Navios chineses perto das Galápagos preocupam Equador
Diego Zúñiga as
30 de julho de 2020
Frota de 260 pesqueiros está em águas internacionais que ficam entre as áreas exclusivas do Equador e do arquipélago. Pesca predatória pode colocar em risco delicado ecossistema das ilhas Galápagos.
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As Ilhas Galápagos estão bem diante da costa do Equador, a uma distância de cerca de 600 milhas (em torno de 1.000 km). Uma zona econômica exclusiva, de 200 milhas (320km), protege os litorais tanto do país sul-americano como do arquipélago.
Mas bem no meio existe um espaço de 200 milhas de águas internacionais, fora, portanto, da jurisdição equatoriana. Exatamente lá os militares equatorianos avistaram, há duas semanas, cerca de 260 navios pesqueiros, a ampla maioria de bandeira chinesa.
A presença dessas embarcações preocupa as autoridades equatorianas. "Dissemos aos nossos amigos chineses que esse é um assunto que o Equador vê com muito mal-estar e que a sua população considera que deve ser encerrado", afirmou o ministro das Relações Exteriores, Luis Gallegos, a uma radio local.
O Equador teme uma sobre-exploração da fauna marinha dessa área, o que poderia colocar em risco o delicado equilíbrio do ecossistema das Galápagos e levar à extinção de espécies. O arquipélago de Galápagos é Patrimônio Natural da Humanidade e conta com uma reserva marinha de 133 mil km².
Além disso, há o risco da contaminação das águas pelos dejetos de uma enorme frota pesqueira e o risco adicional da introdução de espécies, pois os navios carregam águas que podem trazer espécies de outros lugares, ameaçando assim a biodiversidade local.
O outro temor é que os navios entrem em águas equatorianas, como disse o ministro da Defesa, Oswaldo Jarrín, em entrevista à emissora Teleamazonas.
O presidente do conselho de governo das Galápagos, Norman Wray, disse à DW que a força naval equatoriana está patrulhando e monitorando os limites da zona econômica exclusiva para evitar qualquer ingresso desses pesqueiros. "Além disso, o governo deixou claro que, sem distinção de bandeira, fará respeitar os direitos marítimos do Equador", acrescentou.
Segundo a ONG ambientalista Conservación Internacional Ecuador, a situação se repete pelo quarto ano consecutivo. "Estão pescando nessa zona, que é extraordinariamente rica por causa da confluência de correntes marinhas", explica o diretor-executivo da ONG, Luis Suárez.
Os temores do governo equatoriano têm fundamento. Em 2017, um cargueiro chinês com 300 toneladas de fauna marinha. "Acredita-se que procuram lulas", comenta Suárez, mas, segundo ele, na época foram encontrados 7.200 tubarões nos porões da embarcação, incluindo espécies ameaçadas, como o tubarão-martelo e o tubarão-seda.
As autoridades equatorianas não têm informações sobre o que exatamente os navios chineses fazem nas águas internacionais nem que quantidade de pesca retiram do oceano. "Apenas sabemos que é um número muito elevado", comenta o cientista César Peñaherrera, diretor da Migramar, uma rede internacional de pesquisadores marinhos.
Peñaherrera alerta para o risco da pesca excessiva, que pode acabar com as populações de algumas espécies marinhas na região. "É uma situação muito preocupante", constata. "Mas em águas internacionais é difícil regulamentar a pesca."
Para ele, a solução é a cooperação regional, pois o Equador, sozinho, não tem como resolver o problema. "Equador tem o desafio de fechar acordos com Colômbia, Peru e Costa Rica, que são os países que têm conexão direta com as águas internacionais onde estão operando essas frotas e começar a trabalhar para que se aprovem regulamentações rígidas que permitem controlar o uso de recursos em águas internacionais."
Nesta quarta-feira (29/07), o Equador solicitou uma assembleia extraordinária da Comissão Permanente do Pacífico Sul, uma aliança marítima estratégica entre o país e o Chile, a Colômbia e o Peru. Os países pretendem adotar uma ação conjunta para enfrentar o problema.
Há cerca de 30 mil espécies de peixes. Algumas delas são de cair o queixo, capazes de façanhas como se camuflar, dar choque ou inflar o próprio corpo.
Foto: imago/Olaf Wagner
Poraquê
O poraquê não é uma enguia, mas uma espécie de peixe-elétrico. Ele é capaz de gerar descargas elétricas elevadas, suficientes para matar até um cavalo. Mas geralmente o animal usa sua arma para caçar pequenos peixes. Pesquisadores descobriram recentemente que, ao mesmo tempo, ele usa seu poder de produzir descarga elétrica para localizar presas, como fazem os morcegos com seu sonar.
