Netanyahu é encarregado de formar novo governo em Israel
25 de setembro de 2019
Presidente israelense entrega ao atual primeiro-ministro a tarefa de montar uma coalizão estável nas próximas semanas. Medida não garante que político veterano vá conseguir liderar o próximo governo.
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O presidente israelense, Reuven Rivlin, encarregou nesta quarta-feira (25/09) o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, de formar uma nova coalizão de governo após as eleições legislativas de 17 de setembro que geraram um impasse político em Israel.
Na prática, a medida garante que Netanyahu continue no cargo por mais algumas semanas, mas não assegura que ele vá conseguir liderar o próximo governo.
"A responsabilidade de formar o próximo governo é concedida ao primeiro-ministro e líder do Likud, Benjamin Netanyahu", declarou a presidência em comunicado.
A tarefa foi passada para Netanyahu após fracassarem as tentativas de formação de um governo de coalizão nacional entre a legenda do premiê, o Likud, e o partido de oposição Azul e Branco, do ex-militar Benny Gantz.
Pelo cronograma estabelecido pelo presidente, Netanyahu terá 28 dias para formar um novo governo. O prazo pode ser estendido por mais duas semanas.
Nesse prazo, Netanyahu terá que formar uma coalizão que consiga agrupar 61 das 120 cadeiras do Parlamento. Caso ele não consiga, o presidente Rivlin pode então encarregar a tarefa de formar um novo governo para outra liderança partidária, abrindo caminho para a queda de Netanyahu, que está há dez anos no poder.
No caso de um rival de Netanyahu também falhar na tarefa de reunir as 61 cadeiras, o país pode convocar novas eleições gerais. Em abril, Netanyahu já não havia conseguido formar um governo de maioria após um pleito geral, mas à época o presidente não teve a opção de chamar outro candidato para formar um governo, já que o Parlamento optou pela dissolução, provocando a convocação das eleições que ocorreram em setembro.
No pleito de 17 de setembro, o Likud de Netanyahu conseguiu 32 cadeiras, segundo a última contagem. Já o Azul e Branco de Gantz obteve 33 assentos.
Apesar de o partido do ex-militar ter uma vantagem numérica sobre o Likud, o presidente Rivlin disse que decidiu convidar Netanyahu a formar um novo governo porque o atual premiê já conseguiu reunir o apoio de 55 deputados do Parlamento. Já Gantz conta com apenas 54, somando os membros do seu partido e deputados de legendas menores.
"Minha incapacidade de formar um governo é um pouco menor do que a de Gantz", disse Netanyahu ao aceitar a tarefa, ao lado do presidente.
Logo após o anúncio, Netanyahu voltou a pedir a Gantz que ele se junte ao seu partido numa coalizão de união nacional. Mas o ex-militar já avisou que não pretende apoiar um governo liderado pelo atual premiê, citando as acusações de corrupção que pesam contra Netanyahu.
Triunfo ou catástrofe? Para os judeus, o dia 14 de maio de 1948 marca o nascimento de um Estado próprio. Fundação do país também é origem de conflitos com populações vizinhas, que se estendem por décadas.
Foto: Imago/W. Rothermel
Triunfo da esperança
Em 14 de maio de 1948, David Ben Gurion lê a Declaração de Independência de Israel perante o Moetzet HaAm (conselho do povo), em cerimônia tida como o ato de fundação do país. "Nunca perdeu a esperança", disse Ben-Gurion sobre o povo judeu. "Jamais cessou sua oração pelo regresso à casa e pela liberdade". Agora, os judeus estavam de volta à sua terra de origem - dispondo de seu próprio Estado.
Foto: picture-alliance/dpa
Novo tempo
A bandeira do novo Estado é logo içada em frente ao prédio das Nações Unidas, em Nova York. Para os israelenses, esse foi mais um passo em direção à segurança e à liberdade: eles finalmente conseguiam um Estado internacionalmente reconhecido.
Foto: Getty Images/AFP
Momento sombrio
O significado da fundação do Estado de Israel torna-se claro no contexto do Holocausto. Os nazistas assassinaram seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra. Nos campos de concentração, especialmente na Europa Central, eles mantiveram os judeus como trabalhadores forçados e os mataram em escala industrial. A imagem mostra os prisioneiros do campo de concentração de Auschwitz após a libertação.
Foto: picture-alliance/dpa/akg-images
"Nakba" – a catástrofe
Os palestinos chamam a fundação de Israel como "nakba", a catástrofe. Cerca de 700 mil pessoas tiveram que deixar suas regiões para dar espaço aos cidadãos do novo Estado. Assim, a fundação de Israel é também o começo do chamado "conflito do Oriente Médio", que não foi resolvido nem mesmo após 70 anos, apesar de inúmeras iniciativas e tentativas de mediação.
Foto: picture-alliance/CPA Media
Trabalhando pelo futuro
A Autoestrada 2 não apenas liga as cidades de Tel Aviv e Netanya, mas também documenta as aspirações do jovem Estado. A estrada foi aberta em 1950 pela então primeira-ministra israelense, Golda Meir, que colocou o país num rigoroso curso de modernização econômica e social.
Foto: Photo House Pri-Or, Tel Aviv
Infância no Kibutz
Os Kibutzim – plural de "kibutz" – eram assentamentos coletivos rurais espalhados por Israel, construídos principalmente nos primeiros anos após a fundação do Estado. Aqui, em sua maioria judeus seculares e socialistas realizam na prática suas ideias de comunidade.
Foto: G. Pickow/Three Lions/Hulton Archive/Getty Images
Estado defensivo
As tensões com os vizinhos árabes continuam. Em 1967, culminam na Guerra dos Seis Dias, durante a qual Israel derrotou os invasores de Egito, Jordânia e Síria. Ao mesmo tempo, Israel assume o controle, entre outras regiões, de Jerusalém Oriental e da Cisjordânia – motivos de novas tensões e guerras na região.
Foto: Keystone/ZUMA/IMAGO
Assentamentos na terra inimiga
A política israelense de assentamentos alimenta frequentemente o conflito com os palestinos. A Autoridade Palestina acusa Israel de impossibilitar um futuro Estado palestino com a construção contínua de assentamentos. As Nações Unidas também condenam a medida.
Foto: picture-alliance/newscom/D. Hill
Ódio e pedras
Em dezembro de 1987, os palestinos protestam contra a dominação israelense nos territórios ocupados. O protesto começa na cidade de Gaza e se espalha rapidamente para Jerusalém Oriental e Cisjordânia. A revolta dura anos e termina com a assinatura dos Acordos de Oslo em 1993.
Foto: picture-alliance/AFP/E. Baitel
Enfim, a paz?
O primeiro-ministro israelense, Yitzhak Rabin (esq.), e o chefe da OLP, Yasser Arafat (dir.), realizam negociações de paz em 1993, mediadas pelo então presidente dos EUA Bill Clinton. Elas culminam no Acordo de Oslo I, em que ambos os lados se reconhecem oficialmente. O assassinato de Yitzhak Rabin, dois anos depois, praticamente enterra o tratado.
Foto: picture-alliance/CPA Media
Cadeira vazia
O assassinato de Yitzhak Rabin provoca turbulência política na sociedade israelense. Moderados e radicais, judeus seculares e ultraortodoxos se afastam cada vez mais. Em uma manifestação em 4 de novembro de 1995, Rabin é morto a tiros por um estudante de direita radical. A imagem mostra o então primeiro-ministro Shimon Peres ao lado da cadeira vazia de seu antecessor.
Foto: Getty Images/AFP/J. Delay
Superando o passado
O genocídio dos judeus se reflete até hoje nas relações entre Alemanha e Israel. Em fevereiro de 2000, o então presidente alemão Johannes Rau faz um discurso no Parlamento israelense. Era mais um passo para superar o passado e reforçar a amizade entre os dois países.
Foto: picture-alliance/dpa
O muro israelense
A política israelense de assentamentos endurece as frentes do conflito com os palestinos. Em 2002, é construído um muro de 107 quilômetros na Cisjordânia. Embora tenha contribuído para suprimir a violência, a medida não resolve os problemas políticos do conflito entre os dois povos.
Foto: picture-alliance/dpa/dpaweb/S. Nackstrand
Reverência aos mortos
O novo ministro alemão do Exterior, Heiko Maas, abraça resolutamente a tradição da reaproximação entre Alemanha e Israel. Sua primeira viagem ao exterior é ao Estado judaico. Em março de 2018, ele deposita uma coroa de flores em homenagem às vítimas do Shoa no Memorial Yad Vashem.