Alemão conquista seu primeiro título na categoria ao chegar em segundo lugar no Grande Prêmio de Abu Dhabi. Corrida marca também despedida de Felipe Massa.
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O piloto alemão Nico Rosberg, da Mercedes, chegou em segundo lugar neste domingo (27/11) no Grande Prêmio de Abu Dhabi, atrás do companheiro de equipe, o britânico Lewis Hamilton, e conquistou o primeiro título da carreira na Fórmula 1, em corrida marcada pelo adeus do brasileiro Felipe Massa à categoria.
Rosberg é o terceiro alemão a se sagrar campeão da Fórmula 1, depois das conquistas de Michael Schumacher (sete títulos e recordista) e Sebastian Vettel (quatro títulos e o mais jovem campeão).
Rosberg é também o primeiro campeão inédito desde 2010, quando Vettel ergueu pela primeira vez o troféu. Além disso, é o segundo filho a ser campeão da categoria, repetindo o feito do pai, o finlandês Keke Rosberg, alcançado em 1982. Antes, o britânico Damon Hill, em 1996, igualou o pai, Graham Hill, que venceu em 1962 e 1968.
Rosberg, de 31 anos, largou na mesma posição em que terminou a prova. Ele poderia chegar até em terceiro para garantir o título. Hamilton, que foi pole position e cumpriu a obrigação de vencer a corrida depois de ter dominado todo o fim de semana, acabou ficando com o vice-campeonato.
Apesar da pressão de Hamilton nos últimos metros de prova, Rosberg conseguiu segurar sua posição à frente de Vettel, da Ferrari, que terminou em terceiro, e do holandês Max Verstappen, da Red Bull, quarto colocado.
O novo campeão da Fórmula 1 terminou com 385 pontos no topo da tabela de classificação, apenas cinco a mais que Hamilton. Na terceira colocação, embora muito distante dos dois primeiros, ficou o australiano Daniel Ricciardo, da Red Bull, que terminou em quinto na corrida deste domingo, totalizando 256 pontos.
Após uma emocionante despedida da torcida brasileira no circuito de Interlagos, há duas semanas, e uma festa de homenagem organizada pela Williams neste sábado, Felipe Massa largou em 10º lugar e concluiu sua participação na categoria com a nona posição em Abu Dhabi e a 11ª na classificação geral, com 53 pontos.
Desde que estreou na Fórmula 1, em 2002, o brasileiro disputou 251 corridas, venceu 11 e subiu ao pódio 41 vezes. Aos 35 anos, Massa dá adeus à competição com passagens por três equipes: Sauber, Ferrari, pela qual foi vice-campeão mundial em 2008, e Williams.
AS/efe/ard
Vinte cinco anos do tri de Senna
Há um quarto de século, Ayrton Senna conquistava seu terceiro e último título mundial com a McLaren. O ídolo do automobilismo e de tantos brasileiros deixa saudades, mas também um importante legado educacional.
Foto: picture-alliance/Bildarchiv
Há 25 anos...
É notório que a pista favorita de Ayrton Senna era Spa-Francorchamps. E justamente no circuito belga Senna conquistou, em 25 de agosto de 1991, sua última vitória antes de sacramentar o tricampeonato mundial com um segundo lugar em Suzuka, no Japão, em 20 de outubro. Senna ainda fecharia a temporada subindo ao lugar mais alto do pódio no Grande Prêmio da Austrália, em Adelaide.
Foto: picture-alliance/Bildarchiv
O início de uma trajetória vitoriosa
Ainda menino, Senna, então Ayrton da Silva, como era grafado em seus carros, foi diagnosticado com um problema de coordenação motora. Para o seu tratamento, ganhou o seu primeiro kart de pedal. A terapia virou paixão, e com dez anos, o menino franzino acelerou pela primeira vez de verdade. No kart, ele conquistou diversos títulos brasileiros e sul-americanos. Nascia ali a lenda.
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Toleman: o primeiro carro
Depois de conquistar os campeonatos da Fórmula Ford e Fórmula 3000, Ayrton Senna fez testes nos carros de Fórmula 1 nas equipes Williams, Brabham e McLaren. Mas foi com a escuderia inglesa Toleman que ele assinou o seu primeiro contrato. No ano de estreia, em 1984, o brasileiro conseguiu subir três vezes ao pódio - Mônaco (2º), Estoril(3º) e Brands Hatch (3º), na Inglaterra.
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Batida com Prost e desclassificação
Depois que Senna conquistou o título de 1988, logo em sua primeira temporada na McLaren, a rivalidade com o companheiro de equipe Alain Prost se intensificou. No ano seguinte, Prost liderava o campeonato e na penúltima prova - o GP de Suzuka -, forçou a colisão numa chicane. Senna saiu da pista, conseguiu terminar - e vencer a prova - mas foi desclassificado. Prost ficou com o título mundial.
Foto: picture-alliance/ASA
Batida com Prost e campeão
O troco veio no ano seguinte, no mesmo circuito de Suzuka. Desta vez, Senna liderava o campeonato e, engasgado com a desclassificação do ano anterior, declarou: "Aconteça o que acontecer, vou entrar na primeira curva antes". Senna foi ultrapassado por Prost na largada e não teve dúvidas: jogou o carro em cima da Ferrari do francês e tirou ambos da prova. Senna acabou bicampeão mundial em 1990.
Foto: picture-alliance/ASA
A corrida da volta perfeita
Em 1993, chovia em Donington Park, na Inglaterra. Ayrton Senna largou na quarta colocação, caiu para quinto na primeira curva, mas chegou à liderança da prova ainda na primeira volta. Senna, que dominava na pista molhada, correu em diversos momentos com pneus slick, mesmo com a chuva castigando Donington. "Andar com slick nessas condições foi uma aposta tremenda", disse Senna após a vitória.
Foto: imago sportfotodienst
O rei de Mônaco
Ninguém venceu mais corridas no circuito mais charmoso da Fórmula 1 que Ayrton Senna. No principado de Mônaco, o brasileiro terminou seis provas em primeiro lugar. A primeira foi em 1987, quando ainda era piloto da Lotus. Já na McLaren, venceu todas entre 1989 e 1993. Neste último ano, Senna quebrou o recorde de Graham Hill e recebeu o apelido de "rei de Mônaco".
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Tragédia na Tamburello
Primeiro de maio de 1994. Senna liderava o GP de Ímola, quando na sétima volta a Williams do brasileiro passou reto a 210 km/h na curva Tamburello e se chocou com a mureta de proteção. No impacto, uma das rodas da frente se soltou e um dos eixos de metal perfurou o capacete do piloto. O atendimento médico foi demorado e sem efeito. Horas depois foi confirmada a morte de Ayrton Senna do Brasil.
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Luto e honras de chefe de Estado
A comoção popular com a morte de Senna tomou conta do Brasil. A carreata do caixão do tricampeão foi acompanhada por centenas de milhares de brasileiros nas ruas de São Paulo. O velório durou mais de 22 horas e atraiu mais de 240 mil brasileiros. O governo decretou três dias de luto oficial, e o sepultamento de Senna teve as honrarias de chefe de Estado.
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O legado
Dois meses antes de morrer, Ayrton compartilhou com a irmã Viviane o desejo de realizar um projeto social para crianças e jovens carentes. Após o acidente em Ímola (na foto, a estátua em homenagem ao piloto no circuito), a família então criou o Instituto Ayrton Senna. Depois de mais de 20 anos, a organização está presente em 19 estados e em mais de 700 municípios brasileiros.