Neymar é absolvido de processo sobre fraude na Espanha
13 de dezembro de 2022
Jogador havia sido acusado de irregularidades na transferência que o levou do Santos ao Barcelona, em 2013. No fim de outubro, MP espanhol retirou acusações.
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O atacante brasileiro Neymar, de 30 anos, foi absolvido nesta terça-feira (13/12) pela Justiça da Espanha das acusações de fraude e corrupção durante a transferência do jogador do Santos Futebol Clube para o Fútbol Club Barcelona, em 2013.
Além de Neymar, que atualmente joga pelo Paris Saint-Germain, foram absolvidos os pais do atleta, dois ex-presidentes do Barcelona – Josep Maria Bartomeu e Sandro Rosell –, o ex-presidente do Santos, Odílio Rodrigues Filho, bem como os próprios clubes, Barcelona e Santos, além da empresa que administra a carreira de Neymar.
A decisão foi anunciada por um tribunal de Barcelona por meio de um comunicado informando que "absolve Neymar e os demais processados por corrupção privada".
O jogador e os demais envolvidos começaram a ser julgados no dia 17 de outubro deste ano. Inicialmente, a Promotoria pediu uma pena de dois anos de prisão e multa de 10 milhões de euros. O processo foi movido também pelo grupo DIS, que em 2009 havia comprado 40% dos direitos de Neymar.
No dia 28 de outubro, entretanto, o Ministério Público retirou todas as acusações de fraude e corrupção, concluindo que o DIS não conseguiu sustentar as argumentações contra o jogador, e que não havia indícios, "nem mesmo circunstanciais", de irregularidades, somente presunções.
O MP também concluiu que o caso seria melhor interpretado na esfera civil, e não na criminal, como ocorreu.
Três dias depois, em 1º de novembro, a Justiça da Espanha concluiu o processo, indicando parecer favorável aos réus e alegando que a sentença poderia ser proferida em até três semanas – em meio à Copa do Mundo, competição da qual a seleção brasileira foi eliminada nas quartas de final para a Croácia na última sexta-feira.
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Grupo seguiu com processo
Na época da retirada das acusações por parte do MP e da consequente conclusão do processo por parte da Justiça, o DIS – um fundo de investimento esportivo do grupo de supermercados brasileiro Sonda –, que processou Neymar, manteve as acusações, mas pediu a revisão da pena: de cinco anos para dois anos e meio de prisão.
Na sentença, porém, os juízes afirmaram que "[...] não há indícios de que o jogador tenha recebido suborno e/ou o tenha exigido para assinar pelo Fútbol Club Barcelona. [...] Não há indícios de criminalidade".
Em rápido depoimento ao tribunal em outubro, Neymar afirmou que assinou os documentos repassados pelo seu pai, em quem disse confiar plenamente. Na última etapa do julgamento, no início de novembro, nem ele nem o seu pai quiseram se manifestar.
Por videoconferência, o jogador foi questionado pelo juiz se gostaria de acrescentar informações às declarações feitas duas semanas antes, ao que o jogador respondeu "não, obrigado." Os ex-presidentes do Barcelona, por outro lado, se manifestaram. Em uma breve fala, ambos reforçaram sua inocência no caso.
Entenda o caso
O grupo DIS comprou 40% dos direitos de Neymar em 2009, quando ele era atleta do Santos, e alegou ter sido enganado nas negociações durante a transferência para o Barcelona, quatro anos depois.
Em 2015, a empresa acusou Neymar e os demais envolvidos na transação de corrupção e fraude. Além de uma sentença de cinco anos de prisão, pediu uma indenização de 34 milhões de euros e multa de 195 milhões de euros, a ser paga ao Estado espanhol.
Apesar de o FC Barcelona ter estimado inicialmente a contratação de Neymar em 57,1 milhões de euros (40 milhões para a família e 17,1 milhões para o Santos), a Justiça espanhola calculou que o negócio teria envolvido pelo menos 83 milhões de euros (cerca de R$ 440 milhões).
Para o DIS, Barcelona, Neymar e posteriormente também o Santos uniram forças para esconder o valor real da operação por meio de outros contratos que ficaram de fora. A empresa afirma ter recebido 6,8 milhões de euros dos 17,1 milhões pagos oficialmente ao clube brasileiro.
A transação rendeu multa de 5,5 milhões de euros ao Barcelona devido a irregularidades fiscais, além de outras demandas ligadas à transferência do jogador para o PSG. A fim de encerrar o processo de maneira "amigável", Neymar e o Barcelona chegaram a um acordo no ano passado.
Na época, o clube reconheceu ter cometido "um erro no planejamento fiscal da transferência do jogador".
gb/bl (Reuters, AFP, AP, dpa, ots)
As estrelas da Copa no Catar
A DW selecionou algumas das maiores estrelas que irão jogar na Copa do Mundo de Futebol de 2022 no Catar. O Mundial pode ser o último para vários dos maiores nomes do futebol, enquanto outros ainda têm muito a provar.
