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Negociações com Irã entram no último dia

31 de março de 2015

Após quase um ano e meio de conversas, potências mundiais chegam à data-limite para tentar um acordo, pelo menos preliminar, sobre a questão nuclear com Teerã. Em jogo, pode estar o legado de Obama em política externa.

Foto: picture-alliance/dpa/Zhang Miao

Negociadores correm contra o relógio na Suíça para tentar chegar a um acordo preliminar sobre o programa nuclear iraniano, que precisa ser alcançado até a meia-noite desta terça-feira (31/03), prazo fixado por Teerã e as seis potências mundiais participantes das conversas.

Todas as partes de um futuro acordo nuclear estarão interligadas, ou seja: se não houver consenso sobre um ponto, as negociações como um todo podem fracassar. E, após quase um ano e meio de conversas, há uma série de arestas a serem aparadas.

Uma delas é a relutância de Teerã em aceitar enviar para o exterior suas reservas de urânio enriquecido. Outra tem relação com o cronograma de implementação do acordo.

Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Rússia e China querem a suspensão, por pelo menos dez anos, das atividades nucleares considerados mais sensíveis do Irã. Eles temem que o regime dos aiatolás esteja desenvolvendo uma arma atômica.

Teerã, que nega estar desenvolvendo armas atômicas, exige o fim de sanções internacionais, que há anos vêm minando sua economia, e o direito de enriquecer urânio para fins médicos e para a geração de energia.

As potências ocidentais consideram a possibilidade de permitir ao Irã que conduza um trabalho limitado e monitorado de enriquecimento, voltado para fins médicos, em uma instalação subterrânea. A data-limite para um acordo definitivo, com todos os detalhes, é 30 de junho.

O acordo, porém, conta com a resistência de aliados americanos no Oriente Médio, como Arábia Saudita e, sobretudo, Israel. Para eles, permitir que o Irã desenvolva qualquer atividade nuclear estará legitimando um regime e lhe dando a chance de ampliar sua influência.

Para o presidente Barack Obama, no penúltimo ano de seu segundo mandato, alcançar um acordo pode ser o maior feito – e legado – de sua passagem pela Casa Branca. Nos últimos meses, ele se comunicou frequentemente por carta e telefone com o presidente iraniano, Hassan Rohani, e destacou o secretário de Estado John Kerry para conduzir as negociações.

RPR/ap/afp/dpa

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