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Negociações com Irã são estendidas até quarta-feira

31 de março de 2015

Houve progresso nas conversas entre potências mundias e Teerã sobre programa nuclear, mas ainda há questões difíceis pendentes, dizem EUA. Delegação iraniana afirma que ficará na Suíça "por quanto tempo for necessário".

Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, permanecerá em LausanneFoto: Reuters/B. Smialowski

As negociações para alcançar um acordo com o Irã sobre o programa nuclear do país serão estendidas até esta quarta-feira (01/04), disse a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Marie Harf.

"Fizemos progresso suficiente nos últimos dias para justificar ficarmos até quarta-feira", disse a porta-voz em comunicado. "Ainda há uma série de questões difíceis pendentes", ponderou.

Segundo Haif, os avanços atingidos pelo Irã e as seis potências mundiais participantes das conversas – Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Rússia e China – justificariam, portanto, a continuidade das conversas em Lausanne, na Suíça, para além do deadline estabelecido para a meia-noite desta terça-feira. O secretário de Estado americano, John Kerry, continuará no país, afirmou Haif.

Segundo fontes diplomáticas, as seis potências mundiais disseram à delegação iraniana que ela deve decidir se aceitará um acordo político até o fim desta quarta-feira. "Dissemos a eles que isso tem que ser decidido agora. Não pode levar mais seis dias", disse uma das fontes. Pouco depois, um representante do governo dos EUA, que falou em condição de anonimato, negou a existência de um ultimato.

Um representante do Irã afirmou que sua delegação poderia ficar na Suíça "por quanto tempo for necessário" para superar os obstáculos remanescentes.

Diplomatas afirmaram que o ministro do Exterior da China deixou as negociações para retornar a Pequim e será representado por seu vice. O ministro do Exterior da Rússia, Serguei Lavrov, que havia deixado Lausanne nesta segunda-feira, retornou para o sexto dia de negociações nesta terça-feira e disse acreditar que as perspectivas para um acordo são boas.

Em Washington, o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, afirmou que as partes ainda estão trabalhando para chegar a um texto com menos especificidades, acompanhado de documentos indicando áreas em que mais conversas são necessárias.

Após quase um ano e meio de conversas com o Irã, há uma série de arestas a serem aparadas. Uma delas é a relutância de Teerã em aceitar enviar para o exterior suas reservas de urânio enriquecido. Outra tem relação com o cronograma de implementação do acordo.

Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Rússia e China querem a suspensão, por pelo menos dez anos, das atividades nucleares considerados mais sensíveis do Irã. Eles temem que o regime dos aiatolás esteja desenvolvendo uma arma atômica.

Teerã, que nega estar desenvolvendo armas atômicas, exige o fim de sanções internacionais, que há anos vêm minando sua economia, e o direito de enriquecer urânio para fins médicos e para a geração de energia.

As potências ocidentais consideram a possibilidade de permitir ao Irã que conduza um trabalho limitado e monitorado de enriquecimento, voltado para fins médicos, em uma instalação subterrânea. A data-limite para um acordo definitivo, com todos os detalhes, é 30 de junho.

LPF/ap/afp/dpa/rtr

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