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Nobel de Química vai para três cientistas

9 de outubro de 2013

Karplus, Levitt e Warshel desenvolveram nos anos 70 as bases para atuais modelos de computador que permitem simular, prever e compreender processos químicos impossíveis de se observar em condições de laboratório.

Foto: Jonathan Nackstrand/AFP/Getty Images

O prêmio Nobel da Química foi anunciado nesta quarta-feira (09/10) para o austríaco Martin Karplus, o britânico Michael Levitt e o israelense Arieh Warshel, pelo desenvolvimento de modelos informáticos que permitem simular, prever e compreender processos químicos complexos.

Nos anos 1970, os três investigadores, que também possuem nacionalidade americana, "lançaram as fundações dos poderosos programas que hoje são usados para prever processos químicos", de acordo com a Real Academia Sueca, no comunicado em que anuncia os premiados.

Antes desses desenvolvimentos, segundo a academia, os químicos criavam modelos de moléculas com bolas de plástico e hastes de madeira. Hoje, usam computadores. "Modelos informáticos que espelham a vida real tornaram-se cruciais para a maioria dos avanços realizados pela química atualmente", acrescenta a instituição.

Importante na criação de medicamentos

Segundo Arieh Warshel, o trabalho dos cientistas premiados foi "desenvolver métodos que permitem ver como as proteínas funcionam de fato". "O que desenvolvemos foi uma forma computadorizada de olhar para a proteína e entender como faz o que faz", acrescentou, exemplificando que a informação pode ser utilizada para se criar medicamentos, por exemplo.

Como explica a academia, as reações químicas ocorrem a uma enorme velocidade e, numa fração de milésimo de segundo, os elétrons saltam de um núcleo atômico para outro, tornando virtualmente impossível mapear todo o processo químico sob condições experimentais de laboratório.

Comitê do Nobel de Química no momento do anúncio: "trabalho inovou, unindo física clássica à quântica"Foto: Jonathan Nackstrand/AFP/Getty Images

Com a ajuda dos métodos desenvolvidos por Karplus, Levitt e Warshel, os computadores revelam, de forma virtual, processos químicos complexos, como a purificação de gases de escapamento através dos catalisadores ou a fotossíntese, realizada pelas plantas.

Aproveitando "o melhor de dois mundos"

O trabalho dos investigadores agora premiados, segundo a academia, "é também inovador porque permitiu unir a física clássica de Newton à física quântica", que é fundamentalmente diferente.

Antes, os químicos tinham de escolher usar uma ou outra. "Karplus, Levitt e Warshel aproveitaram o melhor de dois mundos e desenvolveram métodos que usam a física clássica e a física quântica", afirmou a academia.

"Hoje, o computador é uma ferramenta tão importante para os químicos como o tubo de ensaio. As simulações são tão realistas que preveem o resultado das experiências tradicionais", escrevem os membros do júri no comunicado.

Ativos nos EUA

O prêmio em dinheiro é de 8 milhões de coroas suecas (cerca de 920 mil euros), que serão divididos entre os três ganhadores.

Karplus, de 83 anos, nasceu em Viena, e quando era criança teve que fugir dos nazistas, juntamente com sua família, judia. Ele é pesquisador da Universidade de Estrasburgo, na França, e da Universidade de Harvard, nos EUA.

Warshel, de 72 anos, nasceu num kibutz israelense e trabalha na Universidade do Sul da Califórnia, nos EUA. Levitt, de 66 anos, nasceu em Pretória, na África do Sul, e trabalha na Escola de Medicina da Universidade de Stanford, também nos EUA.

MD/afp/lusa/dpa

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