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Nasa quer testar foguete movido a energia nuclear até 2027

Louis Oelofse
25 de janeiro de 2023

Entre vantagens da nova tecnologia estaria a capacidade de encurtar o tempo de viagens espaciais, facilitando o envio de astronautas a Marte. Previsão é de missões tripuladas ao planeta vermelho já na próxima década.

Ilustração da espaçonave Draco, que fará a demonstração de um motor de foguete térmico nuclear.
A tecnologia de propulsão térmica nuclear poderá ser usada para futuras missões tripuladas da Nasa a MarteFoto: DARPA

A agência espacial americana Nasa quer desenvolver um foguete movido a energia nuclear capaz de levar astronautas a Marte. O programa foi anunciado nesta terça-feira (24/01) na forma de uma parceria com a Agência de Defesa de Projetos e Pesquisa Avançada do Pentágono (Darpa, na sigla em inglês) e prevê a realização dos primeiros testes já em 2027.

De acordo com os idealizadores do programa, a tecnologia avançada de propulsão térmica nuclear permitirá que a espaçonave seja mais rápida, tenha tempo de viagem mais curto e também possibilitará um envio de carga mais ágil a uma nova base lunar e missões robóticas ainda mais distantes.

Desta maneira, calculam especialistas, uma viagem da Terra para Marte poderia ser encurtada para quatro meses, em vez dos nove meses previstos com um motor convencional de propulsão química.

Humanos em Marte já na próxima década

"Com a ajuda desta tecnologia, os astronautas poderão viajar de e para o espaço profundo mais rápido do que nunca", disse o administrador da Nasa Bill Nelson, por meio de um comunicado, ressaltando que a nova propulsão tem potencial para possibilitar missões tripuladas a Marte.

De acordo com a Nasa, um foguete térmico movido a energia nuclear pode ser três a quatro vezes mais eficiente do que os convencionais e reduzir o tempo de viagem ao planeta vermelho.

Dessa forma, a Nasa acredita que a agência pode estar pronta para enviar humanos a Marte no final da década de 2030.

Preocupações com segurança

Num foguete nuclear térmico, um reator de fusão nuclear produz altas temperaturas, capazes de transformar propulsores de foguetes, como o hidrogênio, de uma fase líquida para gasosa. Como num foguete convencional, o gás é então expelido por um bocal para fornecer impulso.

A Nasa abandonou a tecnologia de propulsão térmica nuclear há cerca de 50 anos, devido sobretudo à falta de financiamento e uma mudança nas prioridades para o desenvolvimento de motores de foguetes químicos para o programa Apollo.

Havia também receios em relação à segurança.

Como uma precaução de segurança adicional, a Darpa afirma agora que passou a usar urânio de alto teor pouco enriquecido em vez de urânio altamente enriquecido.

"A Darpa planeja projetar o sistema para que a reação de fissão do motor Draco (sigla em inglês para Foguete de Demonstração para Operações Cislunares Ágeis) seja ativada apenas quando chegar ao espaço”, afirmou a agência em comunicado.

Testes com o motor de foguete térmico nuclear

No ano passado, a Nasa lançou com sucesso o projeto Artemis, uma missão não tripulada que visa colonizar a Lua e preparar viagens a Marte.

A Missão Artemis, da Nasa, lançou as bases para um retorno à LuaFoto: Bill Ingalls/Nasa/Planet Pix/ZUMA/picture alliance

O motor de foguete térmico nuclear seria, no entanto, primeiro testado na espaçonave experimental da Darpa. A Força Espacial dos EUA planeja fornecer o lançamento para a missão de demonstração.

"Vamos conduzir vários experimentos com o reator em vários níveis de potência no espaço, enviando os resultados de volta aos operadores na Terra, antes de executar remotamente o teste do motor de foguete de potência total", disse Tabitha Dodson, da Darpa.

Enquanto isso, a Nasa pretende dar continuidade ao programa Artemis, enviando uma missão tripulada para voar ao redor da lua ainda este ano, antes de pousar "a primeira mulher e o próximo homem na lua até 2024".

ip (AFP, Reuters, Lusa)

 

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