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Ninguém segura o impressionante Robert Lewandowski

Gerd Wenzel
Gerd Wenzel
6 de outubro de 2020

Com seu ímpeto incontido de continuar desenvolvendo o próprio jogo, polonês se tornou um dos mais completos atacantes em atividade. Não há uma única faceta do seu ofício de artilheiro que ele não domina.

Lewandowski comemora gol contra o Hertha Berlin em 4 de outubroFoto: Christof StacheAFP/Getty Images

Eleito recentemente o melhor jogador da Europa, o atacante Robert Lewandowski está com tudo e não está prosa. O Bayern havia acabado de vencer o Hertha com quatro gols do polonês por 4 a 3 e, terminado o jogo, Lewandowski saía tranquilamente de campo como se o seu protagonismo na partida fosse a coisa mais natural do mundo. Pensando bem, não foi a primeira vez que, com seus gols, o artilheiro levou o Bayern a uma vitória num confronto que estava prestes a degringolar para os bávaros.

Quem não se lembra do encontro entre Bayern e Wolfsburg em setembro de 2015? Eu me lembro muito bem, mesmo porque comentei esse jogo, ao vivo e a cores, tendo ao meu lado o colega Rogério Vaughan, que foi à loucura durante a transmissão por causa do show de Lewandowski.

O primeiro tempo tinha terminado com a vantagem dos lobos por 1 a 0. Lewandowski assistia à partida do banco de reservas porque fisicamente não estava 100%. Mesmo assim, no intervalo, Pep Guardiola decidiu substituir Thiago Alcântara e botar o polonês para jogar. Foi quando um cataclisma desabou sobre o Wolfsburg.

Em exatos 8:59 minutos, uma tempestade de cinco gols caiu sobre a defesa brasileira do Wolfsburg, comandada por Naldo, Dante e Luiz Gustavo, que, atônitos, não conseguiam acreditar no que se desenrolava diante seus olhos. Cinco gols, todos marcados por Lewa, um atrás do outro. Com esse desempenho, o artilheiro quebrou quatro recordes mundiais que entraram para o Guinness, com destaque para os cinco gols em 8:59 minutos.   

Pouco mais de dois anos antes, dessa vez num jogo da Champions League, Robert Lewandowski, atuando na época pelo Borussia Dortmund, humilhou os merengues do Real Madrid e lhes impôs uma sonora derrota por 4x1 para delírio da Muralha Amarela.

Todos os quatro gols foram marcados pelo artilheiro, para desespero dos comandados de José Mourinho, técnico dos espanhóis na época. Nascia uma estrela no firmamento do futebol mundial que nunca mais se apagaria. Muito pelo contrário, cada vez brilha mais. Tanto é verdade que recentemente Lewandowski foi eleito o melhor jogador do ano na Europa pela UEFA.

Sua carreira na Bundesliga começou no Dortmund em 2010, sob as ordens de Jürgen Klopp. O atacante titular naquela época era Lucas Barrios fazendo com que o jovem polonês fosse escalado no meio campo ofensivo para armar e desarmar bem ao estilo do futebol de alta velocidade preconizado por Klopp: pressing e contrapressing eram suas palavras de ordem.

A hora e a vez de Lewandowski acabou chegando na temporada seguinte, quando Barrios se contundiu com gravidade. Impressionou a comissão técnica de imediato por sua velocidade, seu domínio de bola, sua técnica refinada e seus gols. Em sua segunda temporada na Bundesliga, marcou 22 gols e deu dez assistências.

No começo de sua carreira, Lewa se destacava por sua velocidade e faro de gol, qualidades às quais no Bayern, sob  o comando de Pep Guardiola, acrescentou outras. Continuou sendo escalado como centroavante, mas cada vez mais ocupava espaços também pelos flancos, confundindo as defesas adversárias, além de participar ativamente da construção de jogadas ofensivas.

Com seu ímpeto incontido de continuar desenvolvendo o próprio jogo, ele se tornou um dos mais completos atacantes em atividade do mundo. Nos últimos dez anos ele se desenvolveu em praticamente todos aspectos que caracterizam um atacante fora de série.

Não há uma única faceta do seu ofício de artilheiro que o polonês não domina. Faz gol de tudo quanto é jeito: de calcanhar, por cobertura do goleiro, de falta. Ganhou massa muscular, aperfeiçoou suas qualidades técnicas, sua ocupação de espaços na grande área adversária é quase perfeita e suas finalizações são cada vez  mais eficazes. Basta dizer que, aos 31 anos, quebrou seu próprio recorde de gols na Bundesliga – 34 ao todo.

Enfim, Robert Lewandowski  é um perfeccionista.

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Gerd Wenzel começou no jornalismo esportivo em 1991 na TV Cultura de São Paulo, quando pela primeira vez foi exibida a Bundesliga no Brasil. Desde 2002, atua nos canais ESPN como especialista em futebol alemão. Semanalmente, às quintas, produz o Podcast "Bundesliga no Ar". A coluna Halbzeit sai às terças. Siga-o no TwitterFacebook e no site Bundesliga.com.br

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Halbzeit

Gerd Wenzel começou no jornalismo esportivo em 1991, quando pela primeira vez foi exibida a Bundesliga no Brasil. Na coluna Halbzeit, ele comenta os desafios, conquistas e novidades do futebol alemão.