Premiê israelense obteve vitória expressiva para continuar a presidir o Likud e liderar a legenda nas eleições de março, apesar de acusações de corrupção e fracasso em formar coalizão de governo.
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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, revalidou nesta sexta-feira (27/12) a liderança de seu partido, o conservador-nacionalista Likud, com 72% dos votos, em comparação com seu adversário Guideon Saar, que não ultrapassou os 30%.
Netanyahu proclamou sua vitória antes da contagem final, na qual mais de 41.792 eleitores optaram por sua candidatura, apesar de ele enfrentar uma denúncia por propina e fraude, contra 15.885 votos para Saar, o que leva automaticamente a liderar a lista eleitoral do Likud nas próximas eleições, programadas para o dia 2 de março de 2020.
"Com a ajuda de Deus e de vocês, levarei o Likud a uma grande vitória nas próximas eleições e continuarei a conduzir o Estado de Israel a realizações sem precedentes", disse Netanyahu, durante a apuração, uma hora após o encerramento das urnas. Pouco tempo depois, Saar aceitou a derrota e anunciou que apoiará Netanyahu nas eleições de março.
O deputado Saar foi ministro da Educação e dos Assuntos Internos em governos de Netanyahu: Ele tinha poucas chances de vencer as primárias, que acabaram sendo encaradas como uma espécie de referendo da popularidade de Netanyahu.
Após a vitória, Nentayahu pareceu aparentemente emocionado, depois de não ter sido capaz de formar um governo após as eleições de abril e setembro, além de ter sido acusado de suborno, fraude e abuso de confiança.
Embora sua situação legal não garanta que ele também possa revalidar sua posição como primeiro-ministro, uma vez que não está claro se um réu pode receber o mandato de formar um governo, uma dúvida sobre a qual o Supremo Tribunal e o procurador-geral da República decidirão na próxima semana.
No dia 12 de dezembro, os advogados de Netanyahu anunciaram que o primeiro-ministro iria deixar as pastas que acumulava no Executivo - Saúde, Agricultura e Diáspora -, mas que se manteria como chefe do governo. O anúncio aconteceu um dia depois dos deputados israelenses terem aprovado a dissolução do Parlamento e convocado novas eleições legislativas para 2 de março, as terceiras no período de um ano.
Netanyahu e outros líderes partidários têm encontrado dificuldades para formar uma coalizão de governo diante da fragmentacao do Parlamento do país.
Netanyahu lídera do Likud desde 1993 – com exceção de um intervalo de seis anos quando o partido foi comandado pelo falecido Ariel Sharon – e é o chefe de governo com mais tempo no poder na história de Israel.
Triunfo ou catástrofe? Para os judeus, o dia 14 de maio de 1948 marca o nascimento de um Estado próprio. Fundação do país também é origem de conflitos com populações vizinhas, que se estendem por décadas.
Foto: Imago/W. Rothermel
Triunfo da esperança
Em 14 de maio de 1948, David Ben Gurion lê a Declaração de Independência de Israel perante o Moetzet HaAm (conselho do povo), em cerimônia tida como o ato de fundação do país. "Nunca perdeu a esperança", disse Ben-Gurion sobre o povo judeu. "Jamais cessou sua oração pelo regresso à casa e pela liberdade". Agora, os judeus estavam de volta à sua terra de origem - dispondo de seu próprio Estado.
Foto: picture-alliance/dpa
Novo tempo
A bandeira do novo Estado é logo içada em frente ao prédio das Nações Unidas, em Nova York. Para os israelenses, esse foi mais um passo em direção à segurança e à liberdade: eles finalmente conseguiam um Estado internacionalmente reconhecido.
Foto: Getty Images/AFP
Momento sombrio
O significado da fundação do Estado de Israel torna-se claro no contexto do Holocausto. Os nazistas assassinaram seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra. Nos campos de concentração, especialmente na Europa Central, eles mantiveram os judeus como trabalhadores forçados e os mataram em escala industrial. A imagem mostra os prisioneiros do campo de concentração de Auschwitz após a libertação.
