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Estatégia alemã

26 de janeiro de 2010

Nova estratégia da Alemanha para o Afeganistão dá ênfase à ajuda civil, ao mesmo tempo em que prevê envio de mais soldados. No próximo ano, deverá ter início retirada do contingente alemão no país.

Alemães participam da formação de policiais de fronteiraFoto: picture-alliance/dpa

A dois dias da Conferência sobre o Afeganistão, em Londres, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, anunciou nesta terça-feira (26/01) em Berlim, que a nova estratégia alemã prevê um maior engajamento no treinamento das forças de segurança afegãs.

Segundo Merkel, o governo alemão quer que o Exército e a polícia afegãos estejam, o mais rápido possível, em condições de garantir a lei e a ordem no seu país. Para isso, haverá uma restruturação nas equipes alemãs que treinam afegãos no norte do país.

Seu contingente será elevado de 280 para 1.400 homens. Ao mesmo tempo o número de treinadores de policiais será aumentado de 123 para 200, permitindo a formação de 5 mil policiais afegãos ao ano. A meta é, no final de 2011, transferir completamente as tarefas de treinamento aos afegãos.

O ministro alemão da Defesa, Karl-Theodor zu Guttenberg, anunciou que o aumento do número de instrutores responsáveis pelo treinamento de soldados afegãos ocasionará a dissolução da Força de Reação Rápida, até então principal suporte das forças alemãs de combate no Afeganistão.

Com esta nova estratégia civil e militar, a Alemanha vai bem preparada à Conferência sobre o Afeganistão na quinta-feira em Londres, disse Merkel. "Agora começa a etapa da transferência de responsabilidade ao governo afegão", salientou.

Mais 850 soldados

Enquanto isso, o governo alemão pretende aumentar em 850 soldados o mandato da missão da Bundeswehr (Forças Armadas Alemãs) no Hindukush: 500 seriam enviados imediatamente e outros 350 comporiam uma "reserva flexível", disse Merkel. Atualmente, o mandato alemão no Afeganistão está limitado a 4.500 homens.

Ao mesmo tempo, o ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, anunciou que "no ano de 2011 queremos iniciar a retirada do nosso contingente [do Afeganistão]". Por seu lado, a chefe de governo da Alemanha não quis citar uma data para o fim da retirada alemã do Afeganistão, mas lembrou que a meta do governo afegão é de assumir, a partir de 2014, a responsabilidade sobre a segurança no país.

Duplicação da ajuda financeira

O governo alemão pretende praticamente duplicar, de 220 milhões de euros para 430 milhões de euros ao ano, a ajuda financeira para a reconstrução do Afeganistão. Esta ajuda será destinada ao desenvolvimento de zonas rurais, acrescentou Merkel. O objetivo é que, até 2013, três quartos da população do norte afegão tenha uma ocupação. Atualmente, menos de um terço das pessoas ali tem trabalho.

Berlim quer aumentar número de escolares no AfeganistãoFoto: reportage-photo.de

Com a ajuda alemã, pretende-se que até 2013 metade da população na área de intervenção da Bundeswehr, no norte do Afeganistão, disponha de energia elétrica e água potável. Atualmente, esta cota é de 22%.

Outra meta é fazer com que o número de crianças afegãs que frequentam a escola no norte do país suba de 25% para 60% nos próximos três anos.

Tarefas de reconstrução

Segundo Merkel, os soldados alemães deverão também voltar a participar em tarefas de reconstrução, o que nos últimos tempos "quase parou", disse a chanceler. A Alemanha contribuirá ainda para o Fundo de Reintegração de Forças Talibãs na sociedade afegã. Dos 350 milhões de euros previstos para o fundo, Berlim contribuirá nos próximos cinco anos com 50 milhões de euros, 10 milhões por ano.

"Estamos dispostos a ajudar, mas exigimos também o empenho do governo afegão, especialmente no combate à corrupção", salientou o ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, que representará a Alemanha na conferência de Londres.

RW/dpa/lusa/rtrs

Revisão: Carlos Albuquerque

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