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Nasce uma região de lagos no Leste da Alemanha

Susana Helfgot (av)9 de julho de 2005

A antiga região sórbia de Lausitz recebe uma segunda chance. Devastada por décadas de exploração do carvão mineral, ela promete em poucos anos transformar-se num paraíso turístico.

Vista aérea de um dos lagos artificiaisFoto: dpa

A minoria étnica dos sórbios denominava "Luzica" – em seu idioma, "terreno pantanoso" – o vasto território entre a Alemanha e a República Tcheca, ao sudeste de Berlim. Atualmente, a região é conhecida como Lausitz, ou Lusácia em português.

Enquanto produzia carvão mineral abundante e de qualidade considerável, Lausitz era densamente povoada. A exploração mineira a dominou a partir do final do século 19, atingindo o ápice entre 1973 e 1989. Durante o governo de Erich Honecker na República Democrática Alemã, 75% da energia provinha do linhito. As escavadoras perfuravam sem parar, abarcando uma superfície equivalente a 5300 campos de futebol.

Com o abandono quase total do carvão, Lausitz perdeu importância econômica, ficando para trás uma paisagem de crateras lunares. Como a indústria a evita, a água é a única esperança da região para manter-se viva.

Salvação pelo turismo

Os governos da Saxônia e de Brandemburgo planejam construir em Lausitz uma cadeia de lagos navegáveis, com uma superfície total de 130 quilômetros quadrados. A fim de atrair o turismo e criar novas fontes de trabalho, os 21 lagos artificiais unidos oferecem diversas atrações, de portos para botes esportivos a campos de equitação, golfe e pouso sobre a água e hotéis flutuantes.

O empreendimento é ambicioso, pois seu ponto de partida são 100 mil hectares de terreno com alto conteúdo de enxofre e esgotado pelas drenagens subterrâneas durante décadas de exploração carvoeira. Após inundar as atuais crateras será necessário, portanto, neutralizar a acidez da água subterrânea, para permitir a vida de plantas e peixes.

O saneamento da paisagem destruída já custou aos governos estaduais 3,5 bilhões de euros. E isso significa apenas a metade da água destinada a encher os 21 fossos. O projeto envolve o transporte de 1,3 bilhão de toneladas de terra, batidas por enormes máquinas vibradoras a 50 metros de profundidade, a fim de firmar o solo arenoso.

Novo lago de Geierswald, entre Senftenberg e HoyerswerdaFoto: dpa

Um mundo de possibilidades

Como a água subterrânea não bastaria para a construção dos lagos artificiais, foi necessário desviar vários rios próximos. Enquanto alguns dos lagos já estão de 80% a 90% cheios, calcula-se que o processo de inundação só se completará em 2018. Em seguida serão construídos 136 quilômetros de caminho pavimentado para os futuros caminhantes, patinadores e ciclistas.

Inspirado nos palácios venezianos sobre palafitas, o professor Wolfgang Fischer, do Instituto de Planejamento de Espaços Livres, sediado em Dresden, projetou um barco-residência, para alugar a turistas e viajar sobre os lagos. Essas casas flutuantes já estarão em circulação em 2005.

Até o momento, o saneamento da paisagem de Lausitz já criou 800 postos de trabalho. Os governos da Saxônia e Brandemburgo definem o conceito econômico da cadeia lacustre como "uma região turística de caráter desportivo, com efeito supra-regional".

Em poucos anos, a região de Lausitz será um ponto ideal para passeios curtos ou de fins de semana, agradando tanto às crianças quanto a jovens e adultos interessados nos esportes da moda.

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