Descoberta é feita apenas uma semana depois de desprendimento de iceberg gigantesco na região. Cientistas, entretanto, dizem não haver motivo para preocupação e que falha não deve se ampliar - ao menos por enquanto.
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Pesquisadores detectaram uma nova fenda na plataforma de gelo Larsen C na Antártida, apenas uma semana depois que um dos maiores icebergs já vistos, de com cerca de 5,8 mil metros quadrados, se desprendeu da plataforma.
Cientistas do Projeto Midas, que monitoram a calota de gelo e detectaram o primeiro rompimento, dizem que a nova fenda parece estar se estendendo em direção ao norte.
Eles apontam que, embora essa nova fenda provavelmente se volte para a área costeira da plataforma, criando um pequeno iceberg, existe o risco de ela continuar em direção à elevação de gelo Bawden, um ponto crucial para manter a plataforma estável.
Iceberg gigante se desprende da Antártida
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"Vemos uma nova fenda, de cerca de 6 quilômetros, que segue em direção a norte da região complexa de rachaduras, que se formaram antes de o iceberg se desprender", afirma Adrian Luckman, professor de glaciologia da Universidade de Swansea, que lidera a pesquisa do Projeto Midas.
Os pesquisadores continuarão a monitorar a nova fenda e dizem que ainda não há motivo para grande preocupação. Atualmente, a fenda está "parada" em uma região de gelo mais macio.
A nova fenda aparece após a notícia de que um iceberg colossal, chamado A68, se separou da mesma plataforma de gelo Larsen C na semana passada.
O iceberg se encontra agora à deriva no Mar de Weddell, tendo deixado a plataforma de gelo 12% menor.
"Rompimentos de icebergs fazem parte de um ciclo natural e não são motivo de preocupação", diz Bryn Hubbard, diretor do centro de glaciologia da Universidade Aberystwyth e pesquisador da Midas. "Não há nada incomum no fato de um iceberg ser formado a partir de um rompimento."
A neve cai no continente, compactando em gelo, que flui constantemente para o oceano. Como resultado, a plataforma de gelo cresce em média 700 metros por ano. Em algum momento, uma parte se separa, e a plataforma começa a crescer de novo.
Entretanto, problemas podem surgir se a ruptura A68 ou novas fendas fizerem com que a plataforma de gelo Larsen C se torne instável e se desintegre, como Larsen A fez em 1995, seguida pela Larsen B em 2002.
Os cientistas atribuem esses colapsos e o recuo de várias plataformas de gelo antárticas nas últimas décadas ao aquecimento global.
Calotas de gelo marinho são importantes porque contém os glaciais interiores. A preocupação é que, se Larsen C colapsar, o gelo dos glaciais fluirá para o mar, se derretendo e elevando os níveis dos oceanos.
No entanto, Hubbard diz que os cientistas não estão muito preocupados com uma desintegração da plataforma de gelo Larsen C neste momento. "Você pode esperar alguma instabilidade de curto prazo, considerando que uma grande parte se rompeu", explica.
Ele diz que existe o risco de novas fendas, mas ressalta que "modelos indicam que a plataforma de gelo ainda continuará estável após a formação do iceberg".
Embora a pesquisa sobre mudanças climáticas tenha se desenvolvido até o ponto de ser possível conectar eventos climáticos específicos à probabilidade de terem sido resultado de mudanças climáticas, Hubbard explica que o caso desse iceberg "é um processo completamente normal".
"Não podemos dizer definitivamente se tem ou não a ver com as mudanças climáticas", frisa.
Dez ações contra as mudanças climáticas
Três quartos dos gases estufa são produzidos pela combustão de carvão, petróleo e gás natural; o resto, pela agricultura e desmatamento. Como se podem evitar gases poluentes? Veja dez dicas que qualquer um pode seguir.
