Desde que um teto para os preços dos aluguéis para novos inquilinos entrou em vigor, no mês passado, valores caíram 3%. Capital é a primeira cidade alemã a adotar medida, na tentativa de limitar o custo de vida.
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Uma nova lei que limita os valores dos aluguéis em Berlim, em vigor desde 1° de junho, já afetou o mercado imobiliário local. De acordo com o site Immobilienscout24, líder do setor na capital, os valores dos aluguéis caíram 3,1% somente no mês passado.
"Isso [a queda] é bastante incomum quando comparado ao desenvolvimento que se viu ao longo do último um ano e meio, quando os preços dos aluguéis subiram 0,3% por mês em Berlim", afirma Jan Hebecker, chefe do setor de dados e mercados da Immobilienscout24. "Esse parece ser o primeiro efeito da nova lei."
"Em outras grandes cidades, onde há pressão sobre o mercado imobiliário, mas não há supervisão, os valores continuam a aumentar", acrescenta Hebecker. Em Frankfurt, por exemplo, os aluguéis aumentaram 0,1% no mês passado.
Em Berlim, 47% da população vive em imóveis alugados. Em 2005, o valor médio por metro quadrado era de 5,50 euros. Somente no ano passado, o preço disparou para quase 9 euros por metro quadrado. Numa tentativa de limitar o custo de vida, a capital alemã tornou-se a primeira cidade do país a introduzir um teto para aluguéis a serem cobrados de novos inquilinos.
De acordo com a nova lei, chamada de Mietpreisbremse (freio do preço de aluguel, literalemente), os proprietários não podem cobrar mais de 10% acima de um valor médio por metro quadrado estabelecido por um organismo regulatório para cada distrito da cidade. A média de preço é determinada de acordo com dados coletados numa pesquisa realizada a cada dois anos. Proprietários ainda têm a possibilidade de aumentar o aluguel, mas agora devem fazê-lo de maneira mais gradual.
A Mietpreisbremse foi introduzida como parte da legislação existente que permite que as autoridades dos estados alemães monitorem áreas onde os aluguéis são muito altos. Hamburgo e Renânia do Norte-Vestfália também já implementaram a lei inaugurada em Berlim, e outros estados do país devem fazer o mesmo em breve.
Berlim já adotou uma série de medidas na tentativa de limitar o mercado imobiliário, monitorando regiões onde os preços sobem rapidamente e proibindo a conversão de áreas residenciais em bairros de luxo.
Obras avançam no Palácio de Berlim
Dois anos após lançamento da pedra fundamental, trabalhos andam a pleno vapor no canteiro de obras do Palácio do Berlim. Antiga residência dos reis prussianos vai se tornar mais novo centro cultural da capital alemã.
Foto: picture alliance/Daniel Kalker
Por volta de 1900
A pedra fundamental do antigo palácio foi lançada em 1443, mas a residência real só começou a tomar forma em 1701. O projeto das fachadas é do arquiteto Andreas Schlüter. Com 1.210 aposentos, o Palácio de Berlim era conhecido como o maior prédio barroco ao norte dos Alpes.
Foto: ullstein bild
Danos de guerra
Durante a Segunda Guerra Mundial, o edifício pegou fogo durante um ataque aéreo. O incêndio destruiu praticamente todos os aposentos da ala norte e sul. Outras partes do prédio ficaram de pé, incluindo as fachadas com as esculturas decorativas, as paredes estruturais e as principais escadarias.
Foto: picture-alliance/dpa
Negligência e demolição
Nos anos do pós-Guerra, exposições foram realizadas nos espaços poupados pelo fogo. No entanto, em 1950, o governo da antiga Alemanha comunista decidiu que o prédio não fazia parte do patrimônio cultural alemão e ordenou a sua destruição, apesar dos muitos protestos. Em seu lugar foi criado o Largo Marx e Engels, como local para grandes manifestações.
Foto: picture-alliance/dpa
Interação socialista
Na década de 1970, durante o governo de Erich Honecker, foi construído no local o Palácio da República. O edifício se tornou a sede parlamentar da antiga Alemanha Oriental, mas também foi usado para fins culturais e para abrigar inúmeros bares e restaurantes. Depois da queda do Muro de Berlim, o prédio foi fechado devido à presença de amianto, sendo demolido mais tarde.
Foto: picture alliance/ZB
Enganosamente verdadeiro
Após a Reunificação surgiu um debate acalorado sobre a possível reconstrução do Palácio de Berlim. Em 1993, um grupo a favor da reconstrução acertou em cheio ao erguer uma maquete de lona em escala real com imagens das fachadas barrocas. Em 2002, o Parlamento alemão votou a favor da reconstrução do Palácio de Berlim.
Foto: picture-alliance/ZB/B. Settnik
Réplica em tamanho natural
Em 2008, o projeto do italiano Franco Stella ganhou o concurso de arquitetura para a reconstrução do palácio. Seu projeto combina o exterior barroco com um interior moderno. O Palácio de Berlim reconstruído deverá abrigar um centro cultural e artístico internacional conhecido como Fórum Humboldt.
Foto: picture-alliance/Xamax
Um olhar sobre o canteiro de obras
O espaço Humboldt Box tornou-se um marco temporário da capital alemã. Desde 2011, ele serve como centro de informações sobre o passado e o futuro do Palácio de Berlim. Nos primeiros 50 dias, o espaço atraiu 100 mil pessoas. De uma plataforma de observação, os turistas também podem desfrutar uma visão panorâmica sobre o canteiro de obras.
Foto: picture-alliance/D. Kalker
Construção em andamento
Em 12 de junho de 2013, o presidente alemão, Joachim Gauck, lançou a pedra fundamental. Nela estão gravadas duas datas: 1443 e 2013. A primeira corresponde ao lançamento da primeira pedra fundamental, e a segunda indica o ano do início da reconstrução do palácio.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Gambarini
Ornamentos antigos em paredes novas
Enquanto as paredes estão sendo elevadas, os ornamentos das fachadas barrocas são confeccionados no canteiro de obras. Usando modelos históricos, escultores recriam 3 mil peças do antigo palácio. As fachadas do prédio deverão custar 80 milhões de euros, provenientes em grande parte de doações. O custo total da obra está orçado em 590 milhões de euros, financiados pelo Estado, em sua maioria.
Foto: picture-alliance/ZB/A. Burgi
Grandes expectativas
Atualmente, o cinza do concreto aparente ainda domina a visão do canteiro, mas isso vai mudar com a abertura do Fórum Humboldt, em 2019. No local, os museus berlinenses vão expor os seus tesouros não europeus, enquanto a Universidade Humboldt realizará conferências internacionais. O pátio do palácio vai servir de palco para espetáculos de teatro e música.