Em entrevista à DW, ex-prefeito Fernando Haddad defende reconstrução do campo progressista de esquerda para deter o que chama de "onda de obscurantismo" no Brasil: "Problema era do sistema político como um todo."
Anúncio
Considerado a carta na manga do PT para 2018 caso a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja interditada por uma decisão judicial, o ex-prefeito Fernando Haddad defende, em entrevista à DW Brasil, a reconstrução do campo progressista de esquerda para deter a "onda de obscurantismo" e ataque aos direitos civis no Brasil.
Haddad cita nomes importantes para esta aproximação, como o do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e do governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B). Haddad diz crer na inocência de Lula e que trabalha com a hipótese de que o ex-presidente será o candidato do PT.
DW Brasil: O sr. tem pretensões eleitorais para 2018? Já negou que é o Plano B do PT caso o ex-presidente Lula não possa concorrer.
Fernando Haddad: Não é momento de pretensões individuais da parte de ninguém. Nós temos um candidato, confiamos na inocência deste candidato, estamos seguros de que, por tudo o que foi explicado, há base para reversão de uma sentença condenatória, permitindo o registro de candidatura do presidente Lula, que é líder absoluto nas pesquisas. Na eventualidade de acontecer alguma coisa, no tempo correto e de forma colegiada, inclusive com a participação do próprio Lula, alternativas têm que ser consideradas. Mas, até este momento, realmente acredito que não há base para condenação. Participei de duas eleições só e eu já estou com 54 anos. Eu não sou, nunca fui, uma pessoa que focava eleições. E não será agora que eu vou mudar.
Como o sr. enxerga essa incapacidade dos grupos de esquerda do Brasil de se unirem? Por que não se cogita, por exemplo, uma chapa do PT com Ciro Gomes?
Temos um candidato que tem de 35% a 40% de intenções de voto e representa, ainda, um projeto de Brasil com o qual as pessoas têm identidade. Muita gente quer resgatar um padrão de gestão pública e desenvolvimento humano que o Lula representa. O fato de Lula se dispor a disputar a eleição faz com que o PT evidentemente abrace esse projeto. Trata-se de unir forças em torno de uma candidatura que representa um Brasil que deu muito certo.
Existe um campo que precisa ser reconstruído para disputar em condições de vitória as próximas eleições, até para frear o avanço deste obscurantismo que está tomando conta do país, que é representado, na minha opinião, pelo governo Temer, mas não só. Esse campo pode ser reconstruído em torno do Lula ou de outro candidato, na eventualidade de ele não poder concorrer. A nossa crença é de que ele tem toda condição de concorrer e disputar a eleição de 2018.
Na medida em que ele coloca o nós e eles, os bons e os maus, os pobres e os ricos, o discurso de Lula não é carregado de ódio, dá munição à polarização?
Lula é uma pessoa que demarca e concilia. É a técnica dele negociar benefícios e direitos para aqueles que não têm voz. É assim que ele atuou no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e é assim que ele atuou como presidente. Tem gente que tem muito, tem gente que tem pouco, tem gente que teve todas as oportunidades do mundo, tem gente que não teve nenhuma. Lula trouxe para o âmbito do governo a consciência de que nós somos divididos por razões materiais, mas de que há um caminho para superação dentro das instituições.
Como o sr. vê o PT pós-mensalão e pós-Lava Jato? Dirigentes se envolveram com ilícitos e com corrupção.
A população já se deu conta de que o problema era do sistema político como um todo. Tínhamos regras impróprias e inadequadas para o bom funcionamento da democracia. E não é o PT o problema, não é o PSDB, o problema não é o PMDB. Na verdade todos os partidos participaram de um problema por falta da reforma política, que está sendo feita quase que a fórceps.
O PT se sentiu muito confortável dentro desse sistema.
