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SaúdeReino Unido

Nigéria acusa Reino Unido de promover “apartheid de viagens”

6 de dezembro de 2021

País africano foi incluído na lista vermelha de nações cujos viajantes devem pagar pela própria quarentena obrigatória em solo britânico. Medida contra a variante ômicron é considerada discriminatória pelos nigerianos.

Silhuetas de viajantes transportando suas bagagens em aeroporto britânico. Viajantes dos países na lista vermelha devem ficar em quarentena por dez dias após chegarem ao Reino Unido
Viajantes dos países na lista vermelha devem ficar em quarentena por dez dias após chegarem ao Reino UnidoFoto: Marcin Nowak/London News Pictures via ZUMA Press Wire/picture alliance

A Nigeria acusou o Reino Unido de promover um "apartheid de viagens, após o país africano ser incluído nesta segunda-feira (06/12) na "lista vermelha” britânica, em razão do surgimento da variante ômicron do coronavírus no país mais populoso da África.

Viajantes dos países que constam nessa relação devem apresentar dois testes de PCR negativos e ficar em quarentena por dez dias após chegarem ao Reino Unido. Os custos de hospedagem, de 2,285 libras esterlinas (em torno de 17 mil reais), referentes a esse período, devem ser pagos pelos próprios viajantes.

Ao justificar a medida, o Ministério britânico da Saúde afirmou que 21 dos 134 casos registrados da ômicron na Inglaterra eram de pessoas vindas da Nigeria. Autoridades nigerianas disseram na semana passada que foram descobertos três casos da nova variante entre passageiros que haviam chegado da África do Sul, onde a ômicron foi detectada pela primeira vez.

O alto comissário da Nigéria em Londres, Sarafa Tunji Isola, concordou com declarações feitas anteriormente pelo secretário-geral da ONU, Antonio Gutérres, que criticou as medidas impostas por vários países contra as nações africanas, afirmado se tratar de um "apartheid de viagens”.

"A reação na Nigeria é a de um apartheid de viagens”, sublinhou. "A Nigéria está alinhada com a posição do secretário-geral da ONU, de que a proibição de viagens é um apartheid, no sentido de que não estamos lidando com uma situação endêmica, mas sim, com uma situação pandêmica, para a qual se espera uma abordagem global, não seletiva”, afirmou Isola à rádio BBC 4.

Medida "injusta, punitiva e discriminatória"

"[A ômicron] é classificada como uma variante moderada, sem hospitalizações e mortes. Então, a questão é bastante diferente da variante delta. Essa posição deve ser tomada com base e evidências empíricas e científicas. Não é uma situação para pânico. Devemos nos ater aos fatos.”

O ministro nigeriano da Informação, Lai Mohammed, considerou a medida "injusta, punitiva, indefensável e discriminatória. Essa decisão não é movida pele ciência u pelo bom senso”. "Esperamos que o governo britânico reveja imediatamente a decisão de colocar a Nigeria nessa lista vermelha e a rescinda imediatamente.”

O ministro britânico das Polícias, Kit Malthouse, disse que a frase "apartheid de viagens” traz uma escolha de linguagem "bastante infeliz”. "Entendemos as dificuldades criadas por essas restrições de viagens, mas tentaremos ganhar um pouco de tempo para que nossos cientistas consigam trabalhar com o vírus e avaliar o quão difícil será para nós lidarmos com isso, como país”, afirmou.

A Nigeria é o país mais recente a ser incluído na lista vermelha de Londres. Entre as outras nações relacionadas estão Angola, Moçambique, Namíbia, África do Sul e Zimbábue.

rc (AFP, Reuters)

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