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Neonazistas são suspeitos de ameaças de bomba na Alemanha

Chase Winter pv
14 de março de 2019

Mais de cem e-mails com ameaças foram enviados a políticos, jornalistas, figuras públicas e instituições em todo o país. Investigadores veem conexão entre as correspondências, assinadas com terminologias neonazistas.

Policiais fortemente armados em frente à estação ferroviária de Lübeck
Após ameaça de bomba, policiais fortemente armados patrulham a estação ferroviária de Lübeck, no norte da AlemanhaFoto: picture-alliance/dpa/C. Rehder

Um neonazista ou um grupo neonazista é responsável por uma série de ameaças de bomba em toda a Alemanha, segundo reportagens do jornal Süddeutsche Zeitung e da emissora pública NDR divulgadas nesta quarta-feira (13/03). Mais de cem e-mails com ameaças foram enviados a políticos, jornalistas, figuras públicas e instituições estatais do país desde o final de 2018.  

Duas das ameaças de bomba foram feitas no início desta semana contra a estação central de trem da cidade de Lübeck, no norte da Alemanha, e contra o departamento de Finanças da cidade de Gelsenkirchen, no oeste do país. As ameaças levaram à evacuação dos edifícios, mas nenhuma bomba foi encontrada.

Investigadores afirmaram acreditar que exista uma conexão entre os e-mails anônimos, após identificarem similaridades no estilo de escrita e nos alvos. Ainda não está claro se as ameaças estão sendo emitidas por um único indivíduo ou por um grupo – os e-mails foram enviados de contas diferentes.

As correspondências foram assinadas com terminologias neonazistas – por exemplo, "Ofensiva Nacional-Socialista", "Wehrmacht" ou "NSU 2.0" –  uma referência ao grupo terrorista neonazista alemão Clandestinidade Nacional-Socialista, ativo na década de 2000 e responsável pelo assassinato de nove comerciantes de origem estrangeira e uma policial.

Em um e-mail enviado à deputada Martina Renner, do partido A Esquerda, o remetente afirmou estar por trás das ameaças de bomba. No texto, o autor ameaçou bombardear bancos, estações ferroviárias e instituições estatais em toda a Alemanha. O remetente também ameaçou enviar cartas-bomba e executar cidadãos nas ruas, mencionando fuzis de assalto, pistolas e armas biológicas.

Outros e-mails foram enviados a políticos, jornalistas, advogados, instituições públicas, figuras proeminentes e ao Conselho Central de Judeus. Entre os destinatários famosos está a cantora Helene Fischer, que condenou publicamente os tumultos causados pela extrema direita em Chemnitz no ano passado.

Ainda de acordo com os investigadores, nenhuma bomba foi encontrada até o momento – todas as ameaças "permaneceram virtuais".

Em agosto passado, Seda Basay-Yildiz – advogada de origem turca que vive em Frankfurt – recebeu um fax assinado com "NSU 2.0", no qual o remetente ameaçou matar sua filha de dois anos. Basay-Yildiz representou as famílias de algumas das vítimas dos atentados da NSU.

Em dezembro, o Departamento Estadual de Investigações do estado de Hessen abriu uma investigação sobre uma suposta rede extremista de direita dentro da força policial de Frankfurt.

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