Nosso maior erro foi não ter feito a reforma política. Os interesses estavam todos muito cristalizados e era muito difícil discutir reforma política com partidos que davam sustentação aos governos em geral e eram avessos a qualquer mudança das regras do jogo, porque, para eles, era muito confortável a situação. Isso não significa dizer ‘bom, então se é isso, vamos passar uma borracha'. Nós não vamos passar uma borracha. Temos que investigar e eu sou francamente favorável a todo tipo de investigação que atribua responsabilidade e gradue as penas na medida do grau do ilícito, da ilicitude que alguém se envolveu. É um gradiente amplo, vai desde a contravenção até os crimes mais bárbaros contra a sociedade brasileira.
Haddad: "Não está fácil para ninguém"
01:10
O sr. não acredita que Lula misturou público e privado? Ele teve uma ótima relação com o status quo, com a oligarquia econômica do país, as empreiteiras.
O que eu presenciei e posso testemunhar com grau pleno de convicção é que o Lula tinha pretensões internacionais muito nítidas. Ele efetivamente acreditava que algumas empresas brasileiras, não da escolha dele, mas vocacionadas, tinham condições de ampliar a presença do Brasil no exterior, sobretudo na América Latina, América do Sul, África e alguns países do Oriente Médio. Lula acreditava que era papel do Estado ajudar a projetar a presença da indústria e das empresas brasileiras no exterior. E isso angariou um apoio grande de uma parte da burguesia nacional, deu a ele um trânsito junto ao empresariado muito frequente. Mas isso não se confunde com o desejo do presidente de obter pequenas vantagens. Sinceramente, eu não compro essa tese. E é com base na opinião de 122 juristas, que foram meus professores de direito, que eu acredito que possa ser revertida essa sentença. Não é desejo de amigo. É desejo de justiça. Ninguém defende a impunidade. Eu não defendo a impunidade de ninguém, nem de um filho. Agora, também não defendo a injustiça.
O sr. vê politização na Lava Jato hoje?
Com todos os méritos que pode ter a Operação Lava Jato, por falta de regulamentação da delação premiada e do acordo de leniência colocamos muita coisa a perder. Faltaram protocolos rígidos, afastar o subjetivismo da delação. Isso trouxe um grande prejuízo para a operação. Se íamos adotar a delação premiada como peça central do desbaratamento de quadrilhas - o que é ótimo, né? - nós tínhamos que ter alguns protocolos para o instituto não ser usado pelo criminoso a seu favor. É um instituto para ser usado a favor do país e concede, em função dos benefícios ao país, algum benefício ao delator. Essa é a regra. O que está acontecendo é o oposto: o país está sendo prejudicado e o delator, beneficiado. Esse povo não vai preso, vai cumprir prisão domiciliar em mansões, com 70, 80% de seu patrimônio preservado. Ou seja, o crime compensou. Você pode acabar com a reputação de uma pessoa ilibada com base no depoimento de alguém que é réu confesso, que prejudicou o país ao longo de décadas.
O sr. já afirmou que o fenômeno Bolsonaro é culpa do PSDB, pela inflexão do partido à direita. Como entende a ascensão de Bolsonaro e da direita?
A crise do neoliberalismo de 2008, fruto de uma desregulamentação financeira de uma década anterior, gerou a crise que estamos vivendo. Essa crise na Europa e nos EUA ensejou a divisão da direita em dois grupos: o neoliberalismo clássico, progressista do ponto de vista de valores; e um movimento nacionalista, antiglobalização e mais regressivo do ponto de vista de valores.
O Brasil, por incrível que pareça, está criando uma jabuticaba, o "neoliberalismo regressivo”. É o neoliberalismo na economia e a regressividade dos direitos civis. O que eu disse é que o PSDB, nas eleições que participou, 2010, 2012, 2014, introduziu, na minha opinião, de forma conflitiva com suas raízes sociais-democráticas, temáticas [mais conservadoras]: o tipo de discussão que foi feita em torno do aborto, a invenção sobre "kit gay”, a maioridade penal. Obviamente isso fortaleceu um setor que não teria, talvez, espaço nenhum na política nacional para verbalizar o que está sendo hoje comum nas redes sociais, nos programas de TV. Essa sem cerimônia destes grupos radicais de direita, com um discurso contra as artes, um discurso contra a tolerância, um discurso contra os direitos humanos, ganhou fôlego. Acredito que Dória e Bolsonaro representem este campo mais extremado e com indícios bastante nítidos.
