Nepal resgata quatro sobreviventes entre escombros
3 de maio de 2015
Uma semana após terremoto que devastou o país, equipes localizam mais quatro sobreviventes em vilas no interior. Entre eles está um idoso de 101 anos que sofreu apenas ferimentos leves.
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Autoridades do Nepal afirmaram neste domingo (03/05) que quatro pessoas foram regatadas com vida dos destroços, uma semana após o terremoto que devastou a região central do país. Um dos sobreviventes tem mais de 100 anos.
De acordo com o policial Ram Bahadur Nepali, do distrito de Sindhupalchok, duas mulheres e um homem foram regatados em uma vila localizada numa região montanhosa cerca de 60 quilômetros a oeste da capital, Katmandu. Dois deles foram encontrados entre os destroços de uma casa que desabou. Já o terceiro estava soterrado após ser vítima de um deslizamento de terra.
Na vila de Kintang, as equipes de busca resgataram um homem de 101 anos entre os escombros de sua casa . De acordo com autoridades, ele teve apenas ferimentos leves. Os quatros sobreviventes estão internados em hospitais locais.
O regaste aumenta a esperança de que mais pessoas ainda possam ser encontradas com vida. Neste sábado, autoridades nepalesas haviam descartado a possibilidade de encontrar mais sobreviventes. Mais de 130 mil policiais e soldados foram mobilizados para ajudar nos resgates.
Mais de 7 mil mortos
Neste domingo, o governo informou que o número de mortos na tragédia passa de 7 mil. As autoridades alertam que esse número deve aumentar na medida que as equipes de regaste consigam chegar a regiões de difícil acesso ou encontrem mais corpos entre os destroços. Milhares de pessoas continuam desaparecidas – entre elas, cerca de mil europeus.
Depois de uma semana de medo e incerteza, a vida na capital do país começa a voltar à normalidade. Escritórios e lojas reabriram nesse domingo. Escolas e universidades, no entanto, permanecem fechadas até meados de maio.
O fornecimento de eletricidade começa a ser restabelecido na maior parte da cidade. Muitos moradores que estavam dormindo em barracas ou ao relento começam a retornar às suas casas. Além disso, eles deram início aos trabalhos de limpeza de ruas e bairros.
CN/dpa/afp/lusa
Patrimônio Mundial destruído no Nepal
Terremoto devastador matou e feriu milhares de pessoas. Tremor também foi duro golpe contra a rica herança cultural do país asiático.
Foto: P. Mathema/AFP/Getty Images
Vale de Katmandu
O terremoto no Nepal danificou bastante o coração cultural e espiritual do país. No vale de Katmandu, no sopé do Himalaia, há sete monumentos considerados Patrimônio Mundial da Unesco ao longo de poucos quilômetros. Na foto, tirada antes do terremoto, vê-se um deles: os mosteiros de Swayambhunath.
Foto: Imago
As estupas budistas de Swayambhunath
As estupas e os mosteiros budistas de Swayambhunath (foto) formam um centro espiritual no Nepal. A estupa de Bodhnath, as praças Durbar das três cidades reais e os templos hindus de Pashupatinath e Changu Narayan, fora de Katmandu, também estão na lista de Patrimônios Mundiais.
Antigamente, famílias reais viviam nos palácios da praça Durbar de Bhaktapur (foto), da praça Durbar em Katmandu e da praça Durbar de Patan. Foi somente no final de 2007 que o Nepal aboliu a monarquia e proclamou a república no ano seguinte.
Foto: picture alliance / ZUMAPRESS/P. Gordon
Praça Durbar de Bhaktapur, após o terremoto
Nas cidades reais de Bhaktapur (foto), Patan e no centro de Katmandu, vários templos e estátuas dos séculos 12 até o 18 foram danificados ou completamente destruídos.
Foto: picture-alliance/AP Photo/N. Shrestha
Praça Durbar de Katmandu, antes do terremoto
Na Praça Durbar de Katmandu, capital do Nepal, havia vários pagodes característicos do país, com dois ou três andares.
Foto: P. Mathema/AFP/Getty Images
Praça Durbar de Katmandu, após o terremoto
O terremoto destruiu os pagodes. O especialista P. D. Balaji, da Universidade de Madras, na Índia, questiona se os prédios poderão ser totalmente reconstruídos. "É uma perda irreparável para o Nepal e para o resto do mundo."
Foto: P. Mathema/AFP/Getty Images
Torre Dharahara, antes do terremoto
Entre as atrações de Katmandu estava esta torre de nove andares e 62 metros de altura. Ela também desabou durante o terremoto, no último sábado (25/04) à tarde.
Foto: imago
Torre Dharahara ,após o terremoto
Da torre, que tinha uma escada em espiral de 200 degraus, só restou a base. Equipes de socorro tentaram resgatar cerca de 50 pessoas que ficaram sob os escombros, noticiou uma emissora de televisão. O forte terremoto de 1934 já havia destruído a torre de doze andares, construída em 1826 e que, mais tarde, foi reconstruída.
Foto: P. Mathema/AFP/Getty Images
Templos de Changu Narayan
Os quatro templos e três palácios, reconhecidos pela Unesco em 2006 como Patrimônio Mundial, são testemunhos da história política e religiosa do Nepal.
Foto: imago
Templo de Pashupatinath
O templo hindu é um dos mais importantes do gênero no Nepal. Hinduísmo e budismo se disseminaram ao longo dos séculos no Nepal e levaram à construção de templos magníficos, a partir do século 5.
Foto: picture alliance/ANN/The Star
Local de nascimento de Buda
No total, há no Nepal, além do vale de Katmandu, três outros locais com Patrimônios Mundiais: Lumbini (foto), o parque nacional de Chitwan e o parque nacional de Sagarmatha . A Unesco busca informações sobre a situação de Lumbini. A cidade, cerca de 280 quilômetros a oeste de Katmandu, é considerada o local onde Buda nasceu.
Foto: AFP/Getty Images/K. Knight
Um dos países mais pobres da região
O epicentro do terremoto no último sábado fica cerca de 80 quilômetros a oeste da capital Katmandu. O terremoto, com 7,8 de magnitude, ocorreu a uma baixa profundidade, tendo consequências mais graves. O Nepal é um dos países mais pobres do sul da Ásia. O país tem 28 milhões de habitantes, e a economia é quase totalmente dependente do turismo.