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ConflitosNigéria

Nigéria anuncia libertação de 42 reféns levados de escola

27 de fevereiro de 2021

Estudantes e funcionários de colégio em Kagara foram sequestrados na semana passada. Anúncio ocorre um dia após rapto de mais de 300 alunas de outra escola.

Placa na entrada da escola em Kagara
Aumento de raptos em massa em escolas na Nigéria preocupa autoridadesFoto: AP/picture alliance

Autoridades nigerianas anunciaram neste sábado (27/02) a libertação de 42 pessoas, incluindo 27 alunos, que haviam sido sequestradas numa escola do distrito de Kagara na semana passada. O anúncio ocorre um dia após mais de 300 meninas terem sido raptadas de escola no norte do país.

Homens armados atacaram a escola secundária pública em Kagara na semana passada. Um estudante foi morto e outros 27, além três professores e 12 funcionários do local acabaram sendo sequestrados.

"Os alunos, professores e funcionários da Escola de Ciências de Kagara recuperaram a liberdade e são recebidos pelo governo local", anunciou o governador Abubakar Sani Bello, em sua conta no Twitter.

Sequestros em massa de estudantes organizados por grupos armados em troca de resgate são comuns no norte da Nigéria. Eles ainda saqueiam aldeias e aterrorizam a população local. Os ataques recentes, no entanto, aumentaram a preocupação com o crescimento da violência de gangues armadas e grupos terroristas islamistas. Além dos jihadistas do Boko Haram, um braço do Estado Islâmico também promove raptos turbulentos no nordeste do país.

Sequestro de mais de 300 alunas

A libertação ocorreu um dia após o sequestro de 317 alunas da Escola Secundária de Ciências na cidade de Jangebe, no estado noroeste de Zamfara. Uma operação de resgate está em curso.

A União Europeia (UE) pediu neste sábado a libertação "imediata e incondicional" das alunas e salientou que menores não devem "sofrer as consequências de conflitos". Em comunicado, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, ressaltou que crianças e adolescentes precisam de proteção, "pois têm um papel chave na construção de um presente e futuro em que a paz prevaleça".

Borrell afirmou ainda que o aumento recente de sequestros em massa, além de causar medo, atinge principalmente os grupos mais vulneráveis da população, que são mulheres e crianças.  A UE está "preparada" para colaborar com as autoridades nigerianas e outros parceiros internacionais "para ajudar a proteger os civis de semelhante terror", acrescentou.

O incidente em Zamfara ocorreu nove dias depois do sequestro em Kagara. Em meados de dezembro, 344 alunos foram também sequestrados numa escola em Kankara, no estado de Katsina, pelo Boko Haram.

O presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, que tem sido criticado diante da catastrófica situação de segurança no norte da Nigéria, garantiu na sexta-feira que não iria "ceder à chantagem dos bandidos".

A cada novo sequestro em massa, as autoridades federais e locais afirmam não pagar resgate aos sequestradores pela libertação dos reféns, o que especialistas em segurança consideram improvável.

A violência no país mais populoso da África e um dos maiores exportadores de petróleo do continente já deixou, desde 2011, mais de 8 mil mortos e forçou mais de 200 mil a abandonar suas casas, de acordo com um relatório da ONG Internacional Crisis Group publicado em maio de 2020.

cn (Reuters, AP, AFP, Lusa)

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