Netflix vai lançar série baseada em "Cem anos de solidão"
6 de março de 2019
Plataforma anuncia primeira adaptação à tela do famoso romance do escritor colombiano Gabriel García Márquez. Série será rodada na Colômbia, e estreia está prevista para meados de 2020.
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A Netflix anunciou nesta quarta-feira (06/03) que vai produzir uma série baseada na obra Cem anos de solidão, do escritor colombiano e vencedor do Prêmio Nobel da Literatura Gabriel García Márquez. Esse será o terceiro grande projeto em espanhol da plataforma, depois da série Narcos e do filme Roma, vencedor do Oscar 2019 de melhor filme estrangeiro.
A série baseada na obra de García Márquez, que está em fase inicial e será filmada majoritariamente na Colômbia, terá os filhos do autor, Rodrigo e Gonzalo García, como produtores executivos da adaptação. Segundo a Netflix, a equipe do projeto será formada apenas por profissionais latino-americanos.
A plataforma comemorou "a primeira e única vez em mais de cinquenta anos que a família permitiu que o projeto seja adaptado à tela". Em vida, García Márquez sempre se opôs à adaptação do livro para as telas.
"Durante décadas, nosso pai se mostrou reticente em vender os direitos cinematográficos de Cem Anos de Solidão porque acreditava que não podia ser feito com as limitações de tempo de um longa-metragem, ou que produzi-lo em um idioma diferente do espanhol não faria justiça a ele", disse Rodrigo García em comunicado.
Para o filho do autor, este é um bom momento para realizar a adaptação para uma audiência global. "Com o alcance da Netflix, acredito que o trabalho, o autor, a Colômbia e o mundo de Macondo chegarão a um público mais vasto", disse ao jornal colombiano El Tiempo. Ele também adiantou que a série deve estrear em meados de 2020.
Publicado em 1967, Cem anos de solidão usa o estilo conhecido como realismo mágico, misturando fantasia e realidade ao contar a história de sete gerações da família Buendia, começando pelo patriarca José Arcadio Buendía e sua prima e esposa Úrsula Iguarán, no fictício povoado colombiano de Macondo.
A obra vendeu cerca de 50 milhões de exemplares e foi traduzida para 46 idiomas. Seu sucesso é considerado fundamental para o reconhecimento internacional do escritor, que foi um dos principais nomes do boom de autores latino-americano nos anos 1960 e 1970, ao lado do peruano Mario Vargas Llosa e do mexicano Octavio Paz.
Gabriel García Márquez, cujas obras incluem Crônica de uma morte anunciada (1981) e Amor em tempos de cólera (1985), morreu em abril de 2014 aos 87 anos. Ele recebeu o Nobel de Literatura de 1982 pelo conjunto de sua obra.
MO/afp/Lusa/efe
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Adaptações cinematográficas da literatura são tão velhas como a sétima arte, mas poucas fazem jus ao original. As sete produções selecionadas, baseadas em obras alemãs, são exceção a essa regra.
Foto: imago/Unimedia Images
Nada de novo no front
Um extraordinário exemplo de adaptação literária bem-sucedida, nos primórdios do cinema, é "Nada de novo no front", de 1930. Ao levar às telas o romance antibélico de Erich Maria Remarque, o americano Lewis Milestone confrontou o público com os horrores do front ocidental na Primeira Guerra Mundial. Na Alemanha, os nacionalistas cuidaram para que o filme tivesse exibição muito restrita.
Foto: picture-alliance/dpa
Morte em Veneza
Em 1971, o diretor italiano Luchino Visconti surpreendeu os meios cinematográficos e literários com uma adaptação sensível e empática. Substituindo o escritor original por um compositor e sublinhado com a música de Gustav Mahler, "Morte em Veneza" traduz fielmente o tom narrativo de Thomas Mann. O clássico estrelado por Dirk Bogarde é reflexivo e melancólico – e também incrivelmente belo.
Foto: picture-alliance/akg-images
A honra perdida de Katharina Blum
Em 1975, dois anos antes de o terrorismo da RAF dominar a política nacional, no "Outono Alemão", Volker Schlöndorff levou às telas, juntamente com Margarethe von Trotta, "A honra perdida de Katharina Blum", de Heinrich Böll. O romance, lançado apenas um ano antes, descreve com grande precisão o clima e o debate sobre liberdade de imprensa na Alemanha Ocidental da época.
Foto: picture-alliance/Mary Evans Picture Library
Perfume: A história de um assassino
Após mais de 20 anos de espera, chegou às salas de exibição em 2006 a filmagem de um dos romances alemães mais vendidos de todos os tempos: "Perfume: A história de um assassino". O cineasta Tom Tykwer traduz a morbidamente detalhada narrativa de Patrick Süskind em imagens opulentas, com o britânico Ben Whishaw no lacônico papel principal, ao lado de Karoline Herfurth.
Foto: picture-alliance/dpa
O leitor
É bastante raro um best-seller também resultar numa boa produção cinematográfica, sobretudo se o romance original trata de um tema difícil. Em "O leitor", Bernhard Schlink aborda as consequências do nacional-socialismo. A versão cinematográfica de Stephen Daldry, de 2008, convence, acima de tudo, pelo excelente elenco, encabeçado por Kate Winslet e David Kross.
Foto: Studio Babelsberg AG
Ele está de volta
O romance de Tim Vermes ousa fazer humor com um tema extremamente delicado: décadas após o fim da 2ª Guerra, ninguém menos do que Adolf Hitler acorda e se espanta – e também se maravilha – com o que foi feito da "sua" Alemanha. Em 2015, David Wnendt filmou "Ele está de volta", interpolando entrevistas reais e dando-lhe um tom de "mockumentary" grotesco. Hitler é interpretado por Oliver Masucci.
Foto: picture-alliance/dpa/Constantin Film Verleih GmbH
In Zeiten des abnehmenden Lichts
A versão filmada de "In Zeiten des abnehmenden Lichts" (literalmente: Em tempos de luz minguante), de Eugen Ruge, estreou na Berlinale em 2017. O diretor Matti Geschonneck lança um olhar satírico sobre os últimos estertores do regime socialista da Alemanha Oriental, colocando acentos diferentes dos do autor literário. O resultado, estrelado por Bruno Ganz, é cômico com profundidade trágica.