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"Nova Europa" faz concorrência ao leste da Alemanha

lk3 de abril de 2003

Região da antiga Alemanha comunista perde para os países do Leste Europeu, quando se trata de atrair investidores estrangeiros. Custos de produção mais baixos são a principal causa.

Produção de computadores em DresdenFoto: AP

A notícia veiculada pelo diário Die Welt no início desta semana apresenta perspectivas mais sombrias ainda de desenvolvimento econômico para o leste da Alemanha, região que dá muita dor de cabeça ao governo pelo alto nível de desemprego e evasão da população jovem. Países como a República Tcheca, Eslováquia, Polônia e Hungria, cujo ingresso na União Européia está agendado para maio de 2004, estão se tornando mais atraentes para investidores do exterior. Empresas internacionais têm dado preferência a eles, em detrimento de cidades do leste alemão, quando se trata de abrir fábricas e criar empregos.

Exemplo recente é a decisão do conglomerado francês PSA (formado por Peugeot e Citroën) de abrir uma montadora de automóveis em Bratislava, na Eslováquia, um investimento de 700 milhões de euros que vai gerar 3500 novos postos de trabalho. E este não é o único caso em que cidades alemãs concorrentes a um determinado projeto saíram perdendo para uma localidade de um daqueles países.

Investimentos em baixa

A tendência é confirmada pelos mais recentes dados divulgados pela Industrial Investment Council (IIC), agência criada em 1996 para atrair a Berlim e ao leste da Alemanha investidores alemães e estrangeiros. Em 2002, a IIC conseguiu levar para o território da antiga Alemanha comunista apenas dez empresas, sete a menos do que no ano anterior. O volume de investimentos caiu de 1,66 bilhão de euros para 890 milhões. Empresas internacionais criaram na região apenas 1239 novos empregos, em comparação com 8726 em 2001.

Já os números publicados por agências concorrentes sediadas em países do Leste Europeu apontam para uma tendência justamente oposta. A República Tcheca atraiu no ano passado 1,04 bilhão de euros em investimentos estrangeiros; na Hungria, foram gerados por empresas estrangeiras 5635 novos empregos.

Custos altos demais

O diretor da IIC, Horst Dietz, admite que fechar negócios se tornou muito mais difícil no leste alemão. Ele não atribui as dificuldades apenas ao desaquecimento generalizado da conjuntura mundial: "Os países do Leste Europeu têm algo que nós não podemos oferecer — custos de produção bem mais baixos".

A avaliação é confirmada por Jürgen Bohn, encarregado do estado da Saxônia-Anhalt para investimentos, que reclama da legislação trabalhista, das alíquotas de impostos e do controvertido pedágio para caminhões, a ser introduzido a partir de 31 de agosto. "As condições básicas para os negócios na Alemanha são péssimas", resume.

O deputado federal Joachim Günther, porta-voz para assuntos do leste alemão da bancada do Partido Liberal, da oposição, já reagiu à publicação reivindicando do governo a redução de impostos e a flexibilização das leis, com a introdução de condições especiais para os estados situados no território da ex-República Democrática Alemã.

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