Magnus Carlsen derrota adversário russo em duelo dramático decidido nas partidas finais de desempate. Resultado frustra expectativas de Moscou, que não ganha um torneio internacional desde 2007.
Anúncio
O enxadrista norueguês Magnus Carlsen conquistou nesta quarta-feira (1º/12), pela terceira vez consecutiva, o campeonato mundial de xadrez ao derrotar, em Nova York, o russo Serguei Karjakin numa disputa dramática decidida em partidas rápidas de desempate.
Apesar de Karjakin frustrar as previsões iniciais ao empatar a série de 12 rodadas contra o favorito Carlsen, ele acabou derrotado pelo norueguês na fase final de quatro partidas extras. Após sete empates seguidos, o russo largou na frente no placar ao vencer o oitavo duelo. O nono também terminou empatado, e Carlsen venceu a décima partida.
Com dois novos empates na 11ª e 12ª partida, a batalha pela coroa do xadrez mundial terminou numa rodada dramática de desempate de quatro duelos rápidos. Eles começaram com dois novos empates, antes de Carlsen sacramentar o título mundial com duas vitórias derradeiras.
Ao contrário das rodadas normais, com duração média de seis horas, as partidas rápidas do chamado tiebreaker tiveram 25 minutos de duração cada. O tempo curto permite a ocorrência de erros em razão da pressa, mas Carlsen, o número um do mundo desde 2010, confirmou o favoritismo.
O norueguês, que completou 26 anos nesta quarta-feira, disputou diversos torneios de jogos de curta duração neste ano, derrotando, entre outros, o mestre enxadrista americano Hikaru Nakamura.
Num claro sinal da importância de uma vitória russa para Moscou, Dmitri Peskov, porta-voz do presidente russo Vladimir Putin, esteve em Nova York para acompanhar a partida final. A Rússia, que durante anos dominou o esporte, não ganha um título internacional desde 2007.
Karjakin, que aos 12 anos se tornou o mais jovem mestre enxadrista da história, nasceu na Crimeia e apoiou a controversa anexação da península pela Rússia em 2014, que até então pertencia à Ucrânia.
A premiação do torneio seria inicialmente de 600 mil euros para o vencedor e 400 mil euros para o segundo colocado. Mas, como o título foi decidido nas partidas de desempate, os valores finais ficaram em 550 mil para o campeão e 450 mil euros para o vice.
Segundo os organizadores, em torno de 6 milhões de pessoas em todo o mundo acompanharam as partidas finais de desempate.
RC/afp/ap
Dez jogos de estratégia bons para o cérebro
No tabuleiro ou no computador, passatempos como xadrez e damas desafiam e estimulam os neurônios. Confira uma lista de jogos clássicos, que envolvem de reis a ilhas e civilizações antigas.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Warnecke
Go: estratégia asiática
O jogo Go teve origem na China, mas se desenvolveu fortemente na Coreia e no Japão. Os jogadores dispõem de peças brancas e pretas e de um tabuleiro cortado por 19 linhas na horizontal e 19 linhas na vertical. As peças são colocadas sobre as interseções das linhas, e o objetivo não é eliminar o adversário, mas sim ocupar a maior parte possível do tabuleiro.
Foto: Imago/Xinhua
Xadrez: o rei dos jogos
A palavra "xadrez" vem do termo persa "shah", que significa rei. O tabuleiro foi desenvolvido entre os séculos 3º e 6º na Índia e é formado por 64 pequenos quadrados. O jogo pode ser disputado por apenas dois adversários – cada um com 16 peças. O objetivo é dar o xeque-mate, ameaçando o rei do outro jogador de maneira que ele não possa mais escapar ou ser livrado por outra peça.
Foto: MEHR
Shogi: o xadrez japonês
A versão japonesa do xadrez é jogada num tabuleiro dividido geralmente em nove campos, mas também existem tabuleiros maiores ou menores. Há uma diferença importante entre o shogi e o xadrez comum: no jogo japonês, as peças não pertencem a um dos jogadores, mas podem ser usadas por ambos. No entanto, o objetivo é o mesmo: dar o xeque-mate.
Foto: picture-alliance/AP Photo/K. Sasahara
Damas: movimento na diagonal
O tabuleiro de damas se parece com o de xadrez, mas as regras do jogo são bem diferentes. Os jogadores só podem mover suas peças pelos quadrados pretos e na diagonal, uma peça por vez, até serem capazes de capturar uma do adversário ao pular sobre ela ou "comê-la". O vencedor é aquele que primeiro "comer" todas as peças do adversário.
Foto: Getty Images/AFP/G. Bouys
Trilha: quadrados e linhas
O tabuleiro de trilha – também conhecida como moinho ou Nine Men's Morris, em inglês – é formado por três quadrados, um dentro do outro. Cada um dos dois jogadores recebe nove peças. O objetivo é alinhar três peças, formando um "moinho", que permite remover uma das peças do adversário. Vence aquele que conseguir deixar o inimigo com apenas duas peças.
Foto: Imago/Schöning
Jogo da velha: mestre da distração
Talvez este seja o melhor jogo para momentos de tédio, porque são necessários apenas lápis e papel para a distração. O jogo da velha teve origem no século 12 e foi o primeiro jogo de estratégia com uma versão para computador. Dois adversários se alternam desenhando um "x" ou um "o" em um dos nove quadrados. O primeiro a formar uma linha – na vertical, na horizontal ou na diagonal – ganha.
Foto: imago/J. Tack
Lig 4: tabuleiro na vertical
Também considerado um jogo de tabuleiro, o Lig 4 é disputado na vertical. O jogo – chamado de "Connect Four" em inglês – foi criado em 1974 e é disputado por dois jogadores. O primeiro a conseguir quatro peças de sua cor – na vertical, na horizontal ou na diagonal – é o vencedor. O Lig 4 é parecido com o jogo da velha, mas há 42 espaços em vez de apenas nove.
Foto: imago/blickwinkel
Civilization: do tabuleiro para a tela
Inicialmente concebido como um jogo de tabuleiro, o Civilization foi criado em 1980. O objetivo é complexo: uma civilização precisa superar dificuldades da Antiguidade à Idade do Ferro. Sete jogadores podem participar de uma partida, que pode durar até dez horas. Em 1991, o Civilization foi lançado como jogo de computador e se tornou um sucesso mundo afora.
Foto: 2007 Free Software Foundation, Inc.
Anno: gestão de ilhas fictícias
Outro popular jogo ligado à gestão de recursos é o Anno, criado em 1998. O objetivo é descobrir e povoar ilhas fictícias e, então, atender às necessidades dos moradores das novas ilhas. Os jogadores também podem competir entre si, simulando ataques e comércio.
Foto: picture-alliance/dpa/O. Stratmann
StarCraft: diversão nacional
Na Coreia do Sul, o StarCraft é um passatempo nacional. O jogo de estratégia em tempo real foi lançado em 1998 e continua sendo um dos jogos de computador mais populares do mercado. Os jogadores constroem uma base, coletam recursos e adquirem soldados para lutar contra seus oponentes. Torneios online são levados a sério entre os sul-coreanos, contando até com espectadores.