Foto: picture-alliance/dpa
Usar menos carvão, petróleo e gás
A maioria dos gases estufa provém das usinas de energia, indústria e transportes. O aquecimento de edifícios é responsável por 6% das emissões globais de gases poluentes. Quem utiliza a energia de forma eficiente e economiza carvão, petróleo e gás também protege o clima.
Foto: picture-alliance/dpa
Produzir a própria energia limpa
Hoje, energia não só vem de usinas termelétricas a carvão, óleo combustível e gás natural. Há alternativas, que atualmente são até mesmo mais econômicas. É possível produzir a própria energia e, muitas vezes, mais do que se consome. Os telhados oferecem bastante espaço para painéis solares, uma tecnologia que já está estabelecida.
Foto: Mobisol
Apoiar boas ideias
Cada vez mais municípios, empresas e cooperativas investem em fontes energéticas renováveis e vendem energia limpa. Este parque solar está situado em Saerbeck, município alemão de 7,2 mil habitantes que produz mais energia do que consome. Na foto, a visita de uma delegação americana à cidade.
Foto: Gemeinde Saerbeck/Ulrich Gunka
Não apoiar empresas poluentes
Um número cada vez maior de cidadãos, companhias de seguro, universidades e cidades evita aplicar seu dinheiro em companhias de combustíveis fósseis. Na Alemanha, Münster é a primeira cidade a aderir ao chamado movimento de desinvestimento. Em nível mundial, essa iniciativa abrange dezenas de cidades. Esse movimento global é dinâmico – todos podem participar.
Foto: 350.org/Linda Choritz
Andar de bicicleta, ônibus e trem
Bicicletas, ônibus e trem economizam bastante CO2. Em comparação com o carro, um ônibus é cinco vezes mais ecológico, e um trem elétrico, até 15 vezes mais. Em Amsterdã, a maior parte da população usa a bicicleta. Por meio de largas ciclovias, a prefeitura da cidade garante o bom funcionamento desse sistema.
Foto: DW/G. Rueter
Melhor não voar
Viajar de avião é extremamente prejudicial ao clima. Os fatos demonstram o dilema: para atender às metas climáticas, cada habitante do planeta deveria produzir, em média, no máximo 5,9 toneladas de CO2 anualmente. No entanto, uma viagem de ida e volta entre Berlim e Nova York ocasiona, por passageiro, já 6,5 toneladas de CO2.
Foto: Getty Images/AFP/P. Huguen
Comer menos carne
Para o clima, também a agricultura é um problema. No plantio do arroz ou nos estômagos de bois, vacas, cabras e ovelhas é produzido o gás metano, que é muito prejudicial ao clima. A criação de gado e o aumento mundial de consumo de carne são críticos também devido à crescente demanda de soja para ração animal. Esse cultivo ocasiona o desmatamento de florestas tropicais.
Foto: Getty Images/J. Sullivan
Comprar alimentos orgânicos
O óxido nitroso é particularmente prejudicial ao clima. Sua contribuição para o efeito estufa global gira em torno de 6%. Ele é produzido em usinas de energia e motores, mas principalmente também através do uso de fertilizantes artificiais no agronegócio. Esse tipo de fertilizante é proibido na agricultura ecológica e, por isso, emite-se menos óxido nitroso, o que ajuda a proteger o clima.
Foto: imago/R. Lueger
Sustentabilidade na construção e no consumo
Na produção de aço e cimento emite-se muito CO2, em contrapartida, ele é retirado da atmosfera no processo de crescimento das plantas. A escolha consciente de materiais de construção ajuda o clima. O mesmo vale para o consumo em geral. Para uma massagem, não se precisa de combustível fóssil, mas para copos plásticos, que todo dia acabam no lixo, necessita-se uma grande quantidade dele.
Foto: Oliver Ristau
Assumir responsabilidades
Como evitar gases estufa, para que, em todo mundo, as crianças e os filhos que elas virão a ter possam viver bem sem uma catástrofe do clima? Esses estudantes estão fascinados com a energia mais limpa e veem uma chance para o seu futuro. Todos podem ajudar para que isso possa acontecer.