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Gaetz desiste de cargo sob Trump após escândalo sexual

Publicado 21 de novembro de 2024Última atualização 22 de novembro de 2024

Deputado trumpista sofreu pressão do próprio partido para não assumir posição como procurador-geral de Justiça dos EUA. Ele era investigado no Congresso por má conduta sexual e uso de drogas ilícitas.

O deputado americano Matt Gaetz fala na Câmara dos Representantes.
Deputado não conseguiu apoio no Partido Republicano para dirigir o Departamento de Justiça dos EUAFoto: Win McNamee/AFP/Getty Images

O deputado americano Matt Gaetz desistiu nesta quinta-feira (21/11) de buscar a aprovação do Senado para se tornar o novo procurador-geral de Justiça dos Estados Unidos, cargo que havia sido convidado para assumir a partir de 2025, sob o governo de Donald Trump.

Ele foi escolhido por Trump no começo da semana, mas sua candidatura, que precisaria da aprovação da maioria dos senadores, foi duramente criticada devido ao seu envolvimento em casos de má conduta sexual e não teve endosso nem mesmo do seu próprio partido.

A indicação de Gaetz para o cargo de procurador-geral, função que é encarregada de direcionar as posições legais do governo em questões críticas, foi uma das nomeações mais polêmicas de Trump até agora, em uma lista que também inclui o apresentador da Fox News Pete Hegseth como secretário de defesa, o cético em relação a vacinas Robert F. Kennedy Jr. como secretário de saúde e o bilionário Elon Musk para chefiar uma unidade de corte de custos do governo.

Quem é Matt Gaetz

Trumpista fiel, Gaetz é um incendiário da extrema direita republicana no Congresso. Ele foi investigado pelo Departamento de Justiça – mesmo órgão que ele foi nomeado para liderar – por supostas relações sexuais com menores de idade e tráfico sexual, embora o departamento tenha decidido não apresentar acusações, por falta de provas. O político nega qualquer irregularidade.

Além disso, estava sendo investigado pelo comitê de ética da Câmara, em meio a alegações de má conduta sexual, uso de drogas ilícitas e outras supostas violações éticas.

"Tive excelentes reuniões com os senadores ontem", disse Gaetz no X. "Embora o ímpeto fosse forte, está claro que minha confirmação estava injustamente se tornando uma distração para o trabalho crítico da Transição Trump/Vance.'

Gaetz, de 42 anos, foi eleito pela primeira vez para a Câmara dos Representantes em 2016 e foi reeleito neste ano, mas renunciou ao cargo para poder postular à vaga de procurador-geral, o que também encerrou os processos contra ele na Casa. Ele ganhou a inimizade de colegas republicanos ao arquitetar a destituição do deputado Kevin McCarthy como presidente da Câmara no ano passado.

"Matt tem um futuro maravilhoso, e estou ansioso para ver todas as grandes coisas que ele fará", disse Trump em resposta à sua desistência.

Trump indica Pam Bondi

Após a desistência de Gaetz, Trump indicou a ex-procuradora-geral da Flórida Pam Bondi para o cargo de procuradora-geral dos Estados Unidos. Aliada de longa data de Trump, Bondi foi ainda presidente do America First Policy Institute, um grupo de reflexão criado por antigos funcionários da administração Trump.

No anúncio, Trump lembrou que, como primeira procuradora-geral da Flórida, cargo que ocupou de 2011 a 2019, Bondi "trabalhou para acabar com o tráfico de drogas mortais e reduzir a tragédia das mortes por overdose de fentanil que destruíram tantas famílias" nos Estados Unidos.

Trump reiterou que, "por muito tempo", o Departamento de Justiça tem sido supostamente usado contra ele ou outros políticos do Partido Republicano, algo que ele disse que vai acabar. "Pam reorientará o Departamento de Justiça para seu objetivo de combater o crime e tornar os Estados Unidos seguros novamente. Conheço Pam há muitos anos. Ela é inteligente e dura", disse.

gq/md (AFP, ots)