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Netanyahu e Gantz concordam em formar coalizão em Israel

20 de abril de 2020

Após três eleições sem vencedor claro e meses de impasse político, adversários assinam acordo para formar governo emergencial em Israel, concordando em se revezar na chefia do Executivo pelos próximos três anos.

Montagem com fotos de Benny Gantz e Benjamin Netanyahu
Gantz e Netanyahu: adversários que se enfrentaram em três eleições concordam em formar governoFoto: Reuters/C. Kern/A. Cohen

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o ex-general Benny Gantz chegaram a um acordo nesta segunda-feira (20/04) para formar uma coalizão governamental de emergência, sinalizando que o impasse político que se arrasta há 17 meses no país pode ter finalmente chegado ao fim.

"Um acordo para o estabelecimento de um governo nacional de emergência está sendo assinado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e pelo presidente da aliança Azul e Branco, Benny Gantz", diz o texto de um comunicado conjunto divulgado pelos antigos rivais.

Os termos do acordo não foram anunciados de imediato. No entanto, veículos da imprensa israelense afirmam que o novo governo deve durar pelo menos três anos, com Netanyahu mantendo o cargo de primeiro-ministro na primeira metade desse período, cedendo depois o lugar a Gantz na segunda metade. O líder da Azul e Branco deve permanecer como vice-premiê enquanto Netanyahu continuar no posto.

Além do Likud – partido do primeiro-ministro – e da Azul e Branco, o novo governo deve incluir as legendas Shas, Judaísmo Unido da Torá e o Partido Trabalhista.

Netanyahu, o premiê mais longevo de Israel (no poder desde 2009) e líder do partido de direita Likud, enfrentou Gantz em três eleições sem vencedor claro entre abril de 2019 e março de 2020.

Em todos os pleitos, nem Netanyahu nem Gantz conseguiram reunir apoio suficiente para encabeçar uma coalizão viável.

Um governo israelense que deseje ter estabilidade normalmente precisa contar com pelo menos 61 cadeiras no Parlamento. Normalmente, para atingir esse número os líderes partidários formam coalizões com legendas menores.

Só que nos últimos três pleitos os resultados pulverizados e as profundas diferenças ideológicas entre várias siglas menores acabaram criando profundas dificuldades para que tanto Netanyahu quanto Gantz conseguissem formar coalizões. Na última eleição, o Likud conseguiu 36 cadeiras; o Azul e Branco de Gantz, 33.

Já um acordo entre os dois partidos vinha encontrando dificuldades por causa da delicada situação legal de Netanyahu, que foi denunciado formalmente por suspeita de corrupção. Gantz disse repedidamente que não pretendia formar uma aliança chefiada pelo premiê veterano.

Nas últimas semanas, no entanto, a pandemia de covid-19 adicionou um elemento extra de pressão para que os dois políticos resolvessem suas diferenças. Caso contrário, o país teria que organizar uma quarta eleição em agosto.

No final de março, Gantz foi eleito presidente do parlamento de Israel, o Knesset, e passou a sinalizar que procuraria um acerto com Netanyahu, afirmando que a emergência causada pela pandemia exigia concessões. Sua decisão levou ao desmembramento da aliança Azul e Branco, que passou a contar com apenas 15 deputados.

JPS/ots

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