Foto: imago/Olaf Wagner
Peixe-arqueiro
Este animal vive em mangues e tem outro truque curioso para matar sua presa: ele cospe um jato de água em direção ao ar. Os insetos atingidos caem na água, e o peixe-arqueiro obtém, assim, o seu almoço. Os maiores exemplares chegam a cuspir a até dois ou três metros de distância.
Esse peixe, da família uroscopidae, se esconde na areia e espera que sua presa passe por cima de sua cabeça. Então, ele se atira, rápido como um raio, sobre a vítima e saboreia a comida. Ele tem uma cabeça grande, com uma boca grande, voltada para cima. Quem encontrar esse bicho na natureza tem que ter cuidado, pois ele é venenoso.
Foto: picture-alliance / OKAPIA KG
Peixe-pedra
Venenoso e bom de camuflagem. O peixe-pedra é especialista em ambas as modalidades. Se parece a uma pedra cheia de algas, mas quem pisa em cima, sente seus espinhos venenosos. O veneno causa muita dor e pode matar uma pessoa.
Foto: gemeinfrei
Baiacu
Ele tem uma espécie de estômago de borracha, que pode encher rapidamente com uma grande quantidade de água, quando se sente ameaçado, se tornando maior e redondo. Mas ele também produz o veneno tetrodotoxina, que pode matar uma pessoa rapidamente, mesmo em pequena quantidade. Apesar disso, no Japão, o peixe é uma iguaria – contanto que o cozinheiro saiba como prepará-lo.
Foto: picture alliance/Arco Images
Peixe-pescador
O peixe-pescador atrai a presa com uma espécie de isca, que traz sobre a cabeça. Esta isca até chega a emitir uma luz, despertando a curiosidade da presa. Quando a vítima se aproxima, acaba sendo abocanhada pelo predador. Essa espécie habita quase todos os mares – até mesmo as zonas mais profundas.
Foto: Flickr/Stephen Childs
Peixe-víbora
Para quem procura criaturas bizarras, o fundo do mar é o lugar certo. Com um clima dominado por alta pressão, quase ausência de luz e comida escassa, os animais têm de se adaptar. O peixe-víbora, de até 35 centímetros de comprimento, tem aparência assustadora, com sua boca grande e dentes afiados.
Foto: picture-alliance/dpa
Linguado
O linguado é chato e se camufla extremamente bem, se enterrando na areia do fundo do mar. Quando um pequeno linguado vai se desenvolvendo, seu olho migra através da cabeça até o outro lado, de modo que ambos os olhos fiquem numa só face do peixe.
Foto: picture-alliance/dpa/H.Bäsemann
Cavalo-marinho
Quando falamos de espécies estranhas de peixes, também temos de mencionar este tipo aqui, mesmo que ele se pareça tão doce. O cavalo-marinho é uma das poucas espécies que nadam na vertical. Mas isso não funciona bem, fazendo dele um mau nadador. Os machos carregam os ovos fertilizados e dão à luz os filhotes.
Foto: picture-alliance/ dpa
Saltador do lodo
Este ser parece não ter conseguido se decidir se prefere a água ou a terra e optou por ambos. Ele vive nos manguezais ou, como o nome sugere, no lodo. Suas barbatanas peitorais são bastante fortes, de modo que consegue, assim, se mover na terra. Ele respira através da pele, assim como fazem os anfíbios. Mas ele é, claramente, um peixe.
Foto: picture-alliance/dpa/MAXPPP
Tubarão-martelo
Quem diria que esta forma da cabeça não é estranha? Pesquisadores acreditam que a cabeça achatada para os lados, com um olho em cada ponta, possibilite uma melhor visão panorâmica. Assim, o tubarão-martelo consegue ver mais.
Foto: imago/imagebroker
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Em 2017, um cargueiro chinês com 300 toneladas de fauna marinha. "Acredita-se que procuram lulas", comenta Suárez, mas, segundo ele, na época foram encontrados 7.200 tubarões nos porões da embarcação, incluindo espécies ameaçadas, como o tubarão-martelo e o tubarão-seda.
As autoridades equatorianas não têm informações sobre o que exatamente os navios chineses fazem nas águas internacionais nem que quantidade de pesca retiram do oceano. "Apenas sabemos que é um número muito elevado", comenta o cientista César Peñaherrera, diretor da Migramar, uma rede internacional de pesquisadores marinhos.
Peñaherrera alerta para o risco da pesca excessiva, que pode acabar com as populações de algumas espécies marinhas na região. "É uma situação muito preocupante", constata. "Mas em águas internacionais é difícil regulamentar a pesca."
Para ele, a solução é a cooperação regional, pois o Equador, sozinho, não tem como resolver o problema. "Equador tem o desafio de fechar acordos com Colômbia, Peru e Costa Rica, que são os países que têm conexão direta com as águas internacionais onde estão operando essas frotas e começar a trabalhar para que se aprovem regulamentações rígidas que permitem controlar o uso de recursos em águas internacionais."
