Beluga Skysails
22 de janeiro de 2008Pela primeira vez, um moderno navio de carga usará a energia do vento, através de uma vela em forma de paraglider. A tecnologia foi desenvolvida pelo engenheiro alemão Stefan Wrage e implementada pelo armador alemão Beluga Shipping.
O navio Beluga Skysails carregado com peças para máquinas deixou o porto de Bremen, no norte da Alemanha, nesta terça-feira (22/01), com destino à Venezuela. Ele está equipado com uma vela de 160 metros quadrados, a peça principal do inovador sistema de propulsão completamente automático e que funciona como complemento ao motor convencional.
O novo sistema deverá ser acionado em cinco dias ao sul dos Açores, no Oceano Atlântico. Lá as condições de vento são ideais, disse uma funcionária da Beluga. Segundo ela, a previsão é de que o navio supere as 4.800 milhas até a Venezuela em 15 dias e que a vela possa ser usada ao menos na metade do trajeto.
Menos 15% a 20% de combustível
Niels Stolberg, proprietário da Beluga, estima que a nova tecnologia possibilite economizar entre 15% e 20% de combustível. Ao mesmo tempo, a empresa salienta tratar-se de um empreendimento ecológico devido à redução da emissão de gases-estufa.
A vela, parecida com um paraglider, é elevada da proa a uma altitude entre 100 e 300 metros sobre a superfície do mar, altura onde a velocidade do vento pode ser mais bem aproveitada.
Para criar o sistema, Wrage inspirou-se no mecanismo da pipa: "O Skysails funciona como uma asa de avião, só que é costurado com um tecido high tech ultraleve. Ele está equipado com sensores, que medem a velocidade e direção do vento. O autopiloto, então, o dirige de tal forma a aproveitar ao máximo a energia do vento".
O sistema foi testado durante vários meses em um barco menor. A Beluga está fabricando navios com capacidade para até 100 toneladas de carga, cujas velas poderão medir até 600 metros quadrados. (rw)