Foto: picture-alliance/dpa/akg-images
"Nakba" – a catástrofe
Os palestinos chamam a fundação de Israel como "nakba", a catástrofe. Cerca de 700 mil pessoas tiveram que deixar suas regiões para dar espaço aos cidadãos do novo Estado. Assim, a fundação de Israel é também o começo do chamado "conflito do Oriente Médio", que não foi resolvido nem mesmo após 70 anos, apesar de inúmeras iniciativas e tentativas de mediação.
Foto: picture-alliance/CPA Media
Trabalhando pelo futuro
A Autoestrada 2 não apenas liga as cidades de Tel Aviv e Netanya, mas também documenta as aspirações do jovem Estado. A estrada foi aberta em 1950 pela então primeira-ministra israelense, Golda Meir, que colocou o país num rigoroso curso de modernização econômica e social.
Foto: Photo House Pri-Or, Tel Aviv
Infância no Kibutz
Os Kibutzim – plural de "kibutz" – eram assentamentos coletivos rurais espalhados por Israel, construídos principalmente nos primeiros anos após a fundação do Estado. Aqui, em sua maioria judeus seculares e socialistas realizam na prática suas ideias de comunidade.
Foto: G. Pickow/Three Lions/Hulton Archive/Getty Images
Estado defensivo
As tensões com os vizinhos árabes continuam. Em 1967, culminam na Guerra dos Seis Dias, durante a qual Israel derrotou os invasores de Egito, Jordânia e Síria. Ao mesmo tempo, Israel assume o controle, entre outras regiões, de Jerusalém Oriental e da Cisjordânia – motivos de novas tensões e guerras na região.
Foto: Keystone/ZUMA/IMAGO
Assentamentos na terra inimiga
A política israelense de assentamentos alimenta frequentemente o conflito com os palestinos. A Autoridade Palestina acusa Israel de impossibilitar um futuro Estado palestino com a construção contínua de assentamentos. As Nações Unidas também condenam a medida.
Foto: picture-alliance/newscom/D. Hill
Ódio e pedras
Em dezembro de 1987, os palestinos protestam contra a dominação israelense nos territórios ocupados. O protesto começa na cidade de Gaza e se espalha rapidamente para Jerusalém Oriental e Cisjordânia. A revolta dura anos e termina com a assinatura dos Acordos de Oslo em 1993.
Foto: picture-alliance/AFP/E. Baitel
Enfim, a paz?
O primeiro-ministro israelense, Yitzhak Rabin (esq.), e o chefe da OLP, Yasser Arafat (dir.), realizam negociações de paz em 1993, mediadas pelo então presidente dos EUA Bill Clinton. Elas culminam no Acordo de Oslo I, em que ambos os lados se reconhecem oficialmente. O assassinato de Yitzhak Rabin, dois anos depois, praticamente enterra o tratado.
Foto: picture-alliance/CPA Media
Cadeira vazia
O assassinato de Yitzhak Rabin provoca turbulência política na sociedade israelense. Moderados e radicais, judeus seculares e ultraortodoxos se afastam cada vez mais. Em uma manifestação em 4 de novembro de 1995, Rabin é morto a tiros por um estudante de direita radical. A imagem mostra o então primeiro-ministro Shimon Peres ao lado da cadeira vazia de seu antecessor.
Foto: Getty Images/AFP/J. Delay
Superando o passado
O genocídio dos judeus se reflete até hoje nas relações entre Alemanha e Israel. Em fevereiro de 2000, o então presidente alemão Johannes Rau faz um discurso no Parlamento israelense. Era mais um passo para superar o passado e reforçar a amizade entre os dois países.
Foto: picture-alliance/dpa
O muro israelense
A política israelense de assentamentos endurece as frentes do conflito com os palestinos. Em 2002, é construído um muro de 107 quilômetros na Cisjordânia. Embora tenha contribuído para suprimir a violência, a medida não resolve os problemas políticos do conflito entre os dois povos.
Foto: picture-alliance/dpa/dpaweb/S. Nackstrand
Reverência aos mortos
O novo ministro alemão do Exterior, Heiko Maas, abraça resolutamente a tradição da reaproximação entre Alemanha e Israel. Sua primeira viagem ao exterior é ao Estado judaico. Em março de 2018, ele deposita uma coroa de flores em homenagem às vítimas do Shoa no Memorial Yad Vashem.