Nesta quarta-feira (29/07), o Equador solicitou uma assembleia extraordinária da Comissão Permanente do Pacífico Sul, uma aliança marítima estratégica entre o país e o Chile, a Colômbia e o Peru. Os países pretendem adotar uma ação conjunta para enfrentar o problema.
Há cerca de 30 mil espécies de peixes. Algumas delas são de cair o queixo, capazes de façanhas como se camuflar, dar choque ou inflar o próprio corpo.
Foto: imago/Olaf Wagner
Poraquê
O poraquê não é uma enguia, mas uma espécie de peixe-elétrico. Ele é capaz de gerar descargas elétricas elevadas, suficientes para matar até um cavalo. Mas geralmente o animal usa sua arma para caçar pequenos peixes. Pesquisadores descobriram recentemente que, ao mesmo tempo, ele usa seu poder de produzir descarga elétrica para localizar presas, como fazem os morcegos com seu sonar.
Foto: imago/Olaf Wagner
Peixe-arqueiro
Este animal vive em mangues e tem outro truque curioso para matar sua presa: ele cospe um jato de água em direção ao ar. Os insetos atingidos caem na água, e o peixe-arqueiro obtém, assim, o seu almoço. Os maiores exemplares chegam a cuspir a até dois ou três metros de distância.
Esse peixe, da família uroscopidae, se esconde na areia e espera que sua presa passe por cima de sua cabeça. Então, ele se atira, rápido como um raio, sobre a vítima e saboreia a comida. Ele tem uma cabeça grande, com uma boca grande, voltada para cima. Quem encontrar esse bicho na natureza tem que ter cuidado, pois ele é venenoso.
Foto: picture-alliance / OKAPIA KG
Peixe-pedra
Venenoso e bom de camuflagem. O peixe-pedra é especialista em ambas as modalidades. Se parece a uma pedra cheia de algas, mas quem pisa em cima, sente seus espinhos venenosos. O veneno causa muita dor e pode matar uma pessoa.
Foto: gemeinfrei
Baiacu
Ele tem uma espécie de estômago de borracha, que pode encher rapidamente com uma grande quantidade de água, quando se sente ameaçado, se tornando maior e redondo. Mas ele também produz o veneno tetrodotoxina, que pode matar uma pessoa rapidamente, mesmo em pequena quantidade. Apesar disso, no Japão, o peixe é uma iguaria – contanto que o cozinheiro saiba como prepará-lo.
Foto: picture alliance/Arco Images
Peixe-pescador
O peixe-pescador atrai a presa com uma espécie de isca, que traz sobre a cabeça. Esta isca até chega a emitir uma luz, despertando a curiosidade da presa. Quando a vítima se aproxima, acaba sendo abocanhada pelo predador. Essa espécie habita quase todos os mares – até mesmo as zonas mais profundas.
Foto: Flickr/Stephen Childs
Peixe-víbora
Para quem procura criaturas bizarras, o fundo do mar é o lugar certo. Com um clima dominado por alta pressão, quase ausência de luz e comida escassa, os animais têm de se adaptar. O peixe-víbora, de até 35 centímetros de comprimento, tem aparência assustadora, com sua boca grande e dentes afiados.
Foto: picture-alliance/dpa
Linguado
O linguado é chato e se camufla extremamente bem, se enterrando na areia do fundo do mar. Quando um pequeno linguado vai se desenvolvendo, seu olho migra através da cabeça até o outro lado, de modo que ambos os olhos fiquem numa só face do peixe.
Foto: picture-alliance/dpa/H.Bäsemann
Cavalo-marinho
Quando falamos de espécies estranhas de peixes, também temos de mencionar este tipo aqui, mesmo que ele se pareça tão doce. O cavalo-marinho é uma das poucas espécies que nadam na vertical. Mas isso não funciona bem, fazendo dele um mau nadador. Os machos carregam os ovos fertilizados e dão à luz os filhotes.
Foto: picture-alliance/ dpa
Saltador do lodo
Este ser parece não ter conseguido se decidir se prefere a água ou a terra e optou por ambos. Ele vive nos manguezais ou, como o nome sugere, no lodo. Suas barbatanas peitorais são bastante fortes, de modo que consegue, assim, se mover na terra. Ele respira através da pele, assim como fazem os anfíbios. Mas ele é, claramente, um peixe.
Foto: picture-alliance/dpa/MAXPPP
Tubarão-martelo
Quem diria que esta forma da cabeça não é estranha? Pesquisadores acreditam que a cabeça achatada para os lados, com um olho em cada ponta, possibilite uma melhor visão panorâmica. Assim, o tubarão-martelo consegue ver mais.