Naufrágio deixa ao menos 45 mortos no Mar Mediterrâneo
28 de maio de 2016
Embarcação com migrantes afunda durante travessia em direção à Europa, e dezenas continuam desaparecidos. Mais de 2 mil pessoas são resgatadas na região em apenas um dia pela Guarda Costeira italiana.
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Pelo menos 45 migrantes morreram nesta sexta-feira (27/05) em um naufrágio no Mar Mediterrâneo e mais de 2 mil foram resgatados por barcos na região, afirmou a Guarda Costeira da Itália. Dezenas de pessoas continuam desaparecidas.
"O navio Vega resgatou 135 migrantes na carcaça de um barco. Quarenta e cinco corpos foram recuperados e as buscas prosseguem", disse a Marinha italiana. Não há informações sobre o número exato de pessoas que estavam a bordo da embarcação no momento do acidente.
A nova tragédia acontece um dia após um naufrágio que matou entre 20 e 30 pessoas. Somente nos últimos três dias, mais de 70 migrantes morreram tentando fazer a travessia no Mediterrâneo em direção à Europa.
"Três naufrágios, em três dias, é preocupante. Agora estamos vendo chegar barcos de pesca em muito mau estado", afirmou Carlotta Sami, porta-voz agência da ONU para Refugiados (Acnur).
Ao longo desta semana, cerca de 14 mil migrantes foram resgatados no Mar Mediterrâneo, segundo a Guarda Costeira italiana e a ONU. O clima mais quente e as águas mais calmas causaram o aumento no número de pessoas que tentam cruzar o mar saindo da Líbia.
O número de migrantes que buscam realizar a travessia tem se mantido constante em relação ao mesmo período dos últimos dois últimos anos. Segundo dados divulgados pelo Acnur em meados de maio, desde o início do ano, mais de 28,5 mil migrantes chegaram à Itália através do Mediterrâneo. A Organização Internacional para as Migrações estima que mais de 1,4 mil pessoas morreram tentando alcançar a Europa por essa rota neste ano.
CN/rtr/lusa/ap
Uma prisão como abrigo para refugiados
Shazia Lutfi, de 19 anos, não praticou nenhum crime. Ela somente fugiu. Seu alojamento agora é um antigo prédio de prisão na Holanda. Fotógrafo Muhammed Muheisen registra vida dos moradores na velha cadeia de Haarlem.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Uma cama, duas cadeiras, um teclado
Eles vêm do Afeganistão: Hamed Karmi (27) e sua esposa Farishta Morahami (25) se instalaram em "sua cela" na cidade holandesa de Haarlem. Enquanto ele faz música no teclado, ela escuta. Nenhuma guerra. Será que eles poderão permanecer na Europa?
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Pouca luz natural
Aqui se tem uma visão geral da prisão De Koepel em Haarlem. Ali estão abrigados centenas de refugiados. Um deles é Reda Ehsan (25), do Irã. Ele faz uma pausa sobre uma mesa no pátio – e pode ver seu novo lar a partir de outra perspectiva.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Uma prisão permanece uma prisão
Mesmo que o edifício seja tombado e as pessoas recebam bons cuidados: uma prisão continua a ser uma prisão. Isso é o que esta imagem documenta. A foto mostra ainda Mohammed Ben Salem (36, esq.) da Argélia e Amine Oshi (22) da Líbia numa pausa para fumar.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Chá no corredor
Em frente à porta de sua cela, Siratullah Hayatullah, do Afeganistão, prefere o chá ao café. Podem-se imaginar cantos mais acolhedores, mas ao menos pela expressão de seu rosto, o jovem de 23 anos parece estar contente com o lugar que escolheu para tomar uma xícara da bebida.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Alojamento para solteiras
Mulheres solteiras estão alojadas numa ala separada. Por essa janela, o fotógrafo Muheisen descobriu uma mulher da Somália. Ijaawa Mohamed tem 41 anos e está diante, como muitos outros, de um futuro incerto. Ela deixou para trás a violência em seu país.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Microcosmo da crise
A antiga prisão na Holanda é um microcosmo do que na Europa se chama "crise migratória". Ali estão alojadas pessoas de regiões de crise em todo o mundo. Yassir Hajji (24) e sua esposa Gerbia (18) vêm do Iraque. Gerbia não vai ao cabeleireiro nem ao salão de beleza. Suas sobrancelhas são tratadas por seu marido.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Uma espécie de lavanderia
Os refugiados vivenciam aqui novamente um mundo em ordem. Sem guerra, sem caos, sem confusão, mas justamente o contrário: muitos nunca puderam usar uma lavanderia como essa em seus países.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Alívio e medo
Este jovem não quer dizer seu nome nem mostrar seu rosto. A razão poderia estar na sua homossexualidade. Mas sabemos que ele vem do Marrocos.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Rezar ajuda
Fatima Hussein, de 65 anos, é uma das refugiadas mais idosas que o fotógrafo Muhammed Muheisen conheceu em Haarlem. Hussein permitiu que ele desse uma olhada em sua cela e até mesmo a fotografasse enquanto rezava. Ela também vem do Iraque.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Passe livre
Naaran Baatar (40), da Mongólia, também veio para Haarlem. Ele joga basquetebol no pátio externo. Os gestores e administradores de abrigos como esse tentam fazer com que as pessoas se acostumem com uma vida em liberdade. Isso se elas puderem ficar e não forem deportadas.