Foto: Owen Humphreys/empics/picture alliance
Lionel Messi (Argentina)
Lionel Messi declarou que esta será sua última Copa do Mundo. Aos 35 anos, o relógio está correndo, mas Messi mostrou que tem tanta fome de glória quanto quando tinha 20 anos. Ele levou a Argentina ao título da Copa América em 2021 e espera brilhar também no Catar. O troféu da Copa do Mundo seria um merecido presente de despedida.
Foto: Frank Augstein/AP/picture alliance
Cristiano Ronaldo (Portugal)
Em baixa no Manchester United, Cristiano Ronaldo, agora com 37 anos, continua sendo um homem-chave para sua seleção. No entanto, um troféu falta na estante de títulos da estrela do futebol português: a Copa do Mundo. Ele sabe que no Catar será sua última tentativa para coroar uma carreira que lhe trouxe quatro Bolas de Ouro e todos os troféus a nível de clubes.
Foto: Patricia de Melo Moreira/AFP
Neymar (Brasil)
Neymar, 30 anos, lidera uma das equipes mais em forma para esta Copa do Mundo. Em seu terceiro Mundial, é grande a pressão para ele finalmente conquistar o título, como muitas das maiores estrelas do Brasil fizeram no passado. Sua equipe está cheia de jogadores talentosos e a sua liderança e criatividade serão importantes no Catar.
Foto: Andre Penner/AP Photo/picture alliance
Kylian Mbappe (França)
Com 23 anos, Kylian Mbappé defende o título de sua seleção no Catar, após marcar quatro gols em sua estreia na Rússia em 2018. No entanto, suas aventuras na seleção não foram tão gratificantes desde aquela vitória em Moscou. Ele não conseguiu marcar um pênalti decisivo nas oitavas de final da Euro 2020, quando a França foi eliminada pela Suíça. Ele espera que no Catar seu desempenho seja melhor.
Foto: Justin Setterfield/REUTERS
Harry Kane (Inglaterra)
Um dos atacantes mais badalados do mundo, a presença de Harry Kane na seleção inglesa aumenta a expectativa do tão esperado título. A Inglaterra acabou em quarto lugar em 2018, por isso, chegar à final seria desta vez um progresso para a equipe que perdeu a final do Campeonato Europeu para a Itália nos pênaltis em Wembley em 2021. A seleção da Inglaterra aguarda pelo título há 56 longos anos.
Foto: Hannah Mckay/REUTERS
Sadio Mané (Senegal)
A estrela do Bayern de Munique vai ao Catar, apesar de ter contraído uma lesão no clube. O jogador de 30 anos teve um ótimo ano, levando seu país ao primeiro título africano e se classificando para a Copa, convertendo pênaltis decisivos ao longo do caminho. O Senegal, que disputa sua terceira Copa do Mundo, é um dos times a serem observados, e o sucesso pode depender da forma física de Mané.
Foto: Celso Bayo/ZUMA/picture alliance
Robert Lewandowski (Polônia)
Na última Copa, Lewandowski tentou arrastar a Polônia, mas sua equipe saiu cedo do torneio. Desta vez, mais velho e experiente, ele espera que o time supere a fase de grupos, onde enfrentarão Argentina, México e Arábia Saudita. É provável que esta seja a última Copa para o jogador de 34 anos, que foi muito bem sucedido em clubes, principalmente durante seu tempo no Bayern de Munique.
Foto: Adam Nurkiewicz/Getty Images
Son Heung-Min (Coreia do Sul)
Amplamente considerado o melhor jogador asiático na Copa do Catar, Son espera que a Coreia do Sul tenha sucesso em seu continente. A última vez em que o Mundial foi na Ásia, a Coreia do Sul chegou às semifinais em casa em 2002. Son, que dividiu a chuteira de ouro da Premier League na última temporada com 23 gols pelo Tottenham Hotspur, pode levar sua equipe a grandes feitos no Catar.
Foto: Lee Jin-man/AP Photo/picture alliance
Kevin de Bruyne (Bélgica)
O meio-campista do Manchester City lidera a geração de ouro da Bélgica. O time perdeu nas semifinais na Rússia em 2018 e espera uma melhor posição este ano. Aos 31 anos, De Bruyne é o maestro desta talentosa equipe que ainda não conseguiu deixar sua marca quando realmente importa. Esta pode ser a última oportunidade para consertar isso.
Foto: Stuart Franklin/Getty Images
Virgil van Dijk (Holanda)
Os holandeses retornam à Copa do Mundo após não terem se classificado para o Mundial na Rússia em 2018. O zagueiro de 31 anos é a maior estrela e capitão dos "laranjas", com a missão de comandar a equipe em direção ao grande êxito no Catar. Mesmo que a Holanda não se pareça mais com a equipe que chegou à final da Copa do Mundo de 2010, Van Dijk será a peça-chave do time na Copa do Catar.