É mais fácil para a direita se reinventar – o Dória é apresentado como uma novidade – do que a esquerda?
Não. A dificuldade é a mesma. Para todo lado. O PT não está no seu pior momento porque todos estão no seu pior momento hoje. Há um ano, só o PT estava. Um ano depois, todos estão. Não está fácil para ninguém. Hoje nós estamos sem horizonte. Precisamos reconstruir a partir da política.
Seu nome e o de Ciro Gomes estão comprometidos com o projeto Brasil Nação, que elabora um plano futuro para o Brasil. Como tem se desenvolvido isso?
Tem questões que nós não vamos poder contornar. Educação, cultura e ciência. São três setores que estão em crise, e que dialogam com o futuro. Infraestrutura: estamos parados. O Brasil vai ter como competir sem investimento em infraestrutura? E o terceiro ponto é política externa. Hoje o Brasil é uma nulidade em política externa. Somos o oposto do que éramos há menos de dez anos. Nós éramos o cara e hoje a gente não tem cara nenhuma. O Brasil não tem expressão nenhuma no mundo internacional.
Ciro Gomes disse que o dream team da política seriam ele e o sr. numa chapa, juntos. O sr. concorda? Qual é o dream team de 2018?
Gosto muito do Ciro Gomes, de verdade. Acho ele um grande brasileiro, uma pessoa efetivamente comprometida com o país. Não sei o que vai acontecer em 2018. Quem sabe não se compõe uma grande coalizão em torno do presidente Lula. Enfim, o Ciro é uma pessoa com quem se senta à mesa. Há lideranças com as quais é imprescindível se sentar à mesa.
Temos o campo de centro-esquerda, que eu diria, mais progressista. Aí sim tem que explorar ao máximo as possibilidades de coalizão, quem sabe já para o primeiro turno. O PDT, o PSB, o PC do B. Eu admiro o Flávio Dino [governador do Maranhão]. Quem é que não admira o Flávio Dino? Ele está fazendo uma mudança importante no Maranhão. Estive recentemente com o Paulo Câmara, Ricardo Coutinho, os governadores de Pernambuco e da Paraíba, do PSB. São pessoas admiráveis.
O importante neste momento é isolar o obscurantismo politicamente, torná-lo anacrônico rapidamente e consolidar essa visão de fortalecimento da república, da democracia, das liberdades individuais. Aí nós vamos para a disputaA dificuldade da esquerda para se reinventar com a certeza de que o Brasil vai ter um presidente a sua altura e de que a alternância no poder vai dar conta de aperfeiçoar o processo democrático.
----------------
A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos noFacebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App
O mês de outubro em imagens
Reveja alguns dos principais acontecimentos do mês.
Foto: picture-alliance/dpa/E. Morenatti
Lutero celebrado em Wittenberg
A Alemanha festeja os 500 anos da Reforma Protestante em feriado nacional. Centro das celebrações é Wittenberg, onde, em 31 de outubro de 1517 o reformador Martinho Lutero pregou suas 95 teses contra o comércio de indulgências na porta da Igreja do Castelo. As cerimônias na cidade contaram com a presença de numerosas personalidades da política alemã, entre as quais Angela Merkel. (31/10)
Foto: picture-alliance/dpa/H. Schmidt
Presidente reeleito
A Comissão Eleitoral do Quênia confirmou a reeleição do presidente Uhuru Kenyatta, com 98,26% dos votos, após um conturbado processo que teve intervenção da Justiça, nova eleição e protestos violentos. Do total de 19,5 milhões de eleitores convocados às urnas, apenas 38,84% votaram, o que chama mais a atenção do que o resultado e mina a credibilidade de Kenyatta para o novo mandato. (30/10)
Foto: Reuters/S. Modola
Herwart devasta Europa Central
A tempestade Herwart provocou danos no transporte ferroviário, cortes de eletricidade, queda de árvores e deixou cinco mortos na Europa Central, além de diversos feridos. Com ventos de até 180 km por hora, causou blecautes em centenas de casas. No norte e leste da Alemanha houve pelo menos um morto e seis feridos. Na Polônia e na República Tcheca, ela deixou duas vítimas, respectivamente (29/10)
