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Luta contra a aids

24 de janeiro de 2011

Medicamento desenvolvido por cientistas alemães reduziu a carga viral de HIV no sangue em até 95% e apresentou efeitos colaterais mínimos nos primeiros testes.

Uma nova substância desenvolvida por pesquisadores alemães traz esperança na luta contra a aids. O remédio, que está sendo desenvolvido pela VIRO Pharmaceuticals, uma pequena empresa privada de Hannover, é chamado de VIR-576 e, assim como outros medicamentos, reduziu drasticamente nos primeiros testes a quantidade do vírus HIV no sangue.

A vantagem é que há menos efeitos colaterais porque a nova substância não age nas células humanas, mas ataca o vírus HIV quando este ainda não penetrou nas células. Testes com 18 pacientes revelaram principalmente dor no local da injeção como efeito colateral, afirmaram os cientistas alemães. A redução na carga viral (a quantidade de HIV no sangue) foi de até 95%.

O pesquisador Frank Kirchhoff, do Hospital Universitário de Ulm, explicou que o VIR-576 é parecido com outros inibidores de fusão, como o Fuzeon, mas foi desenvolvido para bloquear o processo de infecção numa etapa anterior.

"O que o vírus faz é parecido com jogar uma âncora para poder se acoplar à célula", declarou à agência de notícias Reuters. "A nova droga ocupa a âncora – chamada peptídeo de fusão – e impede que ela seja inserida na membrana celular. Assim, o vírus não consegue entrar na célula."

Vantagens e desvantagens

O pesquisador Reinhold Schmidt, da Escola Superior de Medicina de Hannover, destacou os poucos efeitos colaterais e a eficácia da nova substância. "Os pacientes receberam a substância de forma intravenosa ao longo de dez dias, e a quantidade do vírus caiu drasticamente em cinco ou seis dias. Disso podemos concluir que o vírus praticamente não se multiplicou mais. Esse é um efeito decisivo, usado para medir a eficácia dos medicamentos contra o HIV."

E há ainda outra vantagem importante. Mutações genéticas do vírus não diminuem a eficácia da nova substância porque o VIR-576 ataca o vírus num ponto que permanece inalterado durante as mutações. Por isso, Schmidt disse que o novo medicamento é uma esperança principalmente para os pacientes que não reagem mais aos remédios já existentes. Esses pacientes já são hoje mais de 10% do total de infectados, e a tendência é crescente.

Uma desvantagem do VIR-576 é que se trata de uma proteína que deve ser administrada em forma de soro. Ou seja, apenas médicos e enfermeiros podem fazê-lo, o que torna o seu uso pouco prático. Por isso os cientistas estão agora concentrando esforços no desenvolvimento de um comprimido. Além disso, a liberação do medicamento pelas autoridades sanitárias ainda pode durar anos, explicaram os responsáveis pelo desenvolvimento do VIR-576.

AS/dw/rtr/dpa
Revisão: Carlos Albuquerque

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