Soyuz MS-03 é lançada e leva três tripulantes para a Estação Espacial Internacional. Entre eles, está a veterana Peggy Whitson, de 56, que será a mulher mais velha a ir ao espaço.
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A nave russa Soyuz MS-03 foi lançada nesta quinta-feira (17/11) a partir do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, rumo à Estação Espacial Internacional (ISS). Nela, viajam o cosmonauta russo Oleg Novitski, a astronauta americana da Nasa Peggy Whitson, e o francês Thomas Pesquet, da Agência Espacial Europeia (ESA).
O lançamento foi realizado com ajuda de um foguete portador Soyuz-FG. A viagem até à ISS deve durar dois dias. A expectativa é que a nave seja acoplada à estação no próximo sábado.
Assim como no lançamento das duas primeiras naves da nova série Soyuz, a Roscosmos, a agência espacial russa, optou pelo "esquema lento" de aproximação e acoplamento à ISS, e não pelo que vinha sendo utilizado ultimamente, que permite o encaixe na plataforma seis horas depois da decolagem.
Os tripulantes da Soyuz MS-03 serão recebidos na plataforma por seus ocupantes atuais: os russos Sergei Rizhikov e Andrei Borisenko, e o americano Shane Kimbrough, que estão há mais de três meses no espaço.
A nova tripulação celebrará o Natal e o Ano Novo a bordo da ISS e poderá saborear pratos cozinhados num restaurante de Paris com duas estrelas da Michelin, contou o astronauta francês. "Essa comida, infelizmente, não é só para mim, mas para toda a tripulação", brincou Pesquet, responsável por transportar o cardápio festivo.
Recorte espacial
Entre os novos tripulantes, está a Peggy Whitson, de 56 anos, que na próxima semana baterá o recorde da mulher mais velha a ir para o espaço. Desta forma, ela superará a compatriota Barbara Morgan, que chegou com 55 anos na ISS, em 2007.
Whitson também será a primeira mulher a assumir o comando da ISS pela segunda vez. Esta é sua terceira viagem à plataforma. "A coisa mais importante da estação é amizade e o trabalho que realizamos lá", disse a astronauta antes do embarque.
A ISS, um projeto de mais de 150 bilhões de dólares no qual participam 16 nações, atualmente é integrada por 14 módulos permanentes e orbita a uma velocidade de mais de 27 mil quilômetros por hora a uma distância de 400 quilômetros da Terra.
A órbita da plataforma é elevada periodicamente com a ajuda de propulsores de naves acopladas a ela, já que a ISS perde diariamente entre 100 e 150 metros de altitude devido à gravitação terrestre, à atividade solar e outros fatores.
CN/lusa/efe/ap
Diário de um astronauta
No espaço por quase seis meses, o alemão Alexander Gerst capturou imagens impressionantes da superfície da Terra. Experimentos conduzidos pela equipe internacional da ISS podem beneficiar o planeta e a humanidade.
Foto: ESA/NASA
Além da ciência
"Oi Berlim, eu não vejo fronteira nenhuma daqui de cima!", publicou Gerst no Twitter em 9 de novembro de 2014, data do 25º aniversário da queda do Muro de Berlim. Além de conduzir uma série de experimentos em várias áreas da ciência, Alexander Gerst tinha uma outra missão importante: mostrar às pessoas na Terra o quão bonito e fascinante é esse nosso "ponto azul".
Foto: Alexander Gerst/ESA/picture-alliance/dpa
Fenômeno deslumbrante
"Palavras não podem descrever a sensação de voar através de uma aurora boreal" – escreveu Gerst sobre o fenômeno natural. Apesar de ter dificuldade para captar a experiência em palavras, ele conseguiu fazer pesquisas sobre as auroras. Um dos objetivos foi investigar a influência de forças eletromagnéticas da Terra em dispositivos eletrônicos na Estação Espacial Internacional.
Mesmo na Terra, é raro conseguir ver a aurora boreal, chamada também de "luzes do norte". Alexander Gerst teve a sorte de conseguir do espaço esse belo registro da aurora na região polar.
Foto: ESA/NASA
Charada geográfica
Não é uma montanha nem um vulcão. Na verdade, a foto feita por Alexander Gerst mostra a Cratera de Berringer, conhecida também como Cratera do Meteoro, no Arizona. Gerst costumava compartilhar suas fotos nas mídias sociais com a hashtag #geochallenge, desafiando o público a descobrir onde fica o acidente geográfico.
Esse parece ser um pequeno buraco, mas tem mais de 80 quilômetros de diâmetro. Apesar da aparência interessante, tufões como esse podem causar danos imensos na superfície da Terra. "Daqui de cima é surpreendentemente óbvio que o nosso mundo é um sistema conectado", observou Gerst.
Algo que faz as fotos de Alexander Gerst serem tão bonitas e fascinantes é o fato de serem registros instantâneos autênticos. Nesta imagem, tuitada por Gerst como a mais triste tirada por ele, é possível ver explosões e foguetes em Gaza e Israel.
Foto: picture-alliance/dpa/ESA/NASA
Propósitos científicos
As fotos de Gerst, como esta, de um dos vales varridos pelo vento no norte da África, podem ser comparadas a imagens semelhantes dos mesmos lugares feitas anteriormente. Isso ajuda os cientistas a observar as mudanças na superfície da Terra e determinar se elas são naturais ou provocadas pelo homem.
Os círculos nesta imagem não são um trabalho de extraterrestres, mas campos agrícolas irrigados em regiões áridas do México. Alguns dos experimentos de Gerst são relacionados a alimentos – os astronautas cultivam plantas comestíveis na estação espacial para ver se eles poderiam desenvolver métodos mais eficientes de uso da água.
Foto: ESA/NASA
Obras de arte
Algumas das fotos feitas por Gerst parecem obras de um pintor talentoso. Esta imagem mostra um rio no Cazaquistão serpenteando entre a paisagem. O curso das águas de outros tempos também é visível, e assim dá para imaginar a probabilidade de as curvas mudarem outras vezes no futuro.
Foto: ESA/NASA
Outro ponto de vista do infinito
"Quando as luzes vindas do observatório Cupola tingem de laranja o interior da estação espacial, eu posso dizer que estou sobre a África, mesmo sem olhar pela janela", tuitou Gerst. O deserto do Saara parece infinito – para quem está nele. Mas como mostra essa imagem da região na Líbia, até as dunas de areia têm começo e fim.