Foto: picture-alliance/dpa/W. Runge
Dada partida para inquérito Trump-Rússia
A TV CNN noticiou que um tribunal de Washington aprovou as primeiras denúncias na investigação sobre a suposta interferência russa nas eleições americanas de 2016, liderada pelo procurador especial Robert Mueller (foto). A a emissora cita fontes anônimas pois, por ordem de um juiz federal, nem o teor nem os alvos das acusações poderiam ser divulgados. (28/10)
Em votação sem a presença de partidos contrários a proposta, o Parlamento regional da Catalunha aprovou a independência da região e a separação da Espanha. A declaração unilateral foi comemorada por separatistas nas ruas de Barcelona. Em reação, o governo espanhol aprovou a dissolução do Parlamento catalão e a convocação de eleição nesta região para 21 de dezembro. (27/10)
Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Palacios
Funeral do rei da Tailândia
Pelo menos 110 mil tailandeses participam do funeral do monarca Bhumibol Adulyadej, em torno da praça Sanam Luang, em Bangcoc. A cerimônia marcou o fim de um ano de luto pelo soberano, que reinou por 70 anos e morreu em 13 de outubro de 2016. O corpo de Bhumibol foi cremado em um ritual budista. (26/10)
Foto: Reuters/D.Sagolj
Salvo mais uma vez
A Câmara dos Deputados rejeitou, pelo placar de 251 contra 233, a segunda denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra o presidente da República, Michel Temer. A decisão livra o presidente de uma investigação por parte do STF. Temer foi denunciado pelo ex-procurador-geral Rodrigo Janot pelos crimes de obstrução da Justiça e organização criminosa. (25/10)
Foto: Reuters/U. Marcelino
Racha da oposição na Venezuela
Henrique Capriles, uma das principais vozes de oposição na Venezuela, anunciou que deixará a coalizão opositora MUD, gerando um sismo na base da oposição no país. O motivo alegado foi o ele que chamou de "traição" de um dos partidos da aliança ao aceitar que quatro governadores eleitos pela oposição nas últimas eleições regionais prestassem juramento à Assembleia Constituinte. (25/10)
Foto: Reuters/M. Bello
Primeiro dia
O maior Bundestag da história da República Federal da Alemanha, com 709 deputados, teve sua sessão constituinte em Berlim, em meio à polêmica causada pelo ingresso do partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD). O ex-ministro das Finanças Wolfgang Schäuble (foto), veterano aliado de Merkel, é eleito presidente da casa para evitar que debates saiam dos trilhos. (24/10)
Foto: Reuters/F. Bensch
Prisão perpétua
Um tribunal de Nurembergue condenou um membro do movimento de extrema direita Reichsbürger, que não reconhece a República Federal da Alemanha, à prisão perpétua devido aos tiros fatais disparados por ele contra um policial. Em meados de outubro de 2016, Wolfgang P., de 50 anos, abriu fogo contra policiais, matando um e ferindo outros dois que visavam apreender armas na sua casa. (23/10)
Foto: picture-alliance/dpa/D. Karmann
Protesto contra "ódio e racismo" no Bundestag
Segundo os organizadores, cerca de 12 mil pessoas protestaram no centro da capital alemã sob o lema "Contra o ódio e o racismo no Bundestag", a dois dias da sessão constitutiva do novo Parlamento alemão. As manifestações se direcionaram contra a legenda populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que pela primeira vez estará presente na câmara baixa do Parlamento em Berlim. (22/10)
Foto: picture-alliance/dpa/J. Carstensen
Catalães protestam em Barcelona
Milhares de pessoas, entre elas o presidente regional, Carles Puigdemont, participaram de protesto em Barcelona contra medidas decididas pelo governo da Espanha para restabelecer a ordem constitucional na região. A manifestação foi inicialmente marcada para pedir a libertação de dois líderes regionais, mas a decisão tomada por Madri acabou ampliando o âmbito da concentração. (21/10)
Foto: picture-alliance/AP Photo/E. Morenatti
Mesquitas afegãs são alvo de ataques
