Naufrágios deixam ao menos 700 mortos no Mar Mediterrâneo
29 de maio de 2016
Número se refere ao afundamento de três embarcações que tentavam chegar à Europa somente em uma semana, afirma a agência da ONU para refugiados. No mesmo período, 14 mil foram salvos em operações em mar aberto.
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A agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) afirmou neste domingo (29/05) que ao menos 700 migrantes morreram afogados nesta semana em três naufrágios no Mar Mediterrâneo, durante a tentativa de chegar à Europa.
Os naufrágios dos últimos três dias parecem representar a maior perda de vidas no Mar Mediterrâneo desde abril de 2015, quando um único navio afundou com cerca de 800 pessoas.
A porta-voz da Acnur, Carlotta Sami, estimou em cem o número de desaparecidos após o nafráugio de um barco de traficantes de seres humanos na quarta-feira, ao largo da costa da Líbia.
Ela disse ainda que cerca de 550 migrantes estão sumidos após outra embarcação afundar na manhã desta quinta-feira. Refugiados que viram o barco virar afirmaram que ele levava 670 pessoas, não tinha motor e estava sendo rebocado por outra embarcação antes de afundar.
Sami declarou, ainda, que cerca de 25 pessoas do primeiro barco conseguiram alcançar o segundo, 79 foram resgatadas por patrulhas internacionais e 15 corpos foram recuperados.
No terceiro naufrágio, ocorrido na sexta-feira, Sami afirmou que 135 pessoas foram resgatadas, 45 corpos foram retirados do mar e ainda é desconhecido o número de pessoas desaparecidas. Pelo fato de os corpos sumirem em mar aberto, é impossível saber o número exato de mortos.
Organizações humanitárias e autoridades de resgate dependem dos relatos de sobreviventes para entender o que aconteceu. A polícia italiana confirmou os detalhes do afundamento do barco de quinta-feira, mas, realizando entrevistas com sobreviventes, divulgou um número diferente de desaparecidos.
Segundo a guarda costeira italiana e a ONU, 14 mil pessoas foram salvas durante operações no Mar Mediterrâneo na última semana. Ainda não está claro, no entanto, quantas pessoas morreram afogadas na tentativa de chegar à Europa durante o mesmo período.
FC/afp/rtr/ap/dpa
Uma prisão como abrigo para refugiados
Shazia Lutfi, de 19 anos, não praticou nenhum crime. Ela somente fugiu. Seu alojamento agora é um antigo prédio de prisão na Holanda. Fotógrafo Muhammed Muheisen registra vida dos moradores na velha cadeia de Haarlem.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Uma cama, duas cadeiras, um teclado
Eles vêm do Afeganistão: Hamed Karmi (27) e sua esposa Farishta Morahami (25) se instalaram em "sua cela" na cidade holandesa de Haarlem. Enquanto ele faz música no teclado, ela escuta. Nenhuma guerra. Será que eles poderão permanecer na Europa?
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Pouca luz natural
Aqui se tem uma visão geral da prisão De Koepel em Haarlem. Ali estão abrigados centenas de refugiados. Um deles é Reda Ehsan (25), do Irã. Ele faz uma pausa sobre uma mesa no pátio – e pode ver seu novo lar a partir de outra perspectiva.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Uma prisão permanece uma prisão
Mesmo que o edifício seja tombado e as pessoas recebam bons cuidados: uma prisão continua a ser uma prisão. Isso é o que esta imagem documenta. A foto mostra ainda Mohammed Ben Salem (36, esq.) da Argélia e Amine Oshi (22) da Líbia numa pausa para fumar.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Chá no corredor
Em frente à porta de sua cela, Siratullah Hayatullah, do Afeganistão, prefere o chá ao café. Podem-se imaginar cantos mais acolhedores, mas ao menos pela expressão de seu rosto, o jovem de 23 anos parece estar contente com o lugar que escolheu para tomar uma xícara da bebida.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Alojamento para solteiras
Mulheres solteiras estão alojadas numa ala separada. Por essa janela, o fotógrafo Muheisen descobriu uma mulher da Somália. Ijaawa Mohamed tem 41 anos e está diante, como muitos outros, de um futuro incerto. Ela deixou para trás a violência em seu país.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Microcosmo da crise
A antiga prisão na Holanda é um microcosmo do que na Europa se chama "crise migratória". Ali estão alojadas pessoas de regiões de crise em todo o mundo. Yassir Hajji (24) e sua esposa Gerbia (18) vêm do Iraque. Gerbia não vai ao cabeleireiro nem ao salão de beleza. Suas sobrancelhas são tratadas por seu marido.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Uma espécie de lavanderia
Os refugiados vivenciam aqui novamente um mundo em ordem. Sem guerra, sem caos, sem confusão, mas justamente o contrário: muitos nunca puderam usar uma lavanderia como essa em seus países.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Alívio e medo
Este jovem não quer dizer seu nome nem mostrar seu rosto. A razão poderia estar na sua homossexualidade. Mas sabemos que ele vem do Marrocos.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Rezar ajuda
Fatima Hussein, de 65 anos, é uma das refugiadas mais idosas que o fotógrafo Muhammed Muheisen conheceu em Haarlem. Hussein permitiu que ele desse uma olhada em sua cela e até mesmo a fotografasse enquanto rezava. Ela também vem do Iraque.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Passe livre
Naaran Baatar (40), da Mongólia, também veio para Haarlem. Ele joga basquetebol no pátio externo. Os gestores e administradores de abrigos como esse tentam fazer com que as pessoas se acostumem com uma vida em liberdade. Isso se elas puderem ficar e não forem deportadas.