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Criminalidade

Nova rebelião em presídio do AM deixa quatro mortos

8 de janeiro de 2017

Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, no centro de Manaus, abriga detentos transferidos de penitenciária onde 56 foram mortos em chacina. Presos reclamavam de estrutura degradada do local.

Foto: CNJ

Ao menos quatro pessoas foram mortas durante uma rebelião na Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, no centro de Manaus, na madrugada deste domingo (08/01), informou o governo do Amazonas.

Segundo o secretário de Administração Penitenciária do estado, Pedro Florêncio, o motim começou por volta das 5h (horário de Brasília) e a situação foi controlada. Dos quatro mortos, três foram decapitados e um morreu por asfixia.

Equipes do Instituto Médico Legal (IML) e do Batalhão de Choque da Polícia Militar foram mobilizadas. Familiares que iniciaram um tumulto em frente ao presídio em busca de informações sobre os detentos foram dispersados com spray de pimenta pelo batalhão de choque.

A penitenciária recebeu ao longo da semana cerca de 280 detentos transferidos do Complexo Penitenciário Anísio Teixeira (Compaj), também em Manaus, depois da chacina no local que resultou na morte de ao menos 56 presos.

Leia mais: "Chacinas evidenciam conluio do Estado com facções"

Na tarde de sexta-feira, houve tumulto na unidade, com presos reclamando sobre a estrutura deteriorada do local. A cadeia pública Vidal Pessoa estava desativada desde outubro de 2016, após recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e foi reaberta para abrigar os detentos. 

Segundo o secretário de Segurança Pública do Amazonas, Sérgio Fontes, os detentos devem permanecer no local, que está em obras, por cerca de três meses.

Massacres

Também na sexta-feira, 33 presos foram assassinados na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (PAMC), na zona rural de Boa Vista. O governo de Roraima afirmou que irá refazer um pedido de envio da Força Nacional para o estado. Um requerimento de ajuda federal foi feito em novembro do ano passado depois da morte de dez detentos no presídio, mas foi negado pelo Ministério da Justiça.

O Ministério da Justiça e Cidadania informou neste domingo que o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, autorizou ajuda federal para a área de segurança aos estados do Amazonas, de Rondônia e do Mato Grosso. Em relação a Roraima, o ministério disse que ainda não houve contato por parte do governo do estado.

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e as seccionais do Amazonas e de Roraima anunciaram que vão acionar a Corte Interamericana de Direitos Humanos contra o Estado brasileiro em resposta aos massacres no compaj e no PAMC. As ONGs Anistia Internacional e Human Rights Watch acusaram as  autoridades responsáveis pelo sistema carcerário brasileiro de negligência.

KG/abr/ots

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