Mais de 70 fiéis morreram em dois atentados realizados por homens-bomba no Afeganistão, um deles numa mesquita xiita em Cabul e outro numa mesquita sunita na província de Ghor, no centro do país. O primeiro, cuja autoria foi reivindicada pelo "Estado Islâmico", mesmo sem apresentar provas, deixou 39 mortos e mais de 45 feridos. O segundo matou ao menos 33 pessoas, segundo autoridades. (20/10)
Foto: Imago/Xinhua
Guggenheim em Bilbao completa 20 anos
O Museu Guggenheim em Bilbao é um dos museus de arte contemporânea da Fundação Guggenheim em todo mundo. O edifício marcante e a abrangente coleção de arte moderna foram capazes de transformar a pequena cidade espanhola. Desde que abriu as portas, em 1997, a obra-prima do arquiteto canadense Frank Gehry já atraiu 19 milhões de visitantes, sendo 70% de fora da Espanha. (19/10)
A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou o parecer do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), relator da denúncia contra o presidente Michel Temer por organização criminosa e obstrução de Justiça, que recomenda o arquivamento da matéria. Foram 39 votos a favor, 26 contra e uma abstenção. A ação segue agora para a análise no plenário da Câmara, que tem a palavra final. (18/10)
Foto: Agência Brasil/Marcelo Camargo
Senado devolve mandato a Aécio
O Senado decidiu derrubar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que afastou, no fim de setembro, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) do cargo. Com a decisão, ele poderá retornar imediatamente às atividades parlamentares. Em votação aberta e nominal, foram 44 votos contra o afastamento e 26 a favor. O tucano foi denunciado por corrupção passiva e obstrução de Justiça. (17/10)
Foto: picture-alliance/dpa/M. Cruz
Iraque retoma cidade-chave para curdos
Forças do Iraque tomaram o controle de pontos estratégicos da cidade de Kirkuk, rica em petróleo e comandada por curdos peshmerga desde 2014. A sede do governo municipal, bem como aeroporto, base militar e poços de petróleo estão sob comando das tropas de Bagdá. A operação levou milhares de pessoas a fugirem da cidade, enquanto organizações alertam para graves consequências humanitárias. (16/10)
Foto: Getty Images/AFP/A. Al-Rubaye
Golpe contra acordo nuclear
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um duro golpe contra o acordo nuclear fechado com o Irã em 2015 ao afirmar que não vai certificar ao Congresso que Teerã esteja cumprindo sua parte e que o pacto continua sendo de interesse dos EUA. A decisão, porém, não retira os Estados Unidos do acordo, mas abre caminho para a imposição de sanções ao Irã. (13/10)
Foto: Reuters/K. Lamarque
Jubileu de Nossa Senhora Aparecida
Milhares de pessoas participaram das celebrações do jubileu de 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida. Uma missa solene (foto) na basílica em Aparecida, que contou uma mensagem e vídeo do papa Francisco, deu início aos eventos na cidade da padroeira do país. (12/10)
Foto: Imago/Agencia EFE/S. Moreira
Ultimato espanhol
O premiê da Espanha, Mariano Rajoy, deu um ultimato aos separatistas catalães: o governo da região autônoma tem até a próxima segunda para confirmar se realmente foi declarada a independência. A declaração é uma resposta ao confuso discurso da véspera do chefe do governo regional que declarou a independência catalã para suspender em seguida o processo e se dizer aberto ao diálogo. (11/10)
Foto: Reuters/S. Perez
Greve na França
Mais de 100 mil funcionários públicos franceses paralisaram as atividades em diversas cidades do país contra os planos do governo de Emmanuel Macron de congelar os salários e cortar vagas. Protestos ocorreram em Paris, Lyon, Nice e Estrasburgo. Pela primeira vez nos últimos dez anos, os sindicatos do setor público se reuniram num protesto conjunto. (10/10)
Foto: Getty Images/AFP/L. Venance
Nobel de Economia para Richard H. Thaler
