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Poesia latino-americana

Aline Gehm Koller31 de outubro de 2007

O festival Latinale traz à Alemanha autores da poesia latino-americana ainda desconhecidos na Europa. A gaúcha Angélica Freitas e o carioca Carlito Azevedo representam o Brasil.

Peruano Miguel Ildefonso (c) durante a leitura de seus poemas em ColôniaFoto: DW/Koller

O festival de poesia Latinale dá aos novos talentos literários da América Latina a oportunidade de divulgar seu trabalho na Alemanha por meio de leituras ou performances feitas pelos próprios autores com posterior tradução para a língua alemã. De 27 de outubro a 7 de novembro, 12 poetas representam as novas tendências literárias de seus países de origem: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Uruguai.

O festival, projeto do Instituto Cervantes de Berlim, foi lançado em 2006. Devido à boa aceitação do público, neste ano o evento itinerante passa por Berlim, Colônia, Hamburgo, Leipzig e Potsdam, duas cidades a mais do que na primeira edição.

A poeta brasileira Angélica FreitasFoto: Timo Berger

Segundo a diretora artística da Latinale, Rike Bolte, "os eventos do ano passado estavam sempre repletos de gente, por isso continuamos o projeto e conseguimos financiamento para este ano".

Além das leituras e performances, durante o festival os autores trabalham os seus textos com estudantes da Universidade Livre de Berlim e do Instituto de Literatura Alemã da Universidade de Leipzig. Faz parte do programa uma palestra sobre a influência da música pop e, cada vez mais, dos blogs e chats sobre as novas formas de escrita.

Brasil na Latinale

De acordo com Rike, o critério de seleção adotado para convidar os autores deu enfoque a quem se dedica à poesia performativa e ao que poderia ser a poesia pós-neo-indigenista. Neste ano, o festival dá ênfase aos países andinos, assim como à nova poesia performática do Brasil e da região do Rio da Prata.

O outro diretor artístico da Latinale, Timo Berger, foi responsável pela seleção dos poetas, que inclui dois brasileiros. "Fizemos um festival de poesia em Buenos Aires e lá conheci a Angélica Freitas, uma boa poeta nova que possui uma trajetória curta, tendo publicado apenas um livro, mas tem um blog muito lido. E ela já ganhou fama no ambiente poético. Ela foi convidada por ter um forma muito performática de leitura", falou Berger.

Os diretores Timo Berger e Rike Bolte com a 'caixa poética', que grava todos os eventosFoto: DW/Koller

Angélica Freitas, que nasceu em Pelotas em 1973, publicou seu primeiro livro de poemas, Rilke Shake, este ano. Ela trabalhou como jornalista em São Paulo, é também tradutora e escreve poemas em seu blog. Alguns de seus textos foram publicados em revistas de poesia do Brasil, da Argentina, de Portugal e dos Estados Unidos.

O outro brasileiro é o poeta, tradutor e editor Carlito Azevedo, nascido no Rio de Janeiro em 1961. Entre outras produções do autor, destaca-se o livro Collapsus linguae, escrito em 1991 e que rendeu a ele o prêmio Jabuti. Carlito é editor da revista de poesia Inimigo Rumor e coordena uma coleção dedicada a fomentar a poesia brasileira contemporânea. "Já o poeta Carlito Azevedo é um cara mais velho, tem 45 anos, mas influenciou muitos poetas da geração atual", destaca Berger, que aprendeu a falar português quando morou em Tübingen, sul da Alemanha, com uma estudante brasileira. "Ela sempre fazia festas para a grande comunidade brasileira de lá, mas depois fiquei também duas semanas no Rio de Janeiro, gostei muito e quero voltar", completou ele com leve sotaque carioca.
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