Piloto alemão choca o mundo do automobilismo ao se aposentar dias após vencer o campeonato mundial de Fórmula 1. Aos 31 anos, ele afirma que a decisão foi tomada após realizar o sonho de ser campeão.
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O alemão Nico Rosberg, campeão mundial de Fórmula 1 em 2016, chocou o mundo do automobilismo ao anunciar nesta sexta-feira (02/12) sua aposentadoria. O piloto de 31 anos tomou a decisão poucos dias após conquistar seu primeiro título mundial pela Mercedes.
"A partir do momento em que o destino do título estava em minhas mãos, iniciou-se uma enorme pressão e eu comecei a pensar em encerrar minha carreira se me tornasse campeão", afirmou Rosberg em seu perfil no Facebook.
"Na manhã de domingo em Abu Dhabi [local da última prova da temporada], eu sabia que aquela poderia ser minha última corrida, e esse sentimento trouxe-me clareza. Eu quis desfrutar cada momento da experiência, sabendo que poderia ser a última vez", disse o piloto.
"Tomei minha decisão na manhã de segunda-feira, após refletir por um dia", disse Rosberg. "A única coisa que torna difícil essa decisão para mim é porque coloco minha família de pilotos numa situação difícil." Ele é filho do também campeão mundial de Fórmula 1 Keke Rosberg, vencedor da temporada de 1982.
"Em 25 anos no autobolismo, meu único sonho era ser campeão mundial de Fórmula 1", lembrou Rosberg. "Escalei minha montanha, estou no topo e me sinto bem assim", afirmou, demonstrando gratidão aos que o apoiaram para que seu sonho se tornasse realidade.
O campeão não havia dado qualquer indicação de que poderia se aposentar e não mencionou o que pretende fazer a partir de agora.
Ele encerra a carreira com 23 vitórias em 206 corridas. O chefe da Mercedes, Toto Wolff, disse que a decisão de Rosberg foi corajosa e "serve como demonstração da força de seu caráter". "A clareza de seu julgamento fez com que eu aceitasse sua decisão imediatamente, quando ele me contou."
RC/afp/rtr
Vinte cinco anos do tri de Senna
Há um quarto de século, Ayrton Senna conquistava seu terceiro e último título mundial com a McLaren. O ídolo do automobilismo e de tantos brasileiros deixa saudades, mas também um importante legado educacional.
Foto: picture-alliance/Bildarchiv
Há 25 anos...
É notório que a pista favorita de Ayrton Senna era Spa-Francorchamps. E justamente no circuito belga Senna conquistou, em 25 de agosto de 1991, sua última vitória antes de sacramentar o tricampeonato mundial com um segundo lugar em Suzuka, no Japão, em 20 de outubro. Senna ainda fecharia a temporada subindo ao lugar mais alto do pódio no Grande Prêmio da Austrália, em Adelaide.
Foto: picture-alliance/Bildarchiv
O início de uma trajetória vitoriosa
Ainda menino, Senna, então Ayrton da Silva, como era grafado em seus carros, foi diagnosticado com um problema de coordenação motora. Para o seu tratamento, ganhou o seu primeiro kart de pedal. A terapia virou paixão, e com dez anos, o menino franzino acelerou pela primeira vez de verdade. No kart, ele conquistou diversos títulos brasileiros e sul-americanos. Nascia ali a lenda.
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Toleman: o primeiro carro
Depois de conquistar os campeonatos da Fórmula Ford e Fórmula 3000, Ayrton Senna fez testes nos carros de Fórmula 1 nas equipes Williams, Brabham e McLaren. Mas foi com a escuderia inglesa Toleman que ele assinou o seu primeiro contrato. No ano de estreia, em 1984, o brasileiro conseguiu subir três vezes ao pódio - Mônaco (2º), Estoril(3º) e Brands Hatch (3º), na Inglaterra.
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Batida com Prost e desclassificação
Depois que Senna conquistou o título de 1988, logo em sua primeira temporada na McLaren, a rivalidade com o companheiro de equipe Alain Prost se intensificou. No ano seguinte, Prost liderava o campeonato e na penúltima prova - o GP de Suzuka -, forçou a colisão numa chicane. Senna saiu da pista, conseguiu terminar - e vencer a prova - mas foi desclassificado. Prost ficou com o título mundial.
Foto: picture-alliance/ASA
Batida com Prost e campeão
O troco veio no ano seguinte, no mesmo circuito de Suzuka. Desta vez, Senna liderava o campeonato e, engasgado com a desclassificação do ano anterior, declarou: "Aconteça o que acontecer, vou entrar na primeira curva antes". Senna foi ultrapassado por Prost na largada e não teve dúvidas: jogou o carro em cima da Ferrari do francês e tirou ambos da prova. Senna acabou bicampeão mundial em 1990.
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A corrida da volta perfeita
Em 1993, chovia em Donington Park, na Inglaterra. Ayrton Senna largou na quarta colocação, caiu para quinto na primeira curva, mas chegou à liderança da prova ainda na primeira volta. Senna, que dominava na pista molhada, correu em diversos momentos com pneus slick, mesmo com a chuva castigando Donington. "Andar com slick nessas condições foi uma aposta tremenda", disse Senna após a vitória.
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O rei de Mônaco
Ninguém venceu mais corridas no circuito mais charmoso da Fórmula 1 que Ayrton Senna. No principado de Mônaco, o brasileiro terminou seis provas em primeiro lugar. A primeira foi em 1987, quando ainda era piloto da Lotus. Já na McLaren, venceu todas entre 1989 e 1993. Neste último ano, Senna quebrou o recorde de Graham Hill e recebeu o apelido de "rei de Mônaco".
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Tragédia na Tamburello
Primeiro de maio de 1994. Senna liderava o GP de Ímola, quando na sétima volta a Williams do brasileiro passou reto a 210 km/h na curva Tamburello e se chocou com a mureta de proteção. No impacto, uma das rodas da frente se soltou e um dos eixos de metal perfurou o capacete do piloto. O atendimento médico foi demorado e sem efeito. Horas depois foi confirmada a morte de Ayrton Senna do Brasil.
Foto: picture-alliance/dpa
Luto e honras de chefe de Estado
A comoção popular com a morte de Senna tomou conta do Brasil. A carreata do caixão do tricampeão foi acompanhada por centenas de milhares de brasileiros nas ruas de São Paulo. O velório durou mais de 22 horas e atraiu mais de 240 mil brasileiros. O governo decretou três dias de luto oficial, e o sepultamento de Senna teve as honrarias de chefe de Estado.
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O legado
Dois meses antes de morrer, Ayrton compartilhou com a irmã Viviane o desejo de realizar um projeto social para crianças e jovens carentes. Após o acidente em Ímola (na foto, a estátua em homenagem ao piloto no circuito), a família então criou o Instituto Ayrton Senna. Depois de mais de 20 anos, a organização está presente em 19 estados e em mais de 700 municípios brasileiros.