A Academia Real de Ciências da Suécia laureou o americano Richard Thaler com o Prêmio Nobel de Economia de 2017, por seu trabalho no âmbito da economia comportamental. O comitê afirmou que o trabalho de Thaler mostra como aspectos humanos afetam decisões individuais, bem como o comportamento da economia em geral. (09/10)
Foto: Reuters/University of Chicago Booth School of Business
Milhares marcham contra independência da Catalunha
Centenas de milhares de pessoas saíram às ruas de Barcelona para protestar contra as intenções de independência da Catalunha. A passeata reuniu entre 350 mil, segundo a polícia, e 950 mil participantes, de acordo com os organizadores. O Prêmio Nobel de Literatura Mario Vargas Llosa discursou no comício de fechamento. A faixa estendida diz "Já chega! Recuperem a lucidez." (08/10)
Foto: Getty Images/AFP/L. Gene
Espanhóis pedem unidade e diálogo
Dezenas de milhares de pessoas tomaram as ruas de Madri, Barcelona e de outras cidades espanholas para pedir "diálogo" e "unidade", dias antes de uma possível declaração unilateral de independência da Catalunha. Nos protestos convocados em 50 cidades, milhares se reuniram vestidos de branco e carregando bandeiras pedindo paz e diálogo entre líderes. (07/10)
Foto: Getty Images/C. McGrath
Nobel da Paz para campanha contra armas nucleares
O Nobel da Paz de 2017 foi para a Campanha Internacional pela Abolição de Armas Nucleares (Ican), uma coalizão da sociedade civil que promove a adesão e a implementação do Tratado para Proibição de Armas Nucleares. O prêmio vem 70 anos após bombas atômicas terem devastado as cidades japonesas Hiroshima e Nagasaki e em meio às tensões que se intensificam devido à crise na península coreana. (06/10)
Foto: Reuters/D. Balibouse
Nobel de Literatura vai para Kazuo Ishiguro
O escritor britânico nascido no Japão Kazuo Ishiguro, de 62 anos, foi laureado com o Nobel de Literatura. No anúncio, a Academia Sueca destacou a "grande força emocional" de sua obra. Entre seus romances mais famosos está "Os vestígios do dia", de 1989. Em 1993, o livro foi adaptado para o cinema num filme homônimo, estrelado por Anthony Hopkins e indicado ao Oscar em nove categorias. (05/10)
Foto: picture-alliance/AP/dpa/A. Grant
May faz discurso marcado por panes
A premiê britânica, Theresa May, encerrou o congresso anual do Partido Conservador com um discurso focado na defesa de seu governo, mas que acabou ofuscado por uma série de panes, incluindo contínuos ataques de tosse. Algumas letras do painel atrás de May caíram enquanto ela falava. Em outro momento do discurso, ela recebeu um formulário P45 – de demissão – de um comediante na plateia. (04/10)
Foto: Imago/i Images/A. Davlin
Após furacão, Trump visita Porto Rico
Em meio a críticas sobre os esforços americanos de assistência a Porto Rico após a passagem devastadora do furacão Maria, o presidente dos EUA, Donald Trump, visitou a ilha, onde 16 pessoas morreram e milhões ficaram sem água e sem energia. Lá, o líder causou polêmica ao afirmar que o país devia estar "orgulhoso" por não terem morrido tantas pessoas como já se viu em "catástrofes reais". (03/10)
Foto: Getty Images/J. Raedle
Massacre em Las Vegas
Um homem abriu fogo durante um festival de música country em Las Vegas e deixou mais de 50 mortos e 500 feridos. Os disparos foram feitos do 32º andar do hotel Mandalay Bay. O atirador foi encontrado morto no local, em aparente suicídio. A polícia, que descartou ligação com grupo terrorista, investiga agora a motivação do massacre, que já é o maior com arma de fogo da história dos EUA. (02/10)
Foto: Getty Images/D.Becker
Referendo na Catalunha
Os eleitores da Catalunha votaram em um referendo de independência, em dia marcado por confrontos violentos entre policiais e civis e centenas de feridos. Enquanto o chefe de governo espanhol, Mariano Rajoy, afirmou que a consulta popular "não existiu", o líder do governo catalão, Carles Puigdemont, defendeu que a Catalunha ganhou "o direito de ser um Estado independente" após a votação. (1º/10)