astronautas retornam à Terra em cápsulas Soyuz. O último, emocionante trecho é vencido de paraquedas. Bem-vindos à casa!