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Nova fenda aparece em plataforma na Antártida

Abby Young-Powell md
21 de julho de 2017

Descoberta é feita apenas uma semana depois de desprendimento de iceberg gigantesco na região. Cientistas, entretanto, dizem não haver motivo para preocupação e que falha não deve se ampliar - ao menos por enquanto.

Vasta aérea da fenda na calota de gelo Larsen C que originou o iceberg A68
Vasta aérea da fenda na calota de gelo Larsen C que originou o iceberg A68Foto: Reuters/NASA's Goddard Space Flight Center

Pesquisadores detectaram uma nova fenda na plataforma de gelo Larsen C na Antártida, apenas uma semana depois que um dos maiores icebergs já vistos, de com cerca de 5,8 mil metros quadrados, se desprendeu da plataforma.

Cientistas do Projeto Midas, que monitoram a calota de gelo e detectaram o primeiro rompimento, dizem que a nova fenda parece estar se estendendo em direção ao norte.

Eles apontam que, embora essa nova fenda provavelmente se volte para a área costeira da plataforma, criando um pequeno iceberg, existe o risco de ela continuar em direção à elevação de gelo Bawden, um ponto crucial para manter a plataforma estável.

Iceberg gigante se desprende da Antártida

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"Vemos uma nova fenda, de cerca de 6 quilômetros, que segue em direção a norte da região complexa de rachaduras, que se formaram antes de o iceberg se desprender", afirma Adrian Luckman, professor de glaciologia da Universidade de Swansea, que lidera a pesquisa do Projeto Midas.

Os pesquisadores continuarão a monitorar a nova fenda e dizem que ainda não há motivo para grande preocupação. Atualmente, a fenda está "parada" em uma região de gelo mais macio. 

A nova fenda aparece após a notícia de que um iceberg colossal, chamado A68, se separou da mesma plataforma de gelo Larsen C na semana passada.

O iceberg se encontra agora à deriva no Mar de Weddell, tendo deixado a plataforma de gelo 12% menor.

"Rompimentos de icebergs fazem parte de um ciclo natural e não são motivo de preocupação", diz Bryn Hubbard, diretor do centro de glaciologia da Universidade Aberystwyth e pesquisador da Midas. "Não há nada incomum no fato de um iceberg ser formado a partir de um rompimento."

A neve cai no continente, compactando em gelo, que flui constantemente para o oceano. Como resultado, a plataforma de gelo cresce em média 700 metros por ano. Em algum momento, uma parte se separa, e a plataforma começa a crescer de novo.

Entretanto, problemas podem surgir se a ruptura A68 ou novas fendas fizerem com que a plataforma de gelo Larsen C se torne instável e se desintegre, como Larsen A fez em 1995, seguida pela Larsen B em 2002.

Os cientistas atribuem esses colapsos e o recuo de várias plataformas de gelo antárticas nas últimas décadas ao aquecimento global.

Calotas de gelo marinho são importantes porque contém os glaciais interiores. A preocupação é que, se Larsen C colapsar, o gelo dos glaciais fluirá para o mar, se derretendo e elevando os níveis dos oceanos.

No entanto, Hubbard diz que os cientistas não estão muito preocupados com uma desintegração da plataforma de gelo Larsen C neste momento. "Você pode esperar alguma instabilidade de curto prazo, considerando que uma grande parte se rompeu", explica.

Ele diz que existe o risco de novas fendas, mas ressalta que "modelos indicam que a plataforma de gelo ainda continuará estável após a formação do iceberg".

Embora a pesquisa sobre mudanças climáticas tenha se desenvolvido até o ponto de ser possível conectar eventos climáticos específicos à probabilidade de terem sido resultado de mudanças climáticas, Hubbard explica que o caso desse iceberg "é um processo completamente normal".

"Não podemos dizer definitivamente se tem ou não a ver com as mudanças climáticas", frisa.

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