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PolíticaItália

Netanyahu deve vencer as eleições em Israel, dizem projeções

1 de novembro de 2022

Boca de urna aponta partido do ex-premiê como o mais votado, abrindo caminho para que ele retorne ao poder. Bloco de Netanyahu, que inclui ultradireitistas, deve conquistar entre 61 e 62 assentos no Parlamento.

Benjamin Netanyahu em local de votação nesta terça-feira
Benjamin Netanyahu foi o premiê mais longevo do paísFoto: Ilia Yefimovich/dpa/picture alliance

O partido do ex-primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu foi o mais votado nas eleições legislativas desta terça-feira (01/11), segundo afirmam projeções iniciais, abrindo caminho para que ele retorne ao poder. Contudo, ainda não há garantias de que o político de 73 anos, líder da sigla direitista Likud, conseguirá formar um governo.

As projeções apontam que o primeiro-ministro mais longevo do país deve conquistar uma estreita maioria com o apoio já antecipado de partidos ultraortodoxos e de extrema direita.

Contudo, a contagem pode mudar à medida que os resultados oficiais chegarem, e quem for escolhido para formar um governo precisará do apoio de vários partidos menores para conquistar uma maioria de 61 assentos na legislatura de 120 assentos.

Se as primeiras previsões se confirmarem, isso encerrará o curto governo de uma aliança de oito partidos sob o comando do premiê interino Yair Lapid, fundador da sigla centrista Yesh Atid.

As margens são pequenas – como esperado em um país profundamente dividido que realiza sua quinta eleição em menos de quatro anos –, mas os primeiros sinais são positivos para Netanyahu.

Projeções de três redes israelenses colocam o Likud no caminho para o primeiro lugar, com 30 ou 31 assentos no Parlamento federal, o Knesset.

Esse número, combinado com as cifras projetadas para a aliança Sionismo Religioso, de extrema direita, e dois partidos que representam judeus ultraortodoxos, dará ao bloco que apoia Netanyahu entre 61 e 62 assentos, apontam as primeiras projeções.

O Yesh Atid do premiê Lapid deve conquistar o já esperado segundo lugar, com as projeções indicando entre 22 e 24 lugares para o partido.

Mas o chefe do think tank Israel Democracy Institute, Yohanan Plesner, sugere cautela. "Embora as pesquisas de boca de urna possam indicar uma tendência, é importante notar que houve discrepâncias entre essas pesquisas e os resultados reais em eleições anteriores", disse ele à agência de notícias AFP.

Os resultados oficiais só devem ser divulgados pelas autoridades eleitorais na quinta-feira. Em seguida, o presidente Isaac Herzog deve determinar a quem caberá a função de formar um governo. O candidato tem quatro semanas para formar uma coalizão.

"Coalizão de extremistas" sob Netanyahu

O líder ultradireitista Itamar Ben-Gvir será fundamental para ajudar Netanyahu a retornar ao poder, com seu bloco Sionismo Religioso projetado para ficar em terceiro lugar, com 14 assentos no Parlamento, segundo as projeções.

Depois de votar, Ben-Gvir, que defende que Israel anexe toda a Cisjordânia, prometeu um "governo de extrema direita" liderado por Netanyahu.

O atual ministro da Justiça, Gideon Saar, ex-peso-pesado do Likud que rompeu com Netanyahu e agora lidera seu próprio partido, alertou nesta terça que Israel corre o risco de eleger uma "coalizão de extremistas".

A votação foi realizada em um cenário de crescente violência na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém Oriental, anexada por Israel. Pelo menos 29 palestinos e três israelenses foram mortos nos dois territórios em outubro, segundo uma contagem da agência de notícias AFP.

Embora muitos candidatos tenham citado a segurança como preocupação, nenhum se comprometeu a reviver as negociações de paz com os palestinos.

Colapso da coalizão governista

A votação desta terça-feira segue o colapso de uma coalizão governista que, no ano passado, uniu oito partidos díspares e pôs fim aos 12 anos da era Netanyahu, político que ficou mais tempo no poder no país. A coalizão, contudo, acabou fracassando em alcançar estabilidade política.

Netanyahu está sendo julgado por acusações de corrupção, as quais ele nega, mas o caso não afetou o apoio de sua base infalivelmente leal.

Em meio ao impasse político e às repetidas eleições nos últimos anos, as preocupações com o cansaço dos eleitores foram generalizadas, mas os números mostraram o maior comparecimento às urnas desde 1999. Segundo a Comissão Central da Eleições, a participação foi de 66,3% dos eleitores. Um total de 6,8 milhões de israelenses estavam aptos a votar.

ek (AFP, AP, DPA)

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