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No Brasil, opositora venezuelana diz que seu país vive ditadura

Ericka de Sá, de Brasília2 de abril de 2014

Uma das principais vozes da oposição, María Corina Machado, que teve seu mandato cassado, pede apoio no Congresso em Brasília e denuncia assassinato de manifestantes e censura na Venezuela.

Foto: Reuters/Carlos Garcia Rawlins

A deputada opositora venezuelana María Corina Machado, que teve seu mandato cassado, veio ao Brasil nesta quarta-feira (02/04) para pedir apoio aos parlamentares brasileiros e comparou a situação na Venezuela a uma ditadura. "Como se chama um regime que persegue, que censura, que tortura estudantes detidos? Que assassina estudantes ou manifestantes pacíficos na rua?", indagou.

Em audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, ela acusou o presidente Nicolás Maduro de não respeitar a propriedade e valores como a liberdade de expressão e disse que as manifestações recentes indicam que os venezuelanos estão "decididos a conquistar a democracia e a liberdade".

Uma das principais vozes de oposição da Venezuela, Corina Machado negou ter intenções golpistas. "É legítimo que, pela via da Constituição, os venezuelanos possam pedir mudança no regime", defendeu a parlamentar.

Em um depoimento emocionado, Corina Machado disse que uma discussão aberta no Congresso – como aquela da qual participava aqui no Brasil – é "impensável" na Venezuela. "Não é possível ter uma discussão ou uma comissão no Senado", acusou, ao lembrar-se do episódio em que foi agredida fisicamente, dentro do Legislativo de seu país, no ano passado.

Em seu discurso no Senado, ela relembrou as acusações feitas pela oposição venezuelana de que as eleições de abril do ano passado foram fraudulentas: "Havia legítimas razões para formular auditoria completa dos votos, e Maduro se comprometeu a fazer [a auditoria] na frente dos presidentes da Unasul. Depois, ele voltou atrás."

Dependência do Estado

Ao ser indagada sobre quais são suas propostas para o país, Corina Machado reconheceu que a transferência de renda aos mais pobres foi significativa, mas ponderou: "Esse sistema destruiu o emprego privado e há agora uma sociedade cada vez mais dependente do Estado."

Para ela, o mais urgente seria resgatar a confiança e restabelecer o "respeito ao Estado de Direito, com respeito à lei, uma economia vibrante e respeitosa da constitucionalidade".

María Corina Machado teve mandato cassado pelo presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, em 24 de março. A justificativa era a de que ela teria participado de sessão na Organização dos Estados Americanos (OEA) para denunciar a situação da Venezuela ocupando o posto de um representante do Panamá, o que seria incompatível com seu cargo de deputada, segundo o governo venezuelano.

Aos deputados e senadores, ela disse ter dito à OEA o mesmo que falou aos brasileiros. "Se tivessem dito antes de fazer isso [o discurso na OEA] que iriam me destituir do Parlamento, eu teria feito do mesmo jeito, teria falado", reforçou a ex-deputada. "Fiz como meu dever como venezuelana e num momento em que enfrentamos uma ditadura."

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