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No Quênia, Obama defende direitos de homossexuais

25 de julho de 2015

Americano afirma que nenhum país deve discriminar cidadãos por causa da orientação sexual. Presidente queniano rebate que direitos dos homossexuais não são tema para a sociedade do país nem prioridade de seu governo.

Foto: Reuters/J. Ernst

Em visita ao Quênia, o presidente dos EUA, Barack Obama, defendeu neste sábado (25/07) os direitos dos homossexuais na África. Segundo ele, o Estado não deve discriminar pessoas com base na orientação sexual. No continente africano, a maioria dos países criminaliza as relações entre pessoas do mesmo sexo.

"Nenhum país deve discriminar os cidadãos por causa de sua orientação sexual", afirmou Obama junto a seu homólogo queniano, Uhuru Kenyatta. "Se alguém respeita a lei, as normas de trânsito, trabalha, faz tudo o que um bom cidadão deve fazer e não causa danos a ninguém, a ideia de que vá ser maltratado porque é diferente, é simplesmente errada."

"Como afro-americano nos EUA, estou dolorosamente consciente das consequências da discriminação", observou, acrescentando que "discriminar uma pessoa por causa de quem ama é errado, e ponto final". Recentemente, Obama saudou a decisão da Suprema Corte dos EUA de permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Kenyatta rebateu, comentando que o Quênia e os EUA compartilham de vários objetivos e valores, mas não em todos os temas. A seu ver, os direitos dos gays não são um tema para a sociedade queniana, nem "uma prioridade" para seu governo. A lei nacional penaliza as relações homossexuais com até 14 anos de prisão.

Terrorismo em foco

Em relação à luta contra o terrorismo, Obama enfatizou que os dois países estão aumentando a cooperação na luta contra Al Shabaab na Somália. Ligado à Al Qaeda, o grupo fundamentalista tem realizado vários ataques terroristas no país africano, inclusive contra um centro comercial em Nairóbi, em 2013.

"Nós temos reduzido de forma sistemática os territórios que os combatentes do Al Shabaab controlam. Conseguimos reduzir sua atividade na Somália e enfraquecemos essas redes que operam aqui na África Ocidental. Mas isso não significa que o problema esteja resolvido", ressalvou Obama.

Os dois líderes conversaram, ainda, sobre a guerra civil no Sudão e as eleições no Burundi, onde Pierre Nkurunziza obteve um controverso terceiro mandato como presidente.

"As recentes eleições não foram credíveis. Apelamos ao governo e à oposição para estabelecerem um diálogo que conduza a uma solução política para a crise e evite a perda de mais vidas inocentes", frisou Obama.

FC/afp/ap/rtr/efe/lusa

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