Premiação vai para trio de cientistas que desenvolveram instrumentos de precisão avançada que permitem explorar microrganismos de forma inédita. Entre os vencedores está a terceira mulher a receber a honraria.
Anúncio
O americano Arthur Ashkin, o francês Gérard Mourou e a canadense Donna Strickland foram agraciados nesta terça-feira (02/10) com o prêmio Nobel de Física de 2018, por suas pesquisas e invenções no campo da física do laser.
Ashkin ficará com metade da premiação de nove milhões de coroas suecas (cerca de 1 milhão de dólares). A outra metade será dividida entre Mourou e Strickland.
"As invenções agraciadas este ano revolucionaram a física do laser", afirmou a Academia Real de Ciências da Suécia. "Instrumentos de precisão avançada possibilitam o acesso a áreas inexploradas da pesquisa e a uma amplitude de aplicações industriais e médicas."
Ashkin, de 96 anos, foi homenageado pelo desenvolvimento de "pinças ópticas e suas aplicações em sistemas biológicos", que permitem examinar e manipular vírus, bactérias e outras células. Ele é a pessoa mais velha a ser agraciada com um Nobel, superando o vencedor do prêmio de Economia de 2007, Leonard Hurwicz, então com 90 anos.
Mourou e Strickland recebem o prêmio por seu "método de gerar pulsos ópticos ultracurtos e de alta intensidade". A pesquisa da dupla "abriu o caminho para os pulsos de laser mais curtos e intensos já criados pela humanidade", exaltou a Academia sueca.
A canadense Strickland é a terceira mulher a receber o Nobel de Física, desde 1901. "Sempre se imagina se isso é algo real mesmo", afirmou a cientista após o anúncio do prêmio. Ela disse se sentir honrada pelo fato de ser uma das poucas mulheres a receber a premiação até hoje "Obviamente, precisamos exaltar as mulheres da física, porque estamos em toda parte", afirmou. "Espero que tenha chegado a hora de avançarmos em ritmo mais rápido."
Nesta quarta-feira será anunciado o Nobel de Química e, na sexta-feira, será a vez do prêmio Nobel da Paz. A premiação do Nobel de Economia será no dia 8 de outubro.
Sabia que uma atriz de Hollywood inventou a base da telefonia por celular? Conheça mulheres que revolucionaram a ciência com suas pesquisas, descobertas e inventos – do filtro de café a sistemas de computação.
Foto: picture alliance/IMAGO
Hedy Lamarr e a transmissão de dados sem fio
Ela e o compositor George Antheil inventaram um sofisticado sistema de comunicação para despistar radares, patenteado em 1942 por George Antheil e Hedy Kiesler Markey, nome original da atriz austríaca. Hoje, o "frequency hopping" (alternância de frequência) é base da moderna comunicação por espalhamento espectral. Essa técnica é usada nos protocolos Bluetooth, Wi-Fi e CDMA.
Foto: picture-alliance/ dpa
Ada Lovelace, primeira programadora
Já no início do século 19, Ada Augusta King, condessa de Lovelace (1815-1852), delineou o mundo dos computadores de hoje com sua invenção. Em 1835, a matemática inglesa desenvolveu um programa complexo para um computador mecânico nunca concluído, o "mecanismo analítico". Foi a base para as linguagens de programação posteriores, o que a tornou a primeira programadora do mundo.
Foto: picture-alliance/Mary Evans Picture Library
Barbe-Nicole Clicquot, "Grande Dame" do champanha
A francesa Barbe-Nicole Clicquot (1777-1866) inventou o método hoje conhecido como "remuage": as garrafas de champanhe são armazenadas com o gargalo para baixo e agitadas e giradas com regularidade, para que os sedimentos da levedura se depositem junto à rolha provisória. Isso garante uma bebida clara, sem a perda da efervescência.
Foto: picture-alliance/AP Photo/Remy de la Mauviniere
Josephine Cochrane e a máquina de lavar louça
Se não fosse essa americana rica, muita gente ainda estaria brigando para decidir quem lava a louça. Josephine Cochrane (1839-1913) gostava de organizar festas e se irritava com os empregados, que com frequência quebravam os pratos. Para zelar por sua fina porcelana, ela patenteou a máquina de lavar louça em dezembro de 1886.
Foto: public domain
Marie Curie, a primeira Prêmio Nobel
Marie Curie (1867-1934) é uma das mais importantes cientistas da história. A polonesa naturalizada francesa foi a primeira mulher a ganhar um Nobel, ao lado do marido, Pierre Curie, em 1903, por suas pesquisas na área da física. Em 1911, ganhou o Nobel de Química. Ela pesquisou a radioatividade e descobriu os elementos químicos polônio e rádio.
Foto: picture-alliance/empics/PA Wire
Melitta Bentz e o filtro de café
Quando a mãe e dona de casa alemã Melitta Bentz (1873-1950) tomava café, ela sempre se incomodava com os irritantes grãozinhos entre os dentes. Certo dia, ela espontaneamente pegou o mata-borrão dos cadernos dos filhos, colocou-o em uma lata perfurada e serviu o café. Assim nasceu o filtro de café, que foi patenteado por ela em 1908, quando tinha 35 anos.
Foto: DW
Grace Hopper, pioneira da computação
A cientista da computação Grace Murray Hopper (1906-1992) ensinou o computador a falar. Enquanto os pioneiros da computação ainda se comunicavam em uma linguagem enigmática, esta pioneira já transformava os programas de computador de código binário em linguagem compreensível. Ela desenvolveu a linguagem de programação que serviu de base para a criação do Cobol (Common Business Oriented Language).
Foto: picture-alliance/Newscom/J. S. Davis
Gertrude Elion, pioneira da medicina
Quando o avô da americana Gertrude Belle Elion (1918-1999) morreu de câncer, ela decidiu pesquisar a doença. A bioquímica e farmacologista fez contribuições significativas para o avanço da quimioterapia, ao desenvolver uma droga usada para tratar a leucemia até hoje. Em 1989, ela recebeu o Nobel de Medicina.
Foto: CC By Unbekannt 4.0
Mária Telkes e a energia do futuro
Durante a Segunda Guerra Mundial, a cientista húngaro-americana Mária Telkes (1900-1995) inventou uma usina de dessalinização movida a energia solar. Em 1947, ela e a arquiteta Eleanor Raymond construíram uma casa completamente aquecida por energia solar. A base dessa tecnologia é usada ainda hoje.
Foto: Gemeinfrei
Margaret Hamilton e a conquista da Lua
A matemática e cientista de computação americana Margaret Hamilton (1936) chefiou durante muitos anos a divisão de software do programa Apollo, da Nasa. Ela desenvolveu o programa de voo usado pela Apollo 11, a primeira missão tripulada que aterrissou na Lua. Além disso, desenvolveu vários conceitos que são hoje a